terça-feira, 5 de junho de 2018

AVENIDA PAULISTA, A ANTIGA E A ATUAL.



Nessa andança pela Paulista, lembrei-me da Maison Madame Rosita, um atelier de alta costura e peleteria no final da avenida. Gostava de ver a vitrine com vestidos elegantes, mas eram os casacos de pele que me atraiam mais. Madame Rosita era Rosa de Libman, uma uruguaia que veio para o Brasil em 1935 e se tornou pioneira da alta costura por aqui. Começou na Rua Barão de Itapetininga, mudou para o Conjunto Nacional e em 1965 transferiu suas tesouras, agulhas e linhas para o palacete nº 2.295, endereço da Peleteria Americana que ela assumiu. Os tempos mudaram, a moda nem se fala, o palacete foi demolido e Dona Rosa de Libman faleceu em 1991, mas a maison continua, agora na Alameda Jaú, 1725. Na Paulista, a moda se popularizou – com a chegada da Loja Marisa (feminina), Colombo (masculina) e Hering (para todos), sem contar dezenas de outras pequenas lojas de vestuário. Endereços mais requintados acham-se nos shoppings.
Chove? Faz frio? Não importa, porque há muito a fazer na Avenida Paulista qualquer que seja o tempo. Vamos ao cinema. Há vários nos shoppings Cidade de São Paulo e Center Três, no Conjunto Nacional e no prédio da Gazeta (Reserva Cultural). Teatro? Vamos lá: Teatro Gazeta, Teatro do SESI, Teatro Eva Herz (Livraria Cultura) e Teatro do SESC.  
E por falar em livraria há duas ótimas: a Martins Fontes no Edifício Patrimônio (509) e a Cultura no Conjunto Nacional (2073). Ambas têm um espaço para café (prefiro o da Martins Fontes).

E se der fome? Não tem problema. Ao longo da avenida há desde comida de rua até a tal comida vegetariana (352). As opções vão do PanAroma (149), Garoa Paulista (320), Sabah (735) ao Bovinu’s Fast Grill no HOMS; é possível almoçar no MASP ou no SESC. Lanchonetes não faltam. Inclusive os “burgers” da vida. Há até padaria: a Benjamim.


No final da tarde, os bares com mesinhas na calçada são tomados pela turma que gosta de tomar cerveja e jogar conversa fora. (Uma homenagem a von Büllow, primeiro morador da rua?) Nos fins de semana, é um problema conseguir um lugar. Esses bares são também um bom observatório do que acontece nessa avenida: homens engravatados, mulheres bem vestidas apressados, carregando pastas; homens e mulheres com roupas informais trabalhando também, haja vista o passo apressado e o olhar preocupado; mas então passam aqueles homens e mulheres que flanam sem pressa, muitas vezes com a coleira do cão em uma das mãos e o celular na outra, indiferentes ao que os cerca... É divertido porque, se alguém quer aparecer, a Paulista é o endereço certo e, assim, muitos tipos que desfilam por lá podem ser bem extravagantes.
  

CURIOSIDADE: a avenida é o endereço de pelo menos dezenove consulados, entre os quais o da Jordânia (326), Líbano (688), África do Sul, Albânia (1754) e Itália, (1963). Embora pareça estritamente comercial, há muitos prédios residenciais na Paulista.

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