quarta-feira, 31 de maio de 2023

SAMPA COM BOM HUMOR

 

Imagens com intervenção digital de lugares populares da cidade. Trabalhos do ilustrador Jean Rosa e do fotógrafo Mavinho Acoroni, feitos em comemoração aos 55 anos de fundação do metrô de São Paulo, na Estação Sé. Escolhi algumas das dezenove obras que estão expostas. 




"Jardim".


"Dama". Ela é muito conhecida: descansa na estação Sé.

"Ralador". Oh



terça-feira, 30 de maio de 2023

CARLOS GONZAGA

José Gonzaga Ferreira nasceu em 1926 na cidade de Paraisópolis (MG), filho de família pobre, o que o levou a trabalhar muito cedo. Fez de tudo um pouco, mas cantar era do que gostava mais. Na década de 1940, deixou Minas por São Paulo, tentando oportunidades de trabalho em Campos do Jordão e São José dos Campos até que se estabeleceu na Capital, no bairro do Cambuci. Incentivado por colegas de trabalho, inscreveu-se em programas de calouros, ganhou vários concursos até que conseguiu um contrato na Rádio Tupi (Diários Associados). Provavelmente, foi nessa época que se tornou Carlos Gonzaga, versátil, cantava de samba a tango sem problema. Seu primeiro disco foi um 78 rotações pela RCA Victor com a guarânia “Anahi”.  Quando rock chegou ao Brasil no final dos anos de 1950, gravou várias versões de baladas americanas como “The Great Pretender”, versão de Haroldo Barbosa, e “Just walkin’ in the rain”, versão de Gioia Jr. Em 1958, gravou cinco discos e foi no terceiro que aconteceu seu grande sucesso: a versão de “Diana”, música de Paul Anka. Foi o primeiro disco a vender um milhão de cópias no Brasil (Cravo Albin).

            Naquela época, Carlos Gonzaga tinha sempre uma música nas paradas de sucesso (como se dizia na época) que emissoras de rádio e televisão não se cansavam de promover. Outro grande sucesso foi a balada tema da série “Bat Masterson”, estrelada por Gene Barry (1919-2009) que até veio ao Brasil para fazer shows.

            Boas lembranças. Atualmente, mora em Santo André (SP).



https://www.youtube.com/watch?v=ESm66x_HUlU&t=259s

sábado, 27 de maio de 2023

COLHEITA DE CAFÉ EM SÃO PAULO

 

Neste delicioso sábado de outono, cerca de duas mil pessoas foram ao Instituto Biológico de São Paulo para participar da festa da colheita do café que a instituição realiza há 13 anos. A festa reuniu hoje (27) famílias com muitas crianças e adolescentes e adultos de todas as idades e procedências no maior cafezal urbano do mundo – 1.536 pés de café numa área de 10 mil m², na Vila Mariana, pertinho do Parque Ibirapuera. Houve quem levasse o bichinho de estimação – vi até um coelho preto. Uma senhora de ascendência japonesa, além de um chapéu diferente, usava uma jaqueta com um estampado especial – grãos de café. Mocinhas de salto alto e vestidos longos também não faltaram. No melhor estilo paulistano havia muitas e longas filas para saborear os vários tipos de café que os produtores do setor levaram para o evento. Os políticos não poderiam encontrar melhor oportunidade para dar o ar de sua graça sem graça.

          Há tempos queria participar da colheita do café. Na casa em que passei minha infância, na rua Amador Bueno, em Santos, havia um pé de café entre as muitas plantas que minha avó cultivava com carinho. Lembro de ter colhido e saboreado cerejas, que eram doces. Ontem, colhi frutos de vários arbustos em busca daquele sabor da infância...  Frase banal – parece que foi ontem, porém, lá se foram sete décadas.

            O Brasil é o maior produtor mundial e o segundo maior consumidor de café do mundo, de acordo com o Ministério da Agricultura e Pecuária. No ano passado, foram exportados cerca de 2,2 milhões de toneladas de café para mais de cem países! São Paulo é o terceiro maior produtor brasileiro, depois do Espírito Santo. Minas Gerais lidera o ranking nacional.

 

“Café! Café! Eu exclamo a palavra sagrada (no deserto) / Café!... O seu fruto me trazia o calor no coração, /Era o cheiro da minha paz, o gosto do meu riso (...)”. Mário de Andrade.



