sexta-feira, 31 de julho de 2020

O PEQUENO PRÍNCIPE

Antoine-Jean-Baptiste-Marie-Roger Foscolombe, conde de Saint-Exupéry, foi uma pessoa com espírito aventureiro e vários talentos ‒ escritor, ilustrador e piloto. Nasceu na época certa, quando se iniciava a aviação e toda uma geração de homens e mulheres se pôs a bordo de máquinas incrivelmente canhestras para a conquista dos ares. Era o tempo da quebra de recordes de distâncias, de viagens ousadas que os transformavam em heróis aplaudidos por multidões encantadas por seus feitos.     

Antoine de Saint-Exupéry estudou na França e na Suíça; depois de ter sido reprovado nas provas para a Escola Naval, ingressou no 2º Regimento de Aviação de Estrasburgo aos 21 anos para prestar o serviço militar e obteve o brevê em Rabat, Marrocos.

Já estava com 26 anos quando iniciou sua carreira como piloto civil, fazendo a linha Toulouse, Casablanca e Dakar. Em 1926 a revista de literatura e de cultura geral Le Navire d’Argent publicou a novela “O Aviador”, em que Exupéry descreve o fascinante mundo dos aviadores e reflete sobre a condição humana.

        Quando comandava um posto em Cabo Juby, em Marrocos, recebeu o cognome de “senhor das areias”. Nesse período escreveu o romance “Correio do Sul” (1929). Foi ainda em 1929 que passou a fazer rotas mais longas e foi incluído na equipe de pilotos baseados na América do Sul. Coube a ele a rota Buenos Aires ‒ Rio de Janeiro da Aero Postale, com escalas em cidades do sul do Brasil. Deixou marcas em Florianópolis (SC), onde se tornou popular, especialmente, na praia do Campeche. Mas a pronúncia de seu nome era um problema e ele acabou conhecido como “Zeperri”. Não é por acaso que há tantos lugares com referências ao Pequeno Príncipe.

        Ele retornou à Europa em 1931. Em 1935 participava com André Prévot da corrida aérea Paris-Saigon (atual Ho Chi Minh, Vietnã) quando sofreu um acidente sobrevoando o deserto do Saara à noite. Embora tenham saído ilesos, passaram quatro solitários dias à espera de resgate.  

     Em 1939 publicou novo livro ‒ “Terra dos Homens”. Quando a II Guerra (1939-1945) começou, retomou a carreira militar e quando os alemães ocuparam a França, foi para os Estados Unidos de onde voltou para engajar-se nas Forças Francesas Livres, comandadas pelo general Charles De Gaulle. Era o piloto mais velho em ação. Durante essa época turbulenta ele escreveu quatro livros, inclusive sua obra mais popular, “O Pequeno Príncipe” (1943).  Os outros foram: “Piloto de Guerra” (1942), “Carta a um refém” (1943) e “Cidadela”, publicada postumamente.

        No dia 31 de julho de 1944, às 8h45, Saint-Exupéry partiu de uma base aérea na Córsega, Mediterrâneo, com a missão de reconhecimento na França ocupada. Ele pilotava um Lockheed P-38 e seu retorno estava previsto para a meia-noite e meia, mas após uma espera vã de três horas, foi dado como desaparecido. Saint-Exupéry transformou-se em uma lenda.

        Em 1988, um pescador na costa de Marselha encontrou em sua rede o bracelete de prata de identificação do piloto. Em 2004 os destroços do avião foram recuperados na costa da cidade francesa, solucionando o mistério da morte de Saint-Exupéry. O piloto cumpriu a missão e no retorno à base encontrou a morte.

        De acordo com a jornalista Stacy Schiff (The New York Times, 2004), na década de 1930, perguntaram ao piloto e escritor que tipo de morte preferia e ele teria escolhido a água: “Você não sente que está morrendo. Simplesmente sente que está caindo no sono e começando a sonhar." Será?

        Nunca li os livros de Saint-Exupéry, nem mesmo “O Pequeno Príncipe” (vendeu mais de 80 milhões de cópias), mas admiro o aventureiro e o piloto...  


terça-feira, 28 de julho de 2020

O QUE HÁ DE NOVO VELHINHO?

