31 DE DEZEMBRO
Um
dia dedicado às superstições. Para quem não sabe o significado, o dicionário Houaiss
explica que superstição é “a crença ou noção sem base na razão ou no conhecimento, que
leva a criar falsas obrigações, a temer coisas inócuas, a depositar confiança
em coisas absurdas, sem nenhuma relação racional entre os fatos as supostas
causas a eles associadas; crendice, misticismo”. É ainda a “crença em
presságios e sinais, originada por acontecimentos ou coincidências fortuitas,
sem qualquer relação comprovável com os fatos dos quais se acredita sejam
prenúncio”.
Se você não se enquadra, é desagradável,
mal visto já que poderá trazer “má sorte” aos que se sujeitam às baboseiras da
época. Eu não sou supersticiosa. Minha vida se pauta pela razão. E é bastante
divertida, para informação de quem já pode estar julgando que é muito
aborrecida.
Para
começo de conversa odeio roupa branca e detesto lentilhas. Para ganhar dinheiro
só vejo um meio: trabalho.
Outra moda que começou
na segunda década do século passado é a de ir para a praia à meia-noite molhar
os pés na sétima onda, tomar banho de mar ou simplesmente molhar os pés. Se
funcionasse, moradores do litoral teriam grande sucesso na vida e os que têm
dinheiro para viajar para as praias estariam muito melhores de vida.
Ver fogos de
artifício que se queimam à meia-noite é outra superstição milenar, pois a ideia
dos chineses era espantar os maus espíritos com muito barulho. E olha que
começaram a fazer barulho muito antes da invenção da pólvora, usando bambus que,
lançados no fogo, explodem. Assisti a dois ou três espetáculos pirotécnicos à
beira-mar e, sinceramente, preferi estar em casa com amigos, lendo ou dormindo.
Esta superstição
tem um alto custo social e ecológico: as municipalidades pagam pelo espetáculo
e a sociedade arca também com os custos da limpeza pública extra e com o prejuízo
ecológico que as toneladas de lixo deixadas por irresponsáveis provocam no meio
ambiente. A desculpa por jogar o lixo na praia, geralmente, é a de que gari
está lá para limpar, o que demonstra também pouca consideração com o trabalhador
e nenhuma com os micro-organismos que vivem na areia...
Para mim ano novo é
apenas um detalhe na hora de preencher os cheques a partir de amanhã: 1º de
janeiro de 2017.
Como não sou contra
diversão, uma boa festa ou bom descanso com os votos de que as metas propostas
por cada um sejam alcançadas. Independentemente do ano...