domingo, 27 de agosto de 2017

TRÊS HISTÓRIAS

          Todas aconteceram há alguns anos em um programa da TV Record no início da noite. Na verdade, era uma revista ao vivo: jornalismo local, entrevistas, culinária ligeira etc. e um segmento, claramente publicitário, dedicado a novos produtos cujas qualidades eram mostradas por uma jovem versão das antigas garotas propaganda. Os fatos ocorreram em ocasiões diferentes. Além de engraçados, os fatos me lembraram dos primórdios da TV, quando não havia tecnologia para a gravação dos programas e era um salve-se quem puder.

A NOITE EM QUE OLIVIER FOI ABATIDO POR UM COCO. O cozinheiro brindava os telespectadores com uma receita fácil e rápida. Alegre e faceiro ele pegou da bancada um coco nos informando que era muito fácil abrir. Nada de coco ralado de pacotinho! Assim, empunhou um martelo e atacou o fruto que resistiu bravamente. Olivier sorriu, tentou de novo. E de novo. E de novo. Em vão. O coco não cedeu. Evidentemente, ele tentou levar a situação da melhor forma possível, mas a produção o salvou substituindo o rebelde... Não tenho a menor ideia do que ele cozinhou aquela noite, mas foi deliciosamente divertido ver o cozinheiro famoso abatido por um simples coco.

SAUDADE DE IDALINA DE OLIVEIRA. A moça responsável pelos novos produtos anunciou um tira-manchas fantástico que acabara de chegar ao mercado. Ela mostrou a embalagem e falou das vantagens, sem se esquecer da praticidade de aplicação. Num gesto de autoconfiança no produto, ela pediu a gravata do editor para fazer a demonstração. A expressão de surpresa foi impagável. Percebia-se que a gravata era cara e ele não estava animado para o experimento. A moça o convenceu (acho que não precisou muito já que se tratava também de um anunciante e o anunciante sempre tem razão). Ele tirou e entregou a gravata que ela sujou com alguma coisa antes de aplicar o tira-manchas. Em dois minutos a tragédia: a mancha não só continuou impávida e até se ampliou destruindo o tecido delicado da peça. Constrangimento geral, mas muito divertido para o telespectador. (Para quem não sabe: Idalina de Oliveira, 80 anos, foi uma garota-propaganda que atuou no início da implantação da TV em São Paulo, quando os anúncios eram ao vivo e o videotape ainda não havia sido inventado.)

FUGA ALUCINADA. Ela é uma ótima jornalista e muito simpática. A entrevista era com um adestrador de animais. O convidado falou sobre suas atividades, seus clientes e “alunos”. Uma beleza. Até que pediram que ele mostrasse um dos animais adestrados e o assistente entrou com o bicho. O que aconteceu em seguida foi tão inesperado que eu esqueci qual foi o animal ele apresentou. A jornalista simplesmente deu um salto da cadeira, saiu correndo como louca, passando pelas câmeras e desaparecendo no estúdio. Caras de espanto explícito. Entrevistado e o entrevistador que sobrou perguntavam “O que aconteceu?” Passaram-se alguns segundos gastos com expressões de pasmo até alguém informar que a jornalista tinha pavor daquele bicho e não retornaria. O adestrador garantiu que o animal era inofensivo, mas não teve jeito. Embora tenha rido muito com a cena da fuga, entendo perfeitamente a situação da repórter. Afinal, se aparecessem borboletas no local de uma entrevista, eu faria a mesma coisa. 



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