 A pergunta ao Pernalonga não poderia ser mais oportuna, afinal nada como usar o seu famoso bordão contra ele que hoje comemora 80 anos.  Mais o coelho da Warner continua jovem. Divertido. Adorável.


VERBOS IRREGULARES


Assim, à toa, lembrei-me de Dona Zulmira, professora de Português do Liceu Feminino Santista, que costumava dar um visto no caderno para conferir se fazíamos o dever de casa. Era uma senhora baixinha, gordinha e de cabelos brancos, que à medida que passava de uma carteira para outra dizia, ameaçadoramente, que os erros saltavam a seus olhos instantaneamente. Eu, com 12/13 anos, acreditava, piamente. Suas aulas eram ótimas. Guardo até hoje o caderno do segundo ano e ainda o consulto e por isso sei que ela nos enganava. Encontrei erros aqui e ali. Seus ensinamentos só nos enriqueceram e mesmo aqueles que se mostraram dispensáveis têm um lugar especial na minha memória.
Como o verbo apropinquar/apropinquar-se cuja conjugação aproximava-se de um trava-língua. Nunca o usei, mas às vezes me vem à memória. Uma memória que, com o tempo, vai se tornando estranha. Capta nos seus escaninhos palavras que saíram de moda ou são de pouco uso. Como no dia em que passando por uma vitrine vi o objeto que pareceu o presente ideal para um velho amigo em busca de novas atividades. Entrei e perguntei o valor do almofariz à balconista que me garantiu não ter produto. “Não? Há um na vitrine.” Ela se surpreendeu e pediu que lhe mostrasse. Saímos e mostrei-lhe o almofariz de pedra. “Ah! Pilão!” Pensei com meus botões por que escolhera logo almofariz? Sei lá... Ou como no dia em que só me ocorria a palavra em inglês que, no momento não me ajudava em nada...  Pensei em moscar-me ‒ ah! Outro verbo dos tempos de Dona Zulmira, que não se apiedava de nossa ignorância e, nós, meninas do Liceu, resfolegávamos depois de conjugar esses verbos tão irregulares...
A lição é de 4 de março de 1957. 

O Liceu Feminino Santista abriu as portas para os meninos e assim teve o nome mudado para Liceu Santista; mas mudou de endereço também deixando a Vila Nova (Rua da Constituição) para o Jose Menino (Avenida Francisco Glicério). As lembranças permanecem com as meninas, já não tão meninas. (Foto: Hilda Araújo.)




segunda-feira, 27 de julho de 2020

SÃO BENTO E SANTA IFIGÊNIA


Uma igreja em cada ponta. O novo viaduto combina bem com o velho jeito paulistano de dar nome às ruas: ele é o caminho que vai da igreja de São Bento à Igreja de Santa Ifigênia. No dia 4 de julho de 1598, Frei Mauro Teixeira chegou a São Paulo com a missão de construir uma ermida em evocação da São Bento e escolheu o lugar fora da Vila em que vivera o cacique Tibiriçá. Em abril de 1600 a Câmara autorizou a construção do convento, mosteiro ou casa beneditina, “livres e isentos de todo tributo e pensão, de hoje até o fim do mundo”. Em 1650 foi construída uma nova igreja, que se tornou um ponto de referência importante, especialmente para os viajantes. Com o passar do tempo, novamente a igreja precisou de reformas e no início do século XX, foi construído o prédio atual ente 1910 e 1922, projeto do arquiteto alemão Richard Berndl (1875-1955), e a ornamentação interna ficou a cargo do monge holandês Adelbert Gresnicht (1877-1956). O relógio do Mosteiro, dotado de um carrilhão de seis sinos, também é alemão e foi instalado em 1921. 
Foto: Maik Pereira, Flickr, Wikipedia. 

