sexta-feira, 29 de abril de 2016

DIA INTERNACIONAL DA DANÇA

“A dança é uma das raras atividades humanas em que o homem se encontra totalmente engajado: corpo, espírito e coração. A dança é um esporte (só que completo). A dança é também uma meditação, um meio de conhecimento a um só tempo introspectivo e do mundo exterior.” Maurice Béjart, prefácio do livro Dançar a vida, de Roger Garaudy.


O azul é a cor predominante de Le Moulin de la Galette, quadro que Auguste Renoir (1841-1919) pintou em 1876. O artista registra a cena de um baile no famoso cabaré de Montmartre. A tela (131x175cm), que pode ser vista no Museu d’Orsay em Paris, tem o frescor da primavera.




Henry Toulouse-Lautrec (1864-1901) também frequentava Le Moulin de la Galette que foi o tema da obra que ele apresentou no Salão dos Independentes em 1889. Nesse mesmo ano foi inaugurado o Moulin Rouge e Toulouse-Lautrec foi contratado para fazer os cartazes da casa, que passou a frequentar. O novo cabaré tornou-se cenário de várias obras dele, onde se destacaram dançarinas anônimas e famosas, como Louise Weber e Jane Abril.  


Eles também têm seu encanto.

quinta-feira, 28 de abril de 2016

MAR SELVAGEM




"Mar, belo mar selvagem" como disse Vicente de Carvalho, o poeta santista em seu soneto  "Palavras ao Mar" em 1928. As praias não são solitárias há muito tempo, porém o mar continua indomável. Ponta da Praia, Santos. Foto de A Tribuna de 27 de março de 2016. 

terça-feira, 26 de abril de 2016

 MARIE PARA SEMPRE

Muitas vezes o coadjuvante desbanca o ator principal. Perdidos no Espaço é um exemplo clássico. Quem se importava com Guy Williams? Todos queriam mesmo saber das maldades de Jonathan Harris (Dr. Smith). Seinfeld tinha o histriônico Michael Richards (Kramer). Mais recentemente Doris Roberts tomou conta da série Everybody loves Raymond, interpretando a mãe de origem italiana tradicional sem cair óbvio. Ganhou três Emmys consecutivos. Merecidos. Morreu no dia 17 aos 90 anos. 

sexta-feira, 22 de abril de 2016

HOJE É O DIA DELA

    Entretanto, não temos muito que comemorar. Nós estamos destruindo rapidamente a Terra e fazemos quase nada para reverter a situação. Ah! Estamos procurando outro planeta similar para um dia nos mudarmos e recomeçar todo o processo destrutivo na morada nova. Esse bicho homem... Só mesmo uivando para a Lua nas noites de lua cheia. 




RIBEIRÃO PIRES
Abril azul e ensolarado é uma ótima oportunidade para um passeio interessante e de baixo custo. A boa notícia é que se você tem 60 anos ou mais não terá gastos com transporte porque não paga ônibus, metrô e trem. Destino: Estância Balneária de Ribeirão Pires. A cidade fica a 55 km da capital paulista e tem menos de 20 mil habitantes.
          As estações do metrô Luz, Brás e Tamanduateí têm conexão com a Linha Turquesa da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos). A direção é Rio Grande da Serra. É importante evitar os horários de pico – depois das 10 horas. Os trens são confortáveis, limpos e dispõem de ar condicionado. A última estação paulistana é Tamanduateí; seguem-se São Caetano, Utinga, Prefeito Saladino (Prefeito Saladino? O único Saladino, de que tinha ouvido falar foi adversário do rei Ricardo Coração de Leão. A única coisa de origem inglesa aqui é a ferrovia. Este é Saladino Cardoso Franco (1873-1951), nascido em São Bernardo, como descobri mais tarde), Santo André - Prefeito Celso Daniel, Capuava, Mauá, Guapituba (bairro de Mauá) e Ribeirão Pires.
A estação de Ribeirão fica no centro da cidade e ao lado da Rodoviária. Muitos santistas costumavam veranear nesta cidade, na época distrito de Santo André. Mas isso foi há muito tempo. O fato de a ferrovia cortar a cidade não atrapalha a vida da população que dispõe de passarela, mas prefere mesmo usar a porteira que se abre e fecha cada vez que passa o trem. Casas baixas e coloridas; ruas estreitas e sinuosas que conduzem a uma simpática área de alimentação ao ar livre. Dependendo da do dia e da hora há shows como sugere o palco no meio da praça.
A Praça Oriental inaugurada em 1971 pelo embaixador japonês no Brasil é um lugar bonito e tranquilo. Na mesma quadra encontra-se o Centro de Exposições e História (Rua Miguel Prisco, 286).  Vale a pena conhecer a igreja de São José no Centro Alto – do outro lado da linha do trem (de preferência usar a passarela para atravessar).
Há ainda os Mirantes de Santo Antonio (Rua Bela Vista, nº 190 – Jardim Mirante) com a capelinha quase centenária e o de São José (Rua Joaquim Moreno, nº 52 – Jardim Panorama), onde se acha a capela de São José, padroeiro da cidade. O Parque Municipal Milton Marinho de Moraes é banhado pela Represa Billings (Rua Major Cardim, 3100 – Estância Noblesse), enquanto o destaque no Parque Pérola da Serra é a residência em estilo colonial mexicano construída em 1943. (Rua Diamantino de Oliveira, 220 – Vila Pastoril).

O ponto mais alto do município é a Pedra do Elefante de onde se tem uma vista panorâmica das cidades vizinhas. Um passeio para quem tem tempo e disposição de caminhar 1h30 por uma trilha na Mata Atlântica. Local: Travessa da R. Miro A. Peduzzi, altura nº 900.

Praça da alimentação.


Jardim Oriental


quarta-feira, 20 de abril de 2016

PARQUE DA JUVENTUDE
Que tal visitar um belo parque de 240 mil m² que fica do lado de uma estação do metrô, dispõe de áreas de esporte e lazer, além de uma biblioteca com 35 mil títulos? Se preferir ir de carro, não se preocupe porque há estacionamento. O Parque da Juventude, situado na Zona Norte de São Paulo, é o lugar ideal para momentos de tranquilidade à sombra de árvores frondosas, que proporcionam um agradável frescor nessas tardes quentes de outono. Há espaço até para os cães de estimação. O córrego Carandiru atravessa a área no seu caminho para o Rio Tietê dando um toque bucólico ao lugar, apesar do cheiro bem desagradável.
O Parque da Juventude foi inaugurado em 2003 na área em que se erguia a Casa de Detenção de São Paulo, palco do massacre 111 detentos pela Polícia Militar em 2 de outubro de 1992. Foi demolida parcialmente em 2002 pelo Governo do Estado de São Paulo, que em seguida abriu concurso público para a implantação de um parque. O projeto vencedor deixou alguns referenciais da época da Detenção: parte da muralha, ruínas das celas; a oficina de trabalhos manuais foi transformada em ginásio que abriga uma academia. Os pavilhões 4 e 7 foram reformados e abrigam duas Escolas Técnicas (ETECs).
No espaço das Escolas Técnicas, encontra-se também o Acessa São Paulo, programa de inclusão digital do Governo do Estado, onde o público tem acesso gratuito às novas tecnologias da informação e comunicação. Um pouco mais adiante está o prédio da Biblioteca de São Paulo.
O Parque da Juventude já ganhou duas esculturas. A “Espheropeia” é uma instalação do artista plástico Gilberto Salvador, feita em fibra de carbono, com 5 m de largura x 8 m de comprimento; a outra, que é do italiano Domenico Calabrone, tem 6 m de altura, foi feita em bronze e chama-se “Um sonho de liberdade”.

         O Parque da Juventude é administrado pela Secretaria de Estado do Meio Ambiente, por intermédio da Coordenadoria de Parques Urbanos. A entrada ao lado da Estação Carandiru do metrô é na Avenida Cruzeiro do Sul, 2630. A entrada do estacionamento é pela Avenida Zaki Narchi, 1309. 
O metrô a caminho do Tucuruvi.

Espheropeia”, de Gilberto Salvador.

