quarta-feira, 28 de junho de 2023

PESADELOS DE UM SEDUTOR

 

Como as pessoas se veem? Como elas relatam sua existência? Tanto as biografias quanto as autobiografias são gêneros literários, que não aprecio muito. Li poucas. O que têm de verdade? Não faço ideia. Há tempos publiquei textos autobiográficos de pessoas famosas, na tentativa de mostrar como elas encaram suas vidas. E aqui segue mais uma.

Ele conta que por pouco não nasceu. “Definitivamente, eu nasci, e coloco dessa forma porque houve três riscos iminentes de eu não ter tido vida. O primeiro foi quando meu pai foi um dos únicos três nadadores que fizeram o longo percurso até a praia quando seu navio afundou. O segundo também o envolveu, mas não de maneira tão heroica.” Seus pais já eram noivos e o casamento foi cancelado porque ele roubou a aliança de diamantes de uma prima dela. A situação foi remediada com intervenção do pai do larápio. “(...) Meu terceiro flerte com a não existência veio logo após o nascimento. Pelo menos eu já havia entrado”. A mãe era caixa de uma floricultura e ele ficava com babás – as que ela encontrava disponíveis. Uma delas o enrolou em um cobertor explicando como seria fácil para ela o sufocar e então colocar o cobertor com ele morto na lata de lixo. “Por sorte a empregada pertencia àquela variedade de louca que não leva seus planos a cabo (...)”.

“(...) Finalmente, eu adentro o mundo. Um mundo no qual nunca me sentirei confortável, que nunca compreenderei, nunca aprovarei ou perdoarei. Allan Stewart Konigsberg, nascido em 1º de dezembro de1935. Na verdade, nasci no dia 30 de novembro, bem perto da meia-noite, e meus pais empurraram a data para que eu pudesse começar num primeiro dia. Isso me deu zero de vantagem na vida, e eu preferia bem mais que eles tivessem me deixado uma poupança enorme. Só menciono isso porque, numa ironia inútil, minha irmã nasceu oito anos depois exatamente no mesmo dia.

            Eu fui o sol das cinco irmãs de minha mãe, o único varão, o queridinho dessas doces fofoqueiras que babavam sobre mim. Nunca fiquei sem uma refeição, nem careci de roupas ou abrigo, nunca fui acometido por nenhuma doença séria, como a pólio que assolava a cidade. (...) Eu era saudável, popular, bem atlético, sempre o primeiro a ser escolhido nas equipes esportivas. Jogava bola, corria e, ainda assim, acabei me tornando nervoso, medroso, um caco emocional, mantendo a compostura por um fio, um misantropo, claustrofóbico, isolado, amargurado, um pessimista impecável. Algumas pessoas veem o copo meio vazio; outras o veem meio cheio. Eu sempre vi o caixão meio cheio. (...) Minha mãe falava que não conseguia entender. Dizia que eu era um garotinho doce e animado até uns cinco anos, quando mudei para um moleque feio, azedo, chato e de ovo virado.

Mas não há trauma na minha vida, nada de terrível que tenha ocorrido e me transformado de um garotinho sardento sorridente vestindo calções e sempre com uma vara de pesca em uma das mãos num lorpa cronicamente insatisfeito. Especulo que, por volta dos cinco anos, eu tenha tomado consciência da mortalidade e percebi, afe, que eu não pedi isso. Nunca concordei em ser finito. Se você não se importar, quero meu dinheiro de volta.

(...) é incrível a frequência com que sou descrito como um ‘um intelectual’. Essa é uma concepção tão tola quanto o Monstro do Lago Ness, já que não tenho um neurônio intelectual em minha cabeça. Iletrado e desinteressado por questões acadêmicas, eu cresci como o protótipo do palerma que se senta diante da tv com uma cerveja na mão assistindo empolgado a uma partida de futebol, com a pagina central da Playboy presa com fita adesiva na parede, um bárbaro vestido de tweed, com um paletó com protetor nos cotovelos.