Funcionários do IB colhendo o café.


Secagem.

As cerejas - maduras e ainda verdes.

A blusa "à la mode".

Boa música caipira.

sexta-feira, 26 de maio de 2023

CAVALO-MARINHO


A porta do vagão se abriu e os dois rapazes entraram. São músicos e brindam os passageiros com uma melodia que me traz ótimas recordações. Busco nos escaninhos da memória e rapidamente (que bom!) identifico “Cavalo-marinho”, música do folclore pernambucano. Ouvi pela primeira vez nos anos de 1970 num show do Quinteto Violado, um maravilhoso conjunto musical que ainda está em atividade, com alguns integrantes novos.

        Enquanto os rapazes tocavam acabei lembrando de uns versos da brincadeira:

Cavalo-marinho,
Chega mais pra adiante
Faz uma mesura
Pra toda essa gente.

Cavalo-marinho,
Dança no terreiro
Que a dona da casa
Tem muito dinheiro.

Cavalo-marinho,
Dança na calçada
Que a dona da casa
Tem galinha assada.

Cavalo-marinho,
Já são horas já
Dá uma voltinha
E vai pro teu lugar.

Desde 2014 a brincadeira está inscrita no Livro de Registro das Formas de Expressão pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional -Iphan. Ela faz parte do ciclo natalino da Zona da Mata do norte de Pernambuco e sul da Paraíba e os participantes em geral são trabalhadores da zona rural. Bom mesmo foi ouvir o aplauso dos passageiros à apresentação de uma peça da legítima cultura popular brasileira.



quarta-feira, 24 de maio de 2023

FESTIVAL DE CAFÉ

Quarta-feira. “É de manhã, vem o sol” (gosto muito dessa canção) e a rua lá fora chama. Às 10h já estou no ponto esperando condução e, para minha alegria, chega primeiro o trólebus. (Adoro esse veículo que trafega com tranquilidade e me lembra os velhos bondes, afinal têm os movimentos limitados pelos cabos ligados aos fios de energia elétrica.) Embarco e busco o banquinho solitário que me deixa de costas para o motorista. O cobrador retribui o bom dia e pergunta como estou, ele está animado porque já é quarta-feira e o fim de semana está próximo. Vai folgar sábado e começará a semana trabalhando. Que bom!

A cada ponto vão subindo novos passageiros. Não vi quando os garotos subiram. Só os vi quando o mais velho perguntou se o ônibus virava “pra lá”. Não sabia o nome da rua. Mais adiante, ele torna a perguntar. Cobrador e motorista tentam ajudar. São duas crianças e estão de frente para mim. O mais novo curte a viagem. Estão limpos, com roupas simples e bonitinhas. Enfim, o ônibus vira “pra lá” e ele quer descer. O motorista diz que só para no ponto. Quando a porta abre, o mais velho sai rapidamente sem se importar com o mais novo que se apressa. De onde estou vejo os dois atravessando a rua correndo por trás do trólebus para alcançarem outro ônibus que ia em sentido contrário. Ou seja, voltavam. Fico imaginando se tinham tirado a manhã para passear. O cobrador diz que um deve ter uns nove anos e o outro, uns cinco. “Enfim, um com pouco juízo e outro sem nenhum – digo, inconformada com ausência de responsáveis.” O cobrador acha que é proibido transportar menores desacompanhados. O motorista acha melhor tirá-los da rua...Segue-se um debate.

No pátio do Colégio, a novidade é uma xícara gigantesca pintada pelo artista Max Martinez e faz parte do Festival de Café no Triângulo, promovido pela Prefeitura em conjunto com comerciantes. Este ano são 35 participantes. Graças ao evento, que também levou vários músicos para as ruas da região, o Triângulo estava bastante movimentado depois de três anos de desânimo. Escolhi o Centro Cultural Branco do Brasil – para tomar um café e saí decepcionada.

Hora de voltar. 


               Obra de Max Martinez, que deve ser canhoto, pois o outro lado está em branco.


Criação de D. Nascimento.


O cantor (no palco atrás da xícara de Ikeda) cantava um forró  gostoso. Beethoven verde de inveja ou vermelho de raiva? Nem pensar. Ele nem ouvia.


Na praça Antônio Prado, a moça cantava bonito junto ao quiosque que está em reforma.


