Antoine-Jean-Baptiste-Marie-Roger Foscolombe, conde de Saint-Exupéry, foi uma pessoa com espírito aventureiro e vários talentos ‒ escritor, ilustrador e piloto. Nasceu na época certa, quando se iniciava a aviação e toda uma geração de homens e mulheres se pôs a bordo de máquinas incrivelmente canhestras para a conquista dos ares. Era o tempo da quebra de recordes de distâncias, de viagens ousadas que os transformavam em heróis aplaudidos por multidões encantadas por seus feitos.
Antoine de Saint-Exupéry estudou na França e na
Suíça; depois de ter sido reprovado nas provas para a Escola Naval, ingressou
no 2º Regimento de Aviação de Estrasburgo aos 21 anos para prestar o serviço
militar e obteve o brevê em Rabat, Marrocos.
Já estava com 26 anos quando iniciou sua carreira
como piloto civil, fazendo a linha Toulouse, Casablanca e Dakar. Em 1926 a
revista de
literatura e de cultura geral Le
Navire d’Argent publicou a novela “O Aviador”,
em que Exupéry descreve o fascinante mundo dos aviadores e reflete sobre a
condição humana.
Quando
comandava um posto em Cabo Juby, em Marrocos, recebeu o cognome de “senhor das
areias”. Nesse período escreveu o romance “Correio do Sul” (1929). Foi ainda em
1929 que passou a fazer rotas mais longas e foi incluído na equipe de pilotos
baseados na América do Sul. Coube a ele a rota Buenos Aires ‒ Rio de Janeiro da
Aero Postale, com escalas em cidades do sul do Brasil. Deixou marcas em
Florianópolis (SC), onde se tornou popular, especialmente, na praia do
Campeche. Mas a pronúncia de seu nome era um problema e ele acabou conhecido
como “Zeperri”. Não é por acaso que há tantos lugares com referências ao
Pequeno Príncipe.
Ele
retornou à Europa em 1931. Em 1935 participava com André Prévot da corrida
aérea Paris-Saigon (atual Ho Chi Minh, Vietnã) quando sofreu um acidente sobrevoando
o deserto do Saara à noite. Embora tenham saído ilesos, passaram quatro solitários
dias à espera de resgate.
No dia 31 de julho de 1944, às
8h45, Saint-Exupéry partiu de uma base aérea na Córsega, Mediterrâneo, com a
missão de reconhecimento na França ocupada. Ele pilotava um Lockheed
P-38 e seu retorno estava previsto para a meia-noite e meia,
mas após uma espera vã de três horas, foi dado como desaparecido. Saint-Exupéry
transformou-se em uma lenda.
Em 1988, um pescador na
costa de Marselha encontrou em sua rede o bracelete de prata de identificação
do piloto. Em 2004 os destroços do avião foram recuperados na costa da cidade
francesa, solucionando o mistério da morte de Saint-Exupéry. O piloto cumpriu a
missão e no retorno à base encontrou a morte.
De acordo com a jornalista
Stacy Schiff (The New York Times, 2004),
na década de 1930, perguntaram ao piloto e escritor que tipo de morte preferia
e ele teria escolhido a água: “Você não sente
que está morrendo. Simplesmente sente que está caindo no sono e começando a
sonhar." Será?
Nunca li os livros de Saint-Exupéry, nem mesmo “O Pequeno Príncipe” (vendeu mais de 80 milhões de cópias), mas admiro o aventureiro e o piloto...
2 comentários:
Acho que você deveria ler. Inclusive o Pequeno Príncipe, nem que seja só pelas ilustrações. Beijos
Obrigada, Nilton. Vou anexar à lista da qual faz parte "O voo noturno". Beijos.
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