Eu provoco meus pais neste relato de minha vida, mas cada um deles me forneceu conhecimentos que me serviram bem, no passar das décadas. Do meu pai: quando comprar jornal de uma banca, nunca pegue o de cima. De minha mãe: a etiqueta sempre fica atrás."

(...)

O que eu mais invejo? Quem escreveu Um bonde chamado desejo. A coisa que menos invejo? Saracotear no campo." Woody Allen (1935).

Woody Allen – a Autobiografia. Rio de Janeiro: Globo Livros, 2020.


 

 

segunda-feira, 26 de junho de 2023

SEMPRE SÉ...



Nada mais fascinante do que ouvir sinos tocando. Outro dia entrava na estação Sé do metrô quando eles começaram a tocar. Parei e fiquei ouvindo, mas dois funcionários apareceram para saber se eu precisava de ajuda. “Obrigada, parei para ouvir os sinos.” O carrilhão da Sé tem 61 sinos de bronze – cinco deles pesam cinco toneladas cada um, o que permite que o som seja ouvido a dois quilômetros de distância. Meio-dia. Segui meu caminho, quando eles se calaram. Desde 1978, quando a área passou por uma grande reforma para a inauguração da estação do metrô, a praça da Sé tem um belo relógio JW Benson, fabricado em Londres em 1910. A procedência dele é misteriosa. De acordo com a prefeitura foi encontrado entre o espólio de um prédio desapropriado pela Empresa de Municipal de Urbanização – EMURB, extinta em 2009. O relógio tem quatro mostradores e um sino; a engrenagem mecânica é movida por dois pesos de ferro suspensos por cabos de aço – um responsável pelos ponteiros e outro pelo toque do sino. Não está funcionando no momento.

A Praça da Sé me atrai. Paro para tirar uma foto. Uma mulher se aproxima e quer saber o que estou fotografando. “O prédio do Tribunal de Justiça” – explico, mas creio que ela não entendeu. Continuou parada, olhos perdidos na distância. Mais adiante um homem apregoa a bíblia, mas ninguém o ouve, nem mesmo músicos que observam o entorno e parecem aguardar uma pausa para começar a tocar. Os instrumentos descansam no chão. As pessoas passam rapidamente para lá e para cá preocupadas com seus problemas. 


A catedral e a escultura de Bruno Giorgi: o "Condor".

Vou caminhando. Paris é logo ali. Basta atravessar a rua. Passo pela rua Barão de Paranapiacaba: a rua do ouro. Dezenas de pessoas tentando convencê-lo a comprar ou vender ouro numa das lojas dessa rua temática. Hora de dar uma espiada na Livraria da UNESP. 


terça-feira, 20 de junho de 2023

AS PREGUIÇOSAS

 Véspera do inverno de 2023.

"Ai que preguiça!" – como diria Macunaíma.

"Guanabara", obra de João Batista Ferri: Anhangabaú.

"Depois do banho", Victor Brecheret: Largo do Arouche.

"Tão natural quanto a luz do dia, mas que preguiça boame deixa aqui à toa” – CÉU  AZUL, de Alexandre Magno Abrão, Chorão (1970-2013).

Sem título: obra de Alfredo Ceschiatti, Estação da Sé.

"Diana Adormecida", obra do italiano Giuzeppe Mazzioli   MASP.

Musas da Escultura e da Engenharia, Praça Luís Carlos Paraná, no Itaim. Obra: Galileu Emendabili (1898-1974).



sábado, 17 de junho de 2023

Donald , meu querido mal-humorado.

O personagem fez sua estreia em 9 de junho de 1934 como coadjuvante no curta-metragem The Wise Little Hen (A Galinha esperta), no qual Donald já mostrava sua personalidade arisca ao dar as costas a uma galinha que necessitava de ajuda para plantar e colher milho.


sexta-feira, 16 de junho de 2023

MARTINS FONTES

 

A casa número 4 da Praça José Bonifácio desapareceu há muito tempo; entretanto, o garotinho que lá nasceu em 25 de junho de 1884 cresceu, foi poeta, formou-se médico, cuidou de ricos e pobres com o mesmo empenho. Numa época amarga encontrou tempo para fazer poesia e, 86 anos depois da sua morte, continua lembrado e homenageado por seus conterrâneos. José Martins Fontes (1884-1937) nasceu em Santos e a partir de amanhã tem início a 16ª Semana Martins Fontes, promovida pela Academia Santista de Letras.