Córrego Carandiru  
 



domingo, 17 de abril de 2016

 CAFÉ E SAÚDE

Tomar café é um hábito mais do que prazeroso. É saudável de acordo com várias pesquisas realizadas no exterior e publicadas em revistas especializadas. Duas ou três xícaras de café por dia bastam para que os homens corram 40% menos riscos de vir a sofrer de algum tipo de disfunção erétil (revista científica PLOS One). Consumidores de café têm um risco 50% menor de desenvolver diabetes tipo 2 do que aqueles que não consumem a bebida de acordo com estudo grego (Nature’s European Journal of Clinical Nutrition). Outro estudo revela que o café é eficaz tanto no tratamento como na prevenção da depressão (Proceedings of the National Academy of Sciences, revista da Academia Americana de Ciências).
O site português SAPO traz matéria de Nuno Noronha sobre doze estudos sobre os benefícios do café para a saúde.


sexta-feira, 15 de abril de 2016

      OS ITALIANOS E A AMÉRICA LATINA
 Em 2016 comemora-se o ano da Itália na América Latina. E o primeiro italiano que se tem noticia oficial a chegar a este lado do mundo foi mesmo Cristóvão Colombo e o nome do continente foi uma homenagem a outro italiano, Américo Vespúcio – aquele que foi nomeando tudo que avistava na costa brasileira. Desde então os italianos são presença marcante no Novo Mundo, mas foi no final do século XIX e início do XX, que eles desembarcaram em massa nos portos americanos – especialmente dos Estados Unidos, Brasil e Argentina. Todos dispostos a “fazer a América”.
A desilusão levou milhares de volta à Itália, mas os que ficaram e superaram as dificuldades, que não foram poucas, deixaram marcas profundas na cultura dos países que os acolheram. No caso do Brasil, fizeram história. Seja a famosa Marietta, bailarina, 21 anos, natural de Parma, que desembarcou no Rio de Janeiro, em 1849, conquistou a família real com sua arte e logo pôs a Corte em polvorosa quando levou para o palco o lundu com suas umbigadas voluptuosas, sem contar que logo se declarou antimonarquista. Difícil esquecer Giuseppe Garibaldi (1807-1882), que viveu no Rio de Janeiro, teve intensa participação nas lutas no sul do continente e de quebra casou-se com uma brasileira, Ana, Anita, e depois partiu para a luta pela unificação da Itália.
Entretanto, foi no século passado que a grande onda italiana nos marcou definitivamente. Em São Paulo, especialmente, muitos logo trocaram a lavoura pelas cidades onde puderam dar vazão ao espírito empreendedor e criativo. O resultado salta à vista. Artistas como o pintor Alfredo Volpi (1896-1968), o escultor Victor Brecheret (1898-1955) e o artista gráfico Ângelo Agostini (1843-1910). Só para citar alguns. Uma pesquisa sobre as origens étnicas dos empresários paulistas realizada em 1962 mostra que os italianos representaram 34,8% do empresariado, seguidos por brasileiros (15,7%). Estudiosos do nosso idioma (doação dos portugueses) dizem que nosso vocabulário cotidiano inclui 383 palavras de origem italiana entre as quais aquarela, bravata, cafona, cantina, caricatura, cascata, fiasco, loteria, poltrona, ribalta e, claro, tchau. (Fonte: Revista da Biblioteca Nacional)
As comemorações em questão envolvem 20 países: Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Costa Rica, Cuba, Equador, El Salvador, Guatemala, Haiti, Honduras, México, Nicarágua, Panamá, Paraguai, Peru, Republica Dominicana, Uruguai e Venezuela. 

Para marcar o ano da Itália na América Latina, O MAC USP promove a exposição Depero futurista e artista global, com curadoria de Maurizio Scudiero e o apoio do Istituto Italiano di Cultura de São Paulo. A mostra reúne um conjunto da produção gráfica do artista, principalmente no âmbito da publicidade.






MAC USP IBIRAPUERA – Avenida Pedro Álvares Cabral, 1301. Aberto de terça a domingo das 10 às 18 horas. Não tem estacionamento. 

quinta-feira, 14 de abril de 2016

Bom dia, café! 
De manhã que coisa louca, 
Delicia nossa boca (...) 