Na outra ponta do viaduto está a Igreja de Nossa Senhora da Conceição de Santa Ifigênia. Ela teve origem em uma capela na Igreja de Nossa Senhora do Rosário em 1758 por iniciativa do bispo frei Antônio da Madre de Deus; em 1794 foi transferida para a antiga Capela de Nossa Senhora da Conceição que existia desde 1720. Em 1809, o príncipe regente D. João, autorizou a transferência da igreja, dando origem à paróquia de Nossa Senhora da Conceição e Santa Ifigênia.
No início do século XX, a igreja antiga foi demolida e substituída pela atual, projeto do arquiteto austríaco Johan Lorenz Madein (1857-1918), que se inspirou em igrejas românicas alemãs . As obras se arrastaram por anos e terminaram em 1913, mas igreja já funcionava desde 1910. A igreja de Santa Ifigênia foi a catedral de São Paulo durante o período em que era construída a nova igreja na Sé (1930-1954). Desde 1958 é Basílica do Santíssimo Sacramento, condição a que foi elevada pelo Papa Pio XII.  
Foto: Hilda Araújo.

domingo, 26 de julho de 2020

OS 107 ANOS DO VIADUTO SANTA IFIGÊNIA


O Viaduto Anhangabaú (1892), o primeiro a ser construído em São Paulo,  proporcionou o crescimento da cidade a tal ponto que 44 anos depois precisou ser refeito com técnicas que garantissem o tráfego intenso que a metrópole ganhara ao longo dos anos. Paralelo a ele reina o belo Viaduto Santa Ifigênia que neste dia 26 de julho comemora 107 anos. Muito antes da globalização a construção do viaduto paulistano envolveu ingleses, americanos, belgas, italianos, alemães e brasileiros. O prefeito da cidade era o pernambucano Raymundo Duprat (1863-1926) que pôs em execução um projeto apresentado à Câmara em 1904 para a edificação de um novo viaduto ligando o Largo de São Bento ao Largo de Santa Ifigênia para desafogar o trânsito já intenso da região.
A autorização da construção ocorreu em 1906 e o edital de concorrência para a realização da obra só foi publicado em 1908, após aprovação do projeto definitivo e seu respectivo orçamento. O projeto foi idealizado pelos engenheiros Giulio (Júlio) Micheli (1862-1919), Giuseppe Chiapori e Mário Tibiriçá. Estilo: art nouveau.
As obras só começaram dois anos depois graças a um empréstimo dos ingleses no valor de 250 mil libras. A estrutura metálica, com cerca de mil e cem toneladas, foi importada da Bélgica; a empresa norte-americana Lidgerwood Manufaturing Co. Ltda., estabelecida no Brasil desde os tempos do Império, encarregou-se da montagem, enquanto a execução das fundações foi responsabilidade do mestre de obras alemão Johann Grundt.
O viaduto foi concluído três anos depois e inaugurado com muitas festas no dia 26 de julho de 1913. Ele tem 225 metros de comprimento, por 13,60 metros entre as guardas e um declive de 6 mm. O nome só foi oficializado em 1916.
Ao longo desses 107 anos a obra de arte passou por dois restauros: em 1978 e em 2000. No primeiro, a estrutura foi recuperada e ganhou pintura dourada, o piso recebeu revestimento de pastilhas e ainda instalaram-se luminárias de estilo antigo. Nessa ocasião foi anexada a escada metálica de acesso ao Vale do Anhangabaú e o viaduto tornou-se exclusivo para pedestres.
Fotos: Hilda Araújo.

sábado, 25 de julho de 2020

ROMA: ARCO DE CONSTANTINO.

Por aqui ficamos felizes quando encontramos construções centenárias que resistiram à febre da destruição do “velho” do antigo. No Velho Mundo, as coisas são bem diferentes. Hoje, por exemplo, o Arco de Constantino completa 1705 anos de existência em ótimas condições. Ele foi erguido por ordem do Senado romano para homenagear o imperador Constantino (272-337), mas dependendo do historiador consultado há outras possibilidades. Esse arco triunfal, com três passagens centrais, mede 21 m de altura, 25 m de largura e 7,4 m de profundidade. Ele é revestido de mármore e os relevos e esculturas referem-se a vários momentos da história romana.

Foto: HPPA, 23 de setembro de 2011. 