            Martins Fontes foi um poeta precoce: tinha oito anos quando teve sua poesia publicada no jornal “A Metralha” – é verdade que o semanário era publicado pelo avô dele, o coronel Francisco Martins dos Santos. Ainda adolescente recitou o hino a Castro Alves de sua autoria no Centro Socialista, entidade fundada pelo pai Silvério Martins Fontes, que era marxista-leninista. A fase santista foi interrompida, quando ele foi para o Rio de Janeiro estudar medicina, época em que se tornou amigo de Olavo Bilac e Emílio de Meneses, entre outros intelectuais, participando da vida boêmia carioca. Formado, dedicou-se à medicina com paixão. Ao retornar a Santos prestou serviços na Santa Casa de Misericórdia de Santos, Beneficência Portuguesa, ainda atuou como inspetor sanitário e diretor do Serviço Sanitário da cidade. Durante a epidemia da Gripe Espanhola, teve uma atuação intensa no atendimento da população. Dedicou parte da sua vida para fazer conferências pelo Brasil, Europa, Estados Unidos e outros países.

            O médico não sufocou o poeta e o escritor: Martins Fontes deixou 59 títulos publicados entre poesia e literatura. É o patrono da cadeira 26 da Academia Paulista de Letras e foi titular da Academia das Ciências de Lisboa.

A Semana Martins Fontes, que faz parte do Calendário Municipal (Lei nº 2.445/2007), começará amanhã às 10 horas com uma tertúlia poética em homenagem ao poeta. O evento será nos jardins da praia ao lado do canal 2, junto ao busto do poeta.

SONETO

Antes de conhecer-te, eu já te amava.
Porque sempre te amei a vida inteira:
Eras a irmã, a noiva, a companheira,
A alma gêmea da minha que eu sonhava.

Com o coração, à noite, ardendo em lava
Em meus versos vivias, de maneira
Que te contemplo a imagem verdadeira
E acho a mesma que outrora contemplava.

Amo-te. Sabes que me tens cativo.
Retribuis a afeição que em mim fulgura,
Transfigurada nos anseios da Arte.

Mas, se te quero assim, por que motivo
Tardaste tanto em vir, que hoje é loucura,
Mais que loucura, um crime desejar-te?





quarta-feira, 14 de junho de 2023

'LI E COMI."

A biblioteca do Sesc Carmo (SP) fez uma seleção de textos de escritores brasileiros sobre a cozinha nacional para animar os leitores”. Em 17 de março de 2023 publiquei uma parte do "cardápio". Agora é hora da sobremesa. 




Milton Hatoum (1952): escritor manauense. 


Jô Soares (1938-1922): ator, diretor de teatro, humorista e escritor carioca.


Rubem Alves (1933-2014):  psicanalista, escritor e pastor presbiteriano mineiro. 



Lygia Fagundes Telles (1918-2022): escritora paulista.





 

terça-feira, 13 de junho de 2023

GEMADA EM PÓ

Muitas vezes ao consultar o Google aparecem informações que não têm nada a ver com assunto pesquisado; porém, alguns itens chamam minha atenção e leio. Exemplo: o assunto era ovo e apareceu a biografia da atriz e modelo Carmen Joia (1931-1990) que desconhecia completamente. Fiquei curiosa por ela ser incluída na pesquisa, assim continuei a leitura e fiquei sabendo de outra novidade (para mim, claro!): o Google incluiu Carmen na busca porque em 1954 ela fez um comercial para a TV da Gemada em Pó Kibon. Gemada em pó??? Alguém, por acaso, experimentou? 

Infelizmente, não encontrei o comercial, apenas uma publicidade impressa.