(O Triângulo é formado pelas Ruas Boa Vista, Líbero Badaró e Direita.)

quinta-feira, 18 de maio de 2023

ANDANDO SEM DESTINO

 

O outono é uma estação muito agradável – nem muito calor nem muito frio – ideal para caminhar, ver pessoas, descobrir novidades e observar como se encontram as mais coisas mais antigas. No bairro, um novo mercadinho que, no primeiro dia, atraiu moradores entusiasmados (por pouco tempo) com mais essa facilidade. Difícil mesmo são os preços. O que me preocupa é não lembrar o que havia antes naquele espaço. Enquanto matuto, vejo que a casa argentina de lanches, além de alfajores, agora oferece tango ao vivo uma vez por semana.  

Praça Jorge Cury,

Terça é dia de feira, dia de comer pastel e
tomar água de coco, observando a freguesia passar apressada para as compras. (Acho que há mais pombos do que gente na feira.) Nesses quase quarenta anos vivendo na Vila Mariana, garanto que a feira encolheu muito à medida que muitas casas foram substituídas por enormes condomínios. Nessa destruição da história do bairro foi também a casa de saúde indígena. O fechamento da garagem de ônibus da antiga Companhia Municipal de Transportes Coletivos (CMTC) contribuiu para a diminuição das barracas. No lugar da garagem, foi implantada a praça Rosa Alves da Silva que, pouco antes da pandemia, passou por requalificação, e já teve até um campo de rúgbi. Lembro que há tempos fiquei curiosa com uma placa em uma casa: Bukan School of Krav Magá – Unidade Aclimação. Afinal, descobri que se trata de uma escola de defesa pessoal, criada e dirigida por um professor israelense.

Por falar em praça, o bairro tem algumas bem diferentes: como a Jorge Cury (será o jogador do Santos Futebol Clube e político paulista?) em frente ao Parque da Aclimação, com suas escadarias que levam à Rua. Outra praça de referência é a Alex Freua Neto, que eu sempre achei que era Lyons até que recentemente vi a placa. A mais famosa, entretanto, é a General Polidoro, que é pequena e funciona como rotatória para o trânsito que é bem intenso nas redondezas. O general fica no meio de um lago seco (era um espelho d’água) e se tornou grande amigo dos cães desde que os moradores da redondeza passaram a levar seus animais para passear na praça, que é cercada e bem agradável. Felizmente, vivemos em um bairro de pessoas inteligentes e ninguém reclama da nudez de Polidoro.

Praça General Polidoro.

Lembro que há tempos fiquei curiosa com uma placa em uma casa: Bukan School of Krav Magá – Unidade Aclimação. Afinal, descobri que se trata de uma escola de defesa pessoal, criada e dirigida por um professor israelense.

A ciclovia implantada durante a pandemia continua às moscas. Raros ciclistas são vistos pedalando sobre essa nesga vermelha no asfalto. Muitas vezes cruzamos com eles nas calçadas.

sábado, 13 de maio de 2023

GOETHE E AS CORES




“De tudo que faço como poeta, não tenho a menor vaidade. Bons poetas viveram ao mesmo tempo em que eu, outros melhores ainda antes de mim, outros virão mais tarde. Mas que no meu século eu seja o único que conheça a difícil ciência das cores disso me vanglorio um pouco, e é por isso que tenho o sentimento de uma certa superioridade.”  



Johann Wolfgang Goethe (1749-1832) é o autor de "Um esboço da Teoria das Cores" – 1810. De acordo com o professor e pesquisador Israel Pedrosa (1916-2016), “os princípios levantados pela ‘Teoria das Cores’ – em que pese seus conhecidos equívocos – são as bases das artes visuais do século XX” (“Da cor à cor inexistente”. Editora Senac/SP). Goethe era formado em direito e estudou ciências naturais; o interesse pelas cores começou ainda na juventude, quando começou a desenhar e a pintar. Foi como escritor, dramaturgo e poeta que se destacou, sendo o iniciador do romantismo na Alemanha.

Crítico

Eis que me veio uma visita
do tipo (achei) que não me irrita.
O meu jantar não era chique,
mas ele comeu tanto ali que
não sobrou nada em casa e, quando
parou, já quase arrebentando,
o demo o fez sair só para
cuspir no prato em que jantara:
“A sopa estava um arremedo;
a carne, crua; o vinho, azedo.”
Que morra paralítico!
Com mil demônios! Era um crítico!