Verdade. O dia não começa sem um café. Na casa em que cresci havia um pé de café e eu adorava comer as cerejas vermelhas que periodicamente enfeitavam o arbusto. Naquela época só tomava café com leite condensado (argh!). Custou um pouco para eu apreciar o sabor dessa bebida negra, perfumada e intensa. O primeiro café é sempre de coador e servido com um pouco de açúcar. Os demais, sempre expresso e sem açúcar. O melhor café que já tomei foi na Itália. O pior? Não lembro porque no momento em que tomei era melhor que nenhum.
O café chegou ao Brasil no início do século XVIII, mas a cultura cafeeira só se consolidou internacionalmente no século XIX. O Brasil é o principal produtor de café do mundo – uma posição que mantém há 150 anos. O desenvolvimento do Porto de Santos e a implantação da São Paulo Railway são resultado do crescimento da lavoura cafeeira.
A cidade de Santos floresceu à sombra do café. Muito antes que se falasse em globalização, ela se instalara na cidade praiana no final do século XIX. Bancos, casas exportadoras, agências de navegação, clubes recreativos, igrejas foram testemunhos da presença marcante de ingleses, alemães, franceses nos negócios da cidade. E naturalmente a população da cidade vivia em torno do comércio do café, como comissários, classificadores, ensacadores, provadores, torrefadores, corretores de café. O centro de Santos ganhou um belo prédio para abrigar a Bolsa Oficial do Café, obra de Roberto Simonsen, inaugurada no centenário da Independência do Brasil e, atualmente, Museu do Café.
Hoje é dia internacional do café. “Bom dia, café!”.


Bom dia, café! 
Samba de Victor Simon, gravação de Roberto Luna (Valdemar Farias, 1929).


Bom dia, café! 
O café que a gente toma, 
E que tem o doce aroma, 
Desta terra primaveril. 

Bom dia, café! 
Ouro verde esperança, 
Que a brisa verde balança, 
Nas manhãs do meu Brasil. 

Bom dia, café! 
Bronzeado e moreno, 
Meu cafezinho pequeno, 
Que gostoso que você é. 

Bom dia, café! 
De manhã que coisa louca, 
Delicia nossa boca, 
Bom dia, meu café. 

Soca, soca, soca, pilão, 
Abana Sinhá, peneira na mão. 

terça-feira, 12 de abril de 2016

A GUERRA DOS LIVROS
         O poeta alemão Christian Johann Heinrich Heine (1797-1856) de origem judaica escreveu que “onde se queimam livros ainda se queimarão pessoas.” Mal sabia ele que seu país promoveria 77 anos após a sua morte a queima de 44 mil livros, precedendo o holocausto do povo judeu na Europa ocupada. Cerca de dez mil autores judeus e não judeus alemães, e estrangeiros não alinhados com as ideias nazistas foram proibidos pelo regime, que organizou grandes fogueiras pelo país, incentivando a destruição de livros que, na opinião dos nacionais socialistas, denegriam a língua alemã e os ideais nacionalistas. O mais assustador foi a participação de universidades na ação que durou vários dias a partir de 10 de maio de 1933.
Escritores do mundo todo repudiaram a ação nazista. A escritora americana Hellen Keller (1880-1968) se manifestou de forma perfeita: “Vocês podem queimar meus livros e os livros das maiores mentes da Europa, mas as ideias neles já se infiltraram através de milhões de canais e continuarão a estimular outras mentes”. Em Londres H. G. Wells afirmou que “os livros, depois de impressos, possuem uma vitalidade que supera qualquer ser humano e continuam falando como se nada tivesse acontecido”.
O resultado da ação criminosa dos nazistas foi a criação em Paris, por iniciativa de Wells com apoio de outros escritores, da Biblioteca dos Livros Queimados, onde foram reunidos os exemplares de todos as obras proibidas ou queimadas pelo bando de Hitler. Aberta ao público na primavera de 1934, ela foi mantida durante a ocupação alemã e, embora fechada para o público francês, era frequentada pelos alemães.
Em 1938, os nazistas já haviam proibido dezoito categorias de livros, 4.175 títulos e as obras completas de 565 autores entre os quais Thomas Mann, Heinrich Mann, Jack London, Hellen Keller, Albert Einstein, Hemingway, Stephen Zweig, Freud e Jung, Romain Rolland, Jean Jacques Rousseau, Vick Baum, Bertolt Brecht, Walter Benjamin, Robert Musil, Arthur Koestler e Winston Churchill.
Antes mesmo de se envolver no conflito mundial, os Estados Unidos iniciaram uma guerra contra os alemães no campo das ideias. Quando começou o serviço militar obrigatório em dezembro de 1940, o Exército planejava construir bibliotecas em todos os campos de treinamento, mas os recursos eram insuficientes e a solução foi a realização de uma série de campanhas públicas para atingir a meta de 10 milhões de livros para os soldados. O trabalho, que envolveu bibliotecários de todo país, editores e a população em geral teve uma resposta rápida: um milhão de livros doados só nos primeiros meses, mas naturalmente enfrentou várias dificuldades para atingir a meta almejada. Na verdade, a ideia das bibliotecas para soldados fora implantada em escala mais modesta na I Guerra.
Os detalhes da história dessa batalha no campo das ideias encontram-se na obra de MollyGuptill Manning “Quando os livros foram à guerra”, publicado pela Casa da Palavra. 