 




quarta-feira, 7 de junho de 2023

VILA DAS BELEZAS

 Aproveito o final do outono para andar e terça-feira tentei explorar a região Oeste que a linha Lilás (5) do metrô serve. A Chácara Klabin conheço há muitos anos; já havia ido ao Campo Belo para visitar o Instituto Casa Vilanova Artigas (Rua Barão de Jaceguai, 1151). Conheço também os arredores da estação AADC-Servidores, onde se destacam a própria Associação de Assistência à Criança Deficiente, entidade sem fins lucrativos criada em 1950 para tratar, reabilitar e integrar à sociedade pessoas de todas as idades com deficiência, e o Centro Esportivo “Mané Garrincha”, clube municipal que oferece várias atividades esportivas e recreativas para a população.

Dessa vez resolvi ir até a Vila das Belezas, atraída pelo nome. Onde fica? A divisão administrativa da Capital é complicada. A vila das Belezas pertence ao Distrito da Vila Andrade que, por sua vez, faz parte da Subprefeitura de Campo Limpo. Em 1922 Aristodemo Gazzotti, um italiano cheio de boas intenções e proprietário de uma imobiliária, lançou um empreendimento imobiliário na área rural do município de Santo Amaro a que deu o nome de Vila das Belezas. Poderia até ser uma ótima ideia, mas o projeto não teve sucesso e em 1935 Santo Amaro foi incorporado ao município de São Paulo. A iniciativa não foi adiante, mas com o fluxo migratório intensificado a partir de 1950, houve um adensamento populacional e a falta de moradias tornou a região, distante do centro, propícia à ocupação irregular, dando origem a favelas. Mais tarde a Vila Andrade, próxima ao Morumbi, se tornou uma opção atraente para empreendimentos destinados às classes alta e média, principalmente pelos preços mais sedutores.

Essa mudança do perfil econômico foi importante para a Vila das Belezas, pois atraiu faculdades e universidades; entretanto, deparei-me com uma paisagem árida. Não me animei a explorar além do entorno da estação do metrô por causa das ruas mal cuidadas e calçadas estreitas e em mau estado. Ruas e ruelas irregulares e estreitas são vestígios dos tempos do arruamento espontâneo, pois as pessoas constroem as casas no espaço possível com o pouco que têm. Nos tempos em que trabalhei no CS, conheci quase todas as favelas de Baixada Santista e uma das características de todas era a rua irregular, calçada era luxo. Na vila paulistana, as casas são quase todas de alvenaria, não vi barracos, tão comuns nas favelas do Litoral.

Da plataforma da estação nota-se a vila cercada por edifícios enormes. Foi importante conhecer esse lado da cidade.




Homenagem a Carlos Zéfiro, autor do famoso “catecismo” – como eram chamadas as histórias eróticas em quadrinhos que ele desenhou e publicou escondido entre 1950 e 1970. Essa era uma atividade paralela à do funcionário público do Ministério do Trabalho. As revistas, que eram ilegais, eram encontradas em bancas de jornal, que arriscavam a licença vendendo a publicação por baixo do pano. Carlos Zéfiro era o pseudônimo de Alcides Aguiar Caminha (1921-1992), funcionário público acima de qualquer suspeita. A Identidade dele só foi revelada pouco antes de sua morte em uma reportagem da revista Playboy.



PAIXÃO NUMA VALSINHA

VALSINHA

Compositor: Chico Buarque de Holanda (1944).

E cheios de ternura e graça
Foram para a praça e começaram a se abraçar
E ali dançaram tanta dança
Que a vizinhança toda despertou
E foi tanta felicidade
Que toda cidade se iluminou
E foram tantos beijos loucos
Tantos gritos roucos como não se ouvia mais
Que o mundo compreendeu
E o dia amanheceu em paz.


"VOCÊ ME ABRAÇA, A NOITE PASSA E..."

"...ME DEIXAS LOUCA"

Elis Regina: composição de Armando Manzanero / Paulo Coelho.


terça-feira, 6 de junho de 2023

"WHAT IS THIS THING CALLED LOVE?"