Johann Wolfgang von Goethe. “Da Atualidade de Goethe”. Tradução de Haroldo de Campos. In:_____. “O arco-íris branco”. Rio de Janeiro: Imago 1997

Ilustração: Goethe, retratado por Gerhard von Külgelgen em 1809.





sexta-feira, 12 de maio de 2023

VAN GOGH

 

“No momento, meu espírito está inteiramente tomado pelas leis das cores. Ah! se elas nos tivessem sido ensinadas em nossa juventude!” Van Gogh.

"A noite estrelada", 1889.

Campo de trigo com corvos, 1890.


quarta-feira, 10 de maio de 2023

PABLO PICASSO

 

“Em realidade, trabalha-se com poucas cores. O que ilude seu número é terem sido colocadas no lugar justo.” Pablo Picasso.


"Três músicos".

"A dança".

PAUL KLEE

“A cor apoderou-se de mim: não tenho mais necessidade de persegui-la. Sei que ela me tomou para sempre. Tal é o significado deste momento abençoado. A cor e eu somos um só. Sou pintor.” Paul Klee 

A vida de Paul Klee (1879-1940) daria um belo romance, se é que já não o escreveram. Filho de pais alemães – ele músico e ela cantora, Paul nasceu na Suíça e iniciou a vida artística como músico: começou a estudar violino e aos doze anos já tocava numa orquestra; desenhava desde criança, preenchendo cadernos e mais cadernos com seus desenhos. Gostava de poesia e, embora reconhecesse que não era a sua melhor qualidade, escreveu poesias durante toda a vida. Entre tantos talentos a pintura predominou e ao morrer deixou dez mil obras de arte. Ele sofreu influencias do expressionismo, cubismo, surrealismo; foi um dos pioneiros do abstracionismo e explorou profundamente a teoria das cores sobre a qual escreveu. Paul Klee foi principais mestres da Bahaus, fechada em 1933 pelos nazistas, mesmo ano em que ele perdeu o emprego na Academia de Düsseldorf, onde lecionava e logo depois partia para a Suíça.  Ele teve dezessete obras classificadas como “arte degenerada” pelos nazistas.

            Klee morreu de esclerodermia, uma doença autoimune, que causa alterações na pele, músculos e órgãos internos, sem ter conseguido  a cidadania suíça, apesar de ter nascido no país, o que lhe foi concedida três a sua morte.

"Mesmo se você não tivesse me contado que ele toca violino, eu teria adivinhado isto em várias ocasiões em que seus desenhos eram transcrições da música." Poeta e romancista austríaco Rainer Maria Rilke. Em 1938 fábrica de pianos Steinway criou uma série de 500 pianos em homenagem a Paul Klee por ele ter reunido a a
rte visual à musical.

"Um motivo de Hamamet;"  Têmpera (1914).

"Aventura de uma jovem."  Aquarela (1921).

domingo, 7 de maio de 2023

RECUPERAÇÃO DA PRAÇA DA SÉ

Nas minhas andanças pela cidade, não deixei de passar pela Praça da Sé nos últimos anos, quando foi se tornou o cenário triste e lamentável da sociedade em que vivemos. Uma multidão de pessoas ocupou a praça: moradores de rua, usuários e dependentes de drogas, desempregados, doentes e desocupados. O lugar perfeito para ladrões e receptadores agirem. Homens e mulheres, jovens e velhos. Não era fácil ou agradável entrar no metrô. Os lugares preferidos para aglomerações eram na parte superior da entrada da estação e ao lado das escadas rolantes. As escadarias da catedral também eram ocupadas. 

            No restante do espaço, eles dormiam ou ficavam jogados, sem esperança. Era possível observar que havia quem tentasse manter a autoestima, lavando as roupas que estendiam nas grades dos jardins aproveitando o sol. Quantas vezes passei por lá na hora em que os funcionários da prefeitura chegavam para a limpeza, quando as pessoas eram encaminhadas para o lado da praça em frente à Caixa para que o trabalho pudesse ser realizado.

Havia também uma pequena feira – gente em rodinhas conversando, alguns tentando vender coisas que espalhavam pela calçada. Era a “feira de rolo” em que o pessoal vendia objetