sexta-feira, 3 de agosto de 2018

UM MUSEU DE ARREPIAR




Embora não faça parte da USP, a Academia de Polícia Civil Coriolano Nogueira Cobra está localizada no campus Butantã, onde mantém o Museu do Crime. Esse museu é bem peculiar: registra o lado mais escuro da sociedade e o combate aos atos ilegais e condenáveis, assim como o trabalho de resgate e salvamento realizado pelas equipes especializadas da Polícia Civil do Estado de São Paulo. Além do acervo de criminologia e criminalística, é possível observar a evolução dos equipamentos de comunicação e de transporte ao longo do tempo. A mostra, entretanto, não é aconselhável para menores de 16 anos, já que são apresentados vários crimes hediondos, como o do Maníaco do Parque e “Chico Picadinho”.
O CRIME DA MALA – O corpo mutilado de uma jovem de 21 anos, loira e de olhos azuis foi encontrado pela polícia dentro de uma mala despachada no Porto de Santos (SP) e embarcada no navio Massiolia para Bordeaux, na França. O comandante do navio, alertado por causa do mau cheiro que exalava da bagagem, acionou a policia e as investigações levaram ao assassino na Capital. Ele era José Pistone, italiano, 31 anos, marido da vítima, Maria Mercedes Fea.
Uma história banal que virou tragédia. O casal de imigrantes italianos enfrentava dificuldades financeiras. Durante uma discussão Pistone asfixiou Maria Mercedes com o travesseiro e, para se livrar do corpo, comprou uma mala de couro e mutilou o corpo da mulher para que coubesse dentro. Em seguida viajou de trem para Santos e na estação, alugou um caminhão para transportar o volume para o porto de onde despachou a mala para um fictício Sr. Ferrero Francesco, em Bordeaux. Em seguida, Pistone contratou por 150 mil réis um táxi para voltar a São Paulo. A tragédia de Maria Mercedes Fea foi explorada pela imprensa. O corpo foi sepultado em Santos, no Cemitério da Filosofia (Saboó) e a população da cidade se encarregou de transformar em martírio a tragédia da jovem, que estava grávida quando foi assassinada. O feto encontrado junto ao corpo teria sido abortado após a morte.  Cerca de noventa anos após o assassinato, o túmulo de Maria Fea continua sendo um dos mais visitados na época de Finados.
No Museu, é possível ter uma ideia do que a polícia encontrou ao abrir a mala despachada por Pistone.
Praça Reinaldo Porchat, 219. Funcionamento: de segunda a sexta-feira. Funcionamento: de terça a sexta-feira, das 13 às 17 horas, exceto feriados.
Ilustração: escultura do Cemitério da Consolação. HPPA.


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