 Os soldados britânicos também eram ávidos leitores e 
muitos escreveram poemas sobre a guerra. 
Esta antologia reúne 80 poemas de combatentes
 das duas grandes guerras.

domingo, 10 de abril de 2016

MULHERES NA REDAÇÃO
(7 de Abril: Dia do Jornalista.)

PIONEIRA SANTISTA
Até as três primeiras décadas do século XX em Santos, o jornalismo era território exclusivamente masculino. Às mulheres era reservado o espaço da cultura, colaborando com contos, poemas, crônicas e até mesmo folhetins. Não iam para as redações. A pioneira do jornalismo na Baixada Santista foi Rosinha Matrangelo (1911-1986): quebrou o tabu em 1932, quando foi trabalhar no jornal A Noite, de Mário Amazonas e Clodomiro Amazonas Duarte, onde ficou até 1935.
Em uma entrevista publicada no jornal Cidade de Santos, na década de 1970, ela contou que andou mais de 18 km até Barra do Una do Sul pelo meio do mato para mostrar as dificuldades de comunicação com aquela área. Em 1939, Rosinha ingressou na Radio Clube de Santos. Sem deixar o jornalismo, especializou-se em escrever radionovelas.
Foi sob a direção de Rosinha Mastrangelo, na Rádio PRB-4, que a jovem Cacilda Becker (1921-1969) começou a fazer radioteatro. Na entrevista, ela contava do orgulho que sentia pelo desenvolvimento de Cacilda, que se tornou uma das maiores atrizes brasileiras.
Ao longo da vida Rosinha produziu cerca de 500 radionovelas e achava que a mais popular havia sido “As duas mães”. Ela nunca deixou o jornalismo – trabalhou ainda na Gazeta Popular e depois no Diário, do Grupo Associados, onde se aposentou em 1967. Foi também cronista carnavalesca (escrevia sob o pseudônimo de Pierrô Azul) e lançou o primeiro concurso de rainha do carnaval santista em 1950. Grande incentivadora do teatro, na mesma época, Rosinha Mastrangelo realizou o Festival de Teatro Amador, que foi o primeiro de muitos que se realizaram na cidade, promovendo inovações cênicas e lançando novos atores.
Ela deixou dois livros de poesia: “Poemas para seus olhos” e “Sentimental”; e dois de crônicas: “Em Momento de Meditação” e “Fatos sem Fotos”. Rosinha Mastrangelo é patrona da cadeira nº 36 da Academia Feminina de Ciências, Letras e Artes de Santos. O Teatro de Arena “Rosinha Mastrangelo” é uma homenagem da cidade à pioneira do jornalismo na Baixada.
 Foto: site www.novomilenio.inf.br 


A PREMIADA MAJOY
A paulista Sylvia de Arruda Botelho Bittencourt (1896-1995) foi poeta e cronista, mas brilhou mesmo no jornalismo. Entre outros veículos, ela trabalhou no Correio da Manhã, jornal de oposição e que foi um dos mais lidos do país. Casada com Paulo Bittencourt, proprietário do jornal, Sylvia escrevia sob o pseudônimo de Majoy. Em 1941, ela recebeu o Prêmio Maria Moors Cabot da Columbia Journalism School (USA), tornando-se a primeira mulher a receber a honraria. Durante a II Guerra Mundial (1939-1945), cobriu o conflito na Europa como correspondente da United Press.
Ela esteve em duas oportunidades na área de atuação da Força Expedicionária Brasileira – FEB. O tenente Massaki Udihara (1913-1981) registrou em seu diário a visita de Majoy ao acampamento de Nápoles, no dia 25 de julho de 1944: “Não seria diferente, se não fosse uma visita de surpresa. Jantou conosco Majoy, correspondente de guerra. Meia idade, desembaraçada, falando como as mulheres falam. Expendeu idéias que indicam um conhecimento maior que o comum das mulheres e uma melhor compreensão da época”. (Um médico brasileiro no front, S. Paulo: Imprensa Oficial, 2002.) Majoy é citada também em “O diário de um Pracinha”, de Joaquim Xavier da Silveira – e em “Os correspondentes de Guerra e a cobertura jornalística da FEB”, de Leonardo Guedes Henn.
A família de Sylvia mudou para o Rio de Janeiro, quando ela era criança. O cenário de infância foi Largo do Boticário que ela nunca esqueceu e muitas décadas depois, junto com o marido Paulo, ajudou a recuperar. Em 1985, Majoy publicou o livro “Ana Carolina”, uma coletânea de poesias infantis dedicada à neta. O Correio da Manhã desapareceu em 1974, vítima da luta da contra a ditadura, mas já não pertencia a Paulo Bittencourt.


