sexta-feira, 12 de maio de 2017

A BOLSA, OS ÓCULOS E O SOFÁ.
(E uma xícara de chá)
O que não falta na TV são seriados policiais. As histórias são quase sempre as mesmas – uma delegacia, uma equipe, um crime, as pistas e, enfim, a prisão do criminoso. O desafio dos produtores é encontrar variações em torno do mesmo tema. Alguns conseguem introduzindo algumas pequenas coisas que amenizam a violência ou a falta de talento de alguns atores.

CSI Miami (2002-2012) é a pior das três séries sobre cientistas forenses. Todas as esquisitices ficam por conta de David Caruso (1961), um canastrão de primeira, cheio de maneirismos, porém, o destaque fica com os óculos escuros que ele tira e põe o tempo todo. Product placement, naturalmente. Da trilogia, a melhor, em minha opinião, é CSI New York, que reúne ótimas histórias.


Ela carrega a bolsa para todos os lugares a que vai e tudo o que cai nela desaparece – especialmente os óculos de perto. Trata-se da personagem Brenda Leigh, interpretada pela atriz Kyra Sedgwick (1965) na série The Closer (2005-2012).  Brenda Leigh é infantil e mimada na vida pessoal, mas transforma-se numa profissional determinada e encrenqueira quando entra na delegacia que comanda. A personagem, quase quarentona, ainda tem medo do pai, mas enfrenta bandidos horripilantes e se movimenta de uma sala para outra sempre com a bolsa preta pendurada no ombro e, naturalmente, a leva a todas as cenas de crime. No último episódio da série a bolsa tem uma participação especial. The Closer é um drama policial com momentos de bom humor.



The Mentalist (O mentalista) é uma série que usou com inteligência os chavões dos dramas policiais, incluindo um romance à moda antiga. Patrick Jane (Simon Baker, 49) é o mentalista que ajuda (mas arruma muitas encrencas) a polícia nas investigações usando seu poder de observação do comportamento humano para encontrar os culpados dos crimes. É um charlatão recuperado graças a um drama pessoal e busca uma vingança. Como não é policial, tem regalias: na delegacia passa a maior parte do tempo deitado num sofá ou preparando chá na copa, mas não hesita em preparar a bebida na casa dos suspeitos ou das vítimas. A série teve sete temporadas (2008-2015), mas continua sendo exibida nos canais por assinatura.

Linda Hunt (1945), inesquecível no papel de Billy Kwan, o fotógrafo anão, interpretação lhe valeu o Oscar de atriz coadjuvante no filme australiano “O ano em que vivemos perigosamente”, dirigido por Peter Weir (1982). Encontra-se em plena forma como se pode ver na série NSCI Los Angeles em que rouba todas as cenas. Invariavelmente, o personagem dela (Hetty) está saboreando uma xícara de chá e não perde oportunidade de elogiar a bebida e falar dos segredos do seu preparo para os eventuais visitantes que aparecem em sua sala.  


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