Localização: Via di San Gregorio, próximo à Praça do Coliseu, Roma.

quarta-feira, 22 de julho de 2020

ENCANTOS DA NATUREZA

Logo cedo helicópteros sobrevoam a região. Um barulho insuportável. E num mau início de manhã como esta nada como o belíssimo canto desta pequena ave (15 cm) que vive no Velho Mundo. O rouxinol canta durante o dia e mesmo à noite entre março e abril; em agosto migra para a África. O cantor é o macho e seu canto tem mais de 250 variações, segundo os ornitólogos. 

“Tu não nasceste para a morte, ave imortal!

Não te pisaram pés de ávidas gerações;

A voz que ouço cantar neste momento é igual

À que outrora encantou príncipes e aldeões:

Talvez a mesma voz com que foi consolado

O coração de Rute, quando, em meio ao pranto,

Ela colhia em terra alheia o alheio trigo;

Quem sabe o mesmo canto

Que abriu janelas encantandas ao perigo

Dos mares maus, em longes solos, desolado.”

 Versos do poeta romântico inglês John Keats (1795-1821) da sua “Ode a um rouxinol”, em tradução de Augusto de Campos (1931). 


segunda-feira, 20 de julho de 2020

FARINHA, OVO, MEL, LEITE E FERMENTO.

Comemorar aniversário é coisa que provavelmente o homem faz desde que aprendeu a organizar um calendário. Os persas muitos séculos antes da era cristã consideravam que a data mais importante na vida de uma pessoa era o dia do seu nascimento e por isso aproveitavam a ocasião para comer e beber com os amigos. Isso em um tempo em que a comida era escassa e, portanto, cara. Na Bíblia, os aniversários citados são dignos de páginas policiais. No Gênesis, o Faraó no dia do seu aniversário manda matar o padeiro. (O escriba esqueceu-se de colocar o nome do Faraó.) Nos Evangelhos, Mateus conta que Herodes na festa de seu aniversário, entusiasmado com a dança de Salomé, promete dar-lhe o que ela quisesse como recompensa. A perversa pede-lhe nada menos que a cabeça de João Batista. Por essas e outras durante muito tempo o costume de comemorar o dia do nascimento foi abominado pela Igreja que considerava coisa de pagão, mas a tradição parece ter vencido as resistências religiosas.
Onde tem bebida há, claro, muita cantoria. E se perde nos tempos o uso das libações seguidas das chamadas canções de beber ou coretos de mesa (como dizem os mineiros). Muito antes de o europeu aportar neste novo mundo, os ameríndios já se dedicavam à arte de beber e cantar. Infelizmente perdemos os registros dessas raízes e temos que nos contentar com o “Happy Birthday To You” ou “For hes a jolly good fellow” que, segundo o Guinness Book, são as duas canções mais populares do mundo. Então naquele tempo distante alguém (uma mulher?) misturou farinha, ovos, mel, leite e fermento, assou a massa e surgiu o bolo, feito especialmente para ocasiões festivas, pois é absolutamente inútil em se tratando de alimento. Bolo vem de bola e, portanto, tem que ser redondo. O motivo é simples: facilita na hora de dividir a iguaria entre os convidados.
Que importa se surgiu em aniversários e foi levado para os casamentos ou vice-versa? Importante é que foram sendo acrescentados novos ingredientes e o bolo foi se aprimorando. Quando o convidado está indo embora, não se deve esquecer de lhe entregar o tradicional pratinho com algumas guloseimas servidas na festança. A lembrança ou a prova para aqueles que não compareceram por algum motivo. Ou simplesmente gentileza do anfitrião. O costume é japonês, portanto, deve ser milenar, mas chegou ao Brasil através dos colonizadores portugueses que o trouxeram de suas andanças por Catai séculos atrás. Tão gostoso quanto o bolo de aniversário dividido com os amigos é descobrir que por trás de nossos mais simples gestos há uma história que se perde no tempo. 
O velho e bom “Parabéns a Você” chegou ao Brasil em 1942 – época da política de boa vizinhança de Roosevelt. Na época, a Rádio Tupi do Rio de Janeiro lançou um concurso para escolher a letra para a canção americana de 1893. Quem venceu foi a farmacêutica paulista de Pindamonhangaba Bertha Celeste Homem de Mello (1902 ‒1999). (A letra correta é Parabéns a você/ nesta data querida./ Muita felicidade, /muitos anos de vida.)
(Publicada em 2013.)

domingo, 19 de julho de 2020

LEMBRANÇAS: RINALDO CALHEIROS E SILVANA.

Ainda nos anos de 1960 a TV Record mantinha um programa (se não me falha a memória às sextas-feiras) com as músicas mais vendidas da semana. A audiência era grande porque proporcionava a oportunidade de ver e ouvir os cantores no topo da fama ‒ muitas vezes fugaz. Uma parada de sucessos que, na verdade, foi também o título de um programa semelhante em outro canal. Foi nesse programa que ouvi e me apaixonei pela voz perfeita de Rinaldo Colheiros (1926-2014), que fez dupla com Silvana, dona de voz muito bonita também. Ambos sumiram, mas não os esqueci. Ficaram guardados em algum lugar da memória destinado às coisas belas da vida. Anos atrás me lembrei da dupla, mas tive dificuldades para encontrar alguma gravação. 

Ontem, para minha grande surpresa e felicidade, ao abrir o youtube por alguma mágica me deparei com os dois, Rinaldo Calheiros e Silvana. Foi uma viagem no tempo. Gravações perfeitas permitem apreciar toda a beleza da voz e a bela interpretação dele. Com a Bossa Nova, a Jovem Guarda e o Tropicalismo grandes cantores foram perdendo espaço, mas quem os ouviu, não os esqueceu. 

Calheiros era alagoano e Silvana é carioca e li em algum lugar que ela continua em atividade.

sábado, 18 de julho de 2020

A FUGA DO DOCE PÁSSARO DA JUVENTUDE

 SAPO Magazine publicou uma lista preciosa com os atores e diretores que têm mais de 80 anos, com fotos atuais e da juventude. Eu, que sou durona, cheguei a me emocionar ao ver tão mudados alguns rostos, que provocaram palpitações na nossa juventude. Como se o tempo só tivesse passado para eles... 

                          Sean Connery é o meu ator preferido. Assisti até “Coração de Dragão”, quando percebi que ele dava voz à fera. E o filme é bem divertido.
 

 

Sean Connery é o meu ator preferido. Assisti até “Coração de Dragão”, quando percebi que ele dava voz à fera. E o filme é bem divertido. Morgan Freeman é outro que admiro demais ‒ não importa o papel, ele consegue se destacar sempre. Como em “Ladrões com muito estilo”, com Michael Caine e Alan Arkin (todos acima dos 80 anos) e “Antes de Partir”, com Jack Nicholson (que também está na lista), já idoso e com o mesmo carisma.

As fotos trazem lembranças. Don Murray ‒ memorável ao lado de Marilyn Monroe em “Nunca fui Santa”. Sidney Poitier é um dos ótimos atores dessa lista de veteranos. Como esquecer “Acorrentados” com Tony Curtis, “Ao mestre com carinho” e “No calor da noite”? Gosto muito de Alan Alda e entre os filmes que fez recordo de “Tudo bem no ano que vem”, mas o melhor mesmo é “Crimes e Pecados”, de Woody Alan. Na TV estrelou a série MASH com Wayne Rogers, e que deixou saudade.

Dick Van Dike? Inesquecível na deliciosa comédia musical “Mary Popins”; o sempre elegante Christopher Plummer interpretou o capitão Von Trap em “A Noviça Rebelde”, outro musical de sucesso (não gosto) entre muitos outros papéis. Richard Chamberlain estrelou “Dr. Kildare”, no papel de um médico que todo paciente sonhava em ter, e “Shogun”, minissérie de 1980 muito bem feita. David McCallum e Robert Wagner estão em atividade e os tenho visto na série NCSI. William Shatner abandonou a USS Enterprise, mas continua a jornada. Muito bom vê-los. 

Graças à magia do cinema, podemos reencontrá-los sempre no frescor da juventude.