terça-feira, 5 de abril de 2016

Júlio Prestes
O Arquivo Público do Estado de São Paulo abre hoje (5/4) a exposição "Júlio Prestes, o último presidente da República Velha: arquivo privado de um homem público". A programação inclui um seminário que ocorre no auditório da instituição a partir das 9h30, com uma série de palestras durante todo o dia. Historiadores, arquivistas e especialistas da área de preservação apresentam estudos e suas experiências no trabalho de pesquisa e preservação de arquivos privados. 
Júlio Prestes iniciou sua carreira política em 1909, como deputado estadual em São Paulo. Assumiu o governo do Estado de São Paulo em 1927 e, indicado por Washington Luís, candidatou-se e venceu as eleições à presidência da República em 1930. No entanto, não assumiu o cargo – foi o único presidente eleito pelo voto popular a ser impedido de tomar posse. O motivo foi a Revolução de 1930, que levou Getúlio Vargas ao poder. Exilado na Europa, Júlio Prestes regressou ao Brasil em 1934, com a constitucionalização do país. Voltou à cena política somente em 1945. Morreu em São Paulo, em 1946, aos 63 anos.
A mostra proporciona aos visitantes a oportunidade de conhecer a diversidade de acervo privado de Júlio Prestes de Albuquerque, doado ao APESP por familiares do político em 1981. Além de documentos oficiais, que dão uma visão do cotidiano da administração pública de São Paulo entre os anos de 1916 e 1943, a exposição apresenta fotografias e objetos de recordações como pedidos encaminhados a Júlio Prestes pela população, discursos, poemas escritos pelo político e até um manifesto sobre a importância do voto feminino.
Júlio Prestes iniciou sua carreira política em 1909, como deputado estadual em São Paulo. Assumiu o governo do Estado de São Paulo em 1927 e, indicado por Washington Luís, candidatou-se e venceu as eleições à presidência da República em 1930. No entanto, não assumiu o cargo - foi o único presidente eleito pelo voto popular a ser impedido de tomar posse pela Revolução de 1930, que colocou Getúlio Vargas ao poder. Exilado, Júlio Prestes regressou ao Brasil em 1934, com a reconstitucionalização do país. Voltou à cena política somente em 1945. Morreu em São Paulo, em 1946, aos 63 anos.

 Arquivo Público do Estado de São Paulo: Rua Voluntários da Pátria, 596 – ao lado da estação Tietê do Metrô. Entrada gratuita.

sábado, 2 de abril de 2016

LIVRO INFANTO-JUVENIL

Hoje é dia do Livro Infanto-juvenil. Os clássicos infanto-juvenis são para a vida toda. Na idade madura pode-se mergulhar com muito prazer nas Aventuras de “Huckleberry Finn”, participar das “Viagens de Guliver” depois de ter explorado “A Ilha do Tesouro” ou a Terra do Nunca com “Peter Pan”.  Que tal “A roupa nova do Imperador”? Que delícia foi descobrir as intrigas da realeza anglo-francesa com “Os Três Mosqueteiros” e depois ir em busca de mais aventuras de capa e espada! Junte-se a todos esses heróis os habitantes do Sítio de Pica-pau Amarelo e nessa transição para a vida adulta a paixão pela leitura estará praticamente inoculada para sempre na vida dos garotos. (Até hoje adoro os contos de Grimm e a história de Peter Pan. Monteiro Lobato, uma paixão mais antiga.)