quinta-feira, 3 de novembro de 2016

O MAESTRO BURLE MARX
Dois irmãos. Dois artistas. Um cultivava paisagens e outro espalhava música no ar. Eles eram Roberto (1909-1994) e Walter Burle Marx (1902-1990). Se Roberto é um nome conhecido no Brasil como paisagista, Walter é bem menos lembrado, especialmente, porque deixou o país na segunda metade do século passado, estabelecendo-se nos Estados Unidos.
Walter Burle Marx (1902-1990) nasceu em São Paulo, onde começou os estudos de piano; quando estava com 14 anos a família mudou para o Rio de Janeiro, onde ele estudou com Henrique Oswald, depois continuou os estudos na Alemanha e Inglaterra. Burle Marx regeu pela primeira vez no Brasil em 1930 e em 1931 fundou a Orquestra Filarmônica do Rio de Janeiro, que dirigiu durante três anos. Nesse período, apresentou 60 peças sinfônicas inéditas no Brasil. No ano seguinte, o maestro foi nomeado professor de regência do Instituto Nacional de Música, atual Escola de Música da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Em 1939, foi nomeado diretor musical para o Pavilhão Brasileiro da Feira Mundial de Nova York.
Nos Estados Unidos, ele participou do esforço de guerra (1939-1945), quando fez uma série de concertos  entre os quais um em  Fort Meade para  4.000 soldados e outro no Watergate Stadium às margens do rio Potomac para 15 mil pessoas.  Walter Burle Marx regeu grandes orquestras como a Berlim Philarmonic, New York Philarmonic, e as de Cleveland e Detroit. Ele voltou ao Brasil para ser o diretor artístico do Teatro Municipal do Rio de Janeiro entre 1946-1950, mas retornou definitivamente para os Estados Unidos para se dedicar ao magistério e à composição na Settlement Music School, na Filadelfia.
Entre os vários trabalhos de Burle Marx se destacam quatro sinfonias, várias peças para violão, dois concertos para piano e orquestra. Foi um compositor reconhecido nos Estados Unidos, mas é pouco lembrado no Brasil. Em 1989 a cidade de Filadélfia homenageou-o com um concerto na Academia de Música. Os amigos e admiradores criaram a Burle Marx Musical Society para divulgar o trabalho dele e de outros músicos pan-americanos.  Ele morreu em Akron, Ohio.


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