Cole Porter (1861-1964) é o meu compositor americano preferido e nem ele consegue definir o que essa coisa chamada amor. Um mistério que a grande dama da música americana Ella Fitzgerald (1917-1996), transforma em uma música inesquecível. Composição de 1929 para o musical “Wake Up and Dream”.

"What Is This Thing Called Love?"

https://www.youtube.com/watch?v=VhO-otysTvQ

segunda-feira, 5 de junho de 2023

O QUE É AMAR? (1961)


Ao longo da minha vida, o mundo mudou tanto que nem sei se ainda vale essa coisa de namorado fora do mundo comercial, que insiste na compra de um presente para a cara metade. Outro dia me diverti com a moça do caixa na padaria que me disse que o dia dos namorados era o que mais dava lucro depois do Natal. Quando fui corrigi-la – é o dia das mães, ela riu.

    “Que nada, dona Hilda. Mãe a gente só tem uma.” Demorei um segundo para entender e acompanha-la na risada. Escolhi algumas poesias e músicas sobre amor, mas aviso que não sou romântica e não me importo com essas datas comerciais.


    E para começar, a composição de Johnny Alf (1929-2010), um dos grandes nomes da música popular brasileira.


O QUE É AMAR? 

É só olhar, depois sorrir, depois gostar
Você olhou, você sorriu, me fez gostar
Quis controlar meu coração
Mas foi demais a emoção
De sua boca ouvi dizer "quero você"
Quis responder, quis lhe abraçar
Tudo falhou
Porém você me segurou e me beijou
Agora eu posso argumentar
Se perguntarem o que é amar
É só olhar, depois sorrir, depois gostar.



https://www.youtube.com/watch?v=AKBMZ-7Mq4s

quinta-feira, 1 de junho de 2023

DALTON TREVISAN E LIMA DUARTE

Em junho ele completará 98 anos. Advogado e premiado escritor brasileiro, avesso à badalação, as comemorações talvez sejam discretas. Trata-se de Dalton Trevisan, que entre os muitos prêmios recebeu quatro Jabuti de Literatura (1960, 1965, 1995 e 2011), em 2012 ganhou os prêmios Camões (governos de Portugal e Brasil) e Machado de Assis (ABL). Em 1954 publicou “Novelas nada exemplares”, em 1965 escreveu “O Vampiro de Curitiba” e em 1969, “Guerra Conjugal, que Joaquim Pedro de Andrade (1932-1988) transformou em um filme (1975) e está entre os 100 melhores filmes brasileiros da Associação Brasileira de Críticos de Cinema. A lista é longa, mas escreveu apenas um romance: “A polaquinha” (1985). O aniversário de Trevisan, que nasceu em Curitiba (PR) é no dia 14 de junho. 


https://www.youtube.com/watch?v=Kq6s4QfvJh8&t=174s

Ele se chama Ariclenes Venâncio Martins e nasceu em Minas Gerais há 93 anos e está no elenco de “Guerra Conjugal”. As pessoas podem até desconhecer esse nome, mas as mais velhas certamente se recordam de Zeca Diabo, Sinhozinho Malta, Sassá Mutema – apenas para citar alguns dos memoráveis papéis vividos por Ariclenes, aliás, Lima Duarte como é conhecido. Lima Duarte começou a trabalhar em rádio, foi pioneiro na instalação da TV no Brasil (Tupy de São Paulo), atuou em teatro e cinema. Se alguém ainda se lembra de Catatau, Pepe Legal, Manda-chuva e da Tartaruga Touché – personagens de desenhos animados famosos – era ele quem lhes dava voz nas dublagens para o português. Participou dos programas “Som Brasi”l (1984), na Globo, em que contava histórias de autoria de grandes escritores brasileiros, e em 2015 foi convidado para apresentar, “Viola, minha viola” na TV Cultura. Lima Duarte é um dos mais premiados atores brasileiros. Em 2010 recebeu do governo do Estado de São Paulo a comenda da Ordem do Ipiranga em 2020 ganhou o prêmio de Mérito Cultural da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS). Lima Duarte vive em em São Paulo.