FOTOS: Sean Connery. Cenas "Ladrões com muito estilo" e "Nunca fui santa".

https://mag.sapo.pt/cinema/atualidade-cinema/fotos/de-morgan-freeman-a-clint-eastwood-estas-estrelas-tem-mais-de-80-mas-estao-ai-para-as-curvas?utm_source=facebook_sharebutton&utm_medium=social&utm_campaign=social_sharebutton&fbclid=IwAR2Ne2FnrSh2pmP-YaQqwrzUkTGnWM7aK3O65E8cyP1qKByeR_-Q82o7Vr4


sexta-feira, 17 de julho de 2020

DONALD SUTHERLAND, 85 ANOS.


O ator Donald Sutherland completa hoje 85 anos. A velhice lhe cai bem. Grande ator, ele fez ótimos filmes (outros nem tanto). “Klute, o Passado condena” (1971) de Allan Pakula; “Novecento” (1976) de Bernardo Bertolucci e música de Ennio Morricone; “Casanova” (1976) de Federico Fellini; ‘MASH” (1970) de Robert Altman; “Guerreiros pilantras” de Brian G. Hutton; e “Cowboys no Espaço” (2000) de Clint Eastwood. “Gente como a gente” (1980) de Robert Redford ganhou Oscar de melhor filme, mas não gostei. E gostei muito mais do “Casanova” (1982) de Ettore Scola, com Marcello Mastroianni. Sutherland  atuou também em “Epidemia (1995) de Wolfgang Petersen, um filme com tema atual. Eu prefiro prefiro o "Casanova" de Ettore Scola, com Marcello Mastroianni.


 

quarta-feira, 15 de julho de 2020

E LÁ VAMOS NÓS...

Earth's Beauty from Above: The crew snapped this starry nighttime shot of Rio de Janeiro and surrounding cities on the Brazilian coast, as the International Space Station orbited above São Paolo.

NASA.

terça-feira, 14 de julho de 2020

MALDADES

Houve uma época em que paulistas e cariocas viviam trocando farpas. Tudo era motivo de comentários sarcásticos, perversos, mas divertidos. Uma das piadas preferidas dos cariocas dizia que o Aeroporto de Congonhas era a praia dos paulistas. Este velho postal mostra que eles tinham suas razões. A historiadora Claudia Musa Fay corrobora o fato em seu livro onde conta que o paulistano nos fins de semana “ficava atento aos pousos e decolagens de aviões, para identificar as diferenças dos ruídos dos motores das grandes aeronaves”...

Fico imaginando se os cariocas sabiam que também havia festas de casamentos (pelo menos os noivos embarcavam para lua de mel sem correria) e bailes de terça à sexta-feira, conhecidos como “Bailes do Arakan”. Os mais famosos, entretanto, eram os de carnaval que aconteceram até 1975, de acordo com um frequentador.

O tempo passa, os costumes mudam e certamente muita coisa que fizemos nos últimos cinquenta anos será ridicularizada pelas futuras gerações. C’est la vie... 


domingo, 12 de julho de 2020

A DESCOBERTA DA PRAÇA

 

Quatro meses é tempo suficiente para nos acostumarmos a várias situações ou, pelo menos, adaptarmos nossa rotina à nova realidade.  No início, estranhei o silêncio que se abateu sobre a vizinhança; as ruas do bairro vazias de carros e de pessoas. Só os ônibus circulando. Sons só de passarinhos e dos sinos da igreja Nossa Senhora do Carmo da Aclimação. Os velhos conhecidos desapareceram de vista, refugiados em seus apartamentos ou casas. 

      Há alguns dias a situação vem mudando aos poucos. Primeiro vieram os helicópteros muito antes do clarear do dia, mas felizmente desapareceram logo. Voltaram os vendedores de pão, frutas e ovos que observo da janela fazendo bons negócios pelo número de compradores mascarados que se aproximam o quanto o distanciamento social permite. O número de veículos por aqui também aumentou um pouco. Bom mesmo foi o trabalho que a subprefeitura fez na região nesse período: recapeou as ruas, refez a sinalização de solo ‒ ganhamos até olho de gato! A pracinha Manouk Koumerian também passou por melhorias. 

Aliás, a praça esteve abandonada por mais de trinta anos e Isaías, zelador de um dos prédios, cuidava dela da melhor forma que podia, reclamava na subprefeitura e ainda enfrentava a zombaria dos moradores, que nada faziam. Entretanto, quando começaram a construir edifícios de alto padrão, uma das construtoras providenciou junto à subprefeitura para que a praça fosse recuperada: as escadarias foram reformadas, refeito ajardinamento e colocados bancos e equipamentos de ginástica (inúteis).

As benfeitorias com a devida manutenção periódica melhoraram o visual do entorno, mas a praça continuou vazia - exceto pelos apreciadores de cannabis que se reuniam por lá de vez em quando para desfrutar o momento. Entretanto, nesse período de pandemia, os moradores descobriram a praça. Dois ou três idosos acordam cedo para caminhar; mais tarde, outros se revezam no banco onde bate o sol; alguns jovens aparecem com os treinadores para se exercitar e pais levam filhos pequenos para um passeio rápido; mas é no final da tarde, contudo, que a situação muda radicalmente. Lá pelas 16 horas a praça é tomada por várias mães que trazem os filhos para brincar e aproveitam para pôr a conversa em dia. Uma algazarra que lembra a hora do recreio escolar...  

Enfim, foi preciso a pandemia para que as pessoas descobrissem a função social de uma praça... É a mesma praça, pequena, modesta, sem guarda, sem romantismo, mas um espaço importante para o encontro de pessoas e brincadeiras inofensivas. Um espaço muito utilizado em outros países, onde sempre vi praças lotadas de pessoas tomando sol, conversando, e com bancos convidativos para momentos de repouso, leitura ou simples observação...



 


“A praça”, 1967. Compositor?  Carlos Imperial (1935-1992) ou João Nilo Peixoto.



sábado, 11 de julho de 2020

FOFOCAS...

 "The gossips", 1948, de Norman Rockwel (1894-1978), ilustrador americano, criador de 323 capas da revista The Saturday Evening Post. Ele registrou em sua obra cenas da vida americana, sempre com personagens populares em situações comuns do cotidiano. Na cidade de Stockbridge, Massachusetts, está localizado o Museu Norman Rockwell. .




sexta-feira, 10 de julho de 2020

A ARTE DE PISSARRO


O pintor impressionista Camille Pissarro, era filho de português, nasceu em Charlotte Amalie, na Ilha de São Tomás, nas Índias Ocidentais Dinamarquesas (Caribe), no dia 10 de julho de 1830. Ele morreu em Paris, em 1903. 

"The wash-house at Bazincourt", de 1900. Museu d'ORSAY, Paris. 


quinta-feira, 9 de julho de 2020

LANCHE DA TARDE

Assim, era o "AMIGO DA ONÇA", criação de Péricles Andrade Maranhão (1924-1961) para a revista semanal 'O CRUZEIRO", que publicou seu trabalho por dezessete anos consecutivos.  



quarta-feira, 8 de julho de 2020

COMÉDIA COM SABOR AMARGO

“Senhoras e Senhores, boa noite.” Assim, um entediado jornalista (Marcello Mastroianni) abre o noticiário noturno do canal de TV onde trabalha. As reportagens variam bastante: sobre a “mãe do ano”, escolhida pelo padre de uma paróquia da cidade; a eleição de um novo papa; as angústias de um militar antes da cerimônia em que receberá uma medalha e a entrevista com um político que defende uma “modesta proposta” para o controle de natalidade ‒ na verdade baseada na obra satírica do irlandês Jonathan Swift (1667-1745).
       O filme, lançado em 1976, continua ótimo. Ele funciona exatamente como um programa de TV e cada reportagem foi dirigida por mestres do cinema italiano: Ettore Scola, Luigi Magni, Mario Monicelli, Nanni Loy. O elenco não poderia ser melhor: Mastroianni, Ugo Tognazzi, Nino Manfredi, Vittorio Gassman, Adolfo Celli e Senta Berger. O único episódio em que não motivo algum para rir é sobre a “mãe do ano”, cuja realidade forjada na miséria é usada com indiferença pela Igreja. Todos os demais nos fazem rir e meditar sobre a sociedade e as lideranças que a manipulam desde sempre.


domingo, 5 de julho de 2020

DOMINGO COM DE NIRO

Como não gosto de filmes e livros de terror, devo ter ido assistir “Coração satânico” por distração, por causa de Robert De Niro (1943) ou Allan Parker (1944). Tantos anos depois difícil saber. Contudo não me arrependi. Um ótimo filme da primeira à última cena e revi em DVD muito tempo depois. Foi o melhor dos filmes de Allan Parker a que assisti ‒ “Mississipi em Chamas” “Asas da Liberdade” “Fama” e o “Expresso da Meia-noite”. O protagonista é Mickey Rourke (1952), que interpreta um detetive particular contratado em Nova York por um cliente arrogante para encontrar um cantor desaparecido e a investigação o leva a New Orleans, onde ele mergulha em mundo místico e violento até encontrar o que procurava.    

sábado, 4 de julho de 2020

DOMINGO, DIA DE CINEMA.

Woody Allen (1935) é um dos meus diretores de cinema favoritos. Evidentemente, não assisti a todos os filmes que ele dirigiu, mas minha lista de obras que revejo sempre com muito prazer inclui “Crimes e pecados” (1989), “A Era do Rádio” (1987), “A Rosa Púrpura do Cairo” (1985), “Meia-noite em Paris”, “Manhattan” (1971), “Hannah e suas irmãs” (1986) e “Os trapaceiros”. Ótimos filmes. E quatro têm uma atriz de quem nem gosto ‒ Mia Farrow, a esposa de Allen na ocasião.



Sábado? Domingo? 

quinta-feira, 2 de julho de 2020

UM FILME, UMA MÚSICA E UM INSTRUMENTO.

A música é do compositor italiano Enio Morricone para o filme “Três Homens em Conflito” (The Good, the Bad and the Ugly), dirigido por Sergio Leoni em 1966, e estrelado por Clint Eastwood, Lee van Cleef e Eli Wallach. A Ukulele Orchestra of Great Britain existe desde 1985 e os membros tocam ukuleles de vários tamanhos e registros e suas apresentações incluem músicas de todos os gêneros - do pop ao clássico. O ukulele é um instrumento português, mas chegou ao arquipélago junto com os plantadores de cana-de-açúcar procedentes da Ilha da Madeira e tornou-se popular no Havaí (EUA).

quarta-feira, 1 de julho de 2020

AMÁLIA RODRIGUES: CENTENÁRIO DE NASCIMENTO.

Centenário de nascimento da cantora portuguesa AMÁLIA da Piedade Rebordão RODRIGUES, a rainha do fado. Começou a carreira em 1940 no teatro de revista e se tornou um sucesso nacional que logo conquistou o mundo, a partir da Espanha. Em 1944 estava no Rio de Janeiro para se apresentar no Cassino Copacabana. A canção “Coimbra”, composição de Raul Ferrão e letra de José Galhardo, foi lançada em 1947 no filme “Capas Negras”, realização de Armando de Miranda com Amália Rodrigues e Alberto Ribeiro. Essa música alcançou o segundo lugar na lista das dez mais da revista norte-americana “Billboard” em 1952. Ao longo da carreira gravou várias músicas brasileiras, inclusive Vinicius de Moraes. Amália Rodrigues nasceu em 1º de julho de 1920 e morreu em 6 de outubro de 1999.

 

AH! OS SALÕES DE CABELEIREIRO... QUANDO ABRIRÃO?





Senhoras e senhoritas, durante isolamento, a arte sempre ajuda a passar o tempo... 
Identificação das pinturas.
1-"Mulher penteando o cabelo", de Edgar Degas (1834-1917).
2-"Menina loira penteando o cabelo", 1894. Pierre-Auguste Renoir.
3-"An al fresco toilette", 1899, de Samuel Luke Fildes (1844-1927). Britânico.
4-"Woman Having Her Hair Combed",1895. Edgar Degas. 
5-"Mulher penteando o cabelo".Edgar Degas.
6-"Girl Combing Her Hair", 1892, de Edvard Munch (1863-1944). Norueguês.
7- "A lady dressing her hair", c. 1617, de Gerard Ter Borch. Neerlandês. 
8-La mauvaise nouvelle”,1804, de Marguerite Gérard (1761-1837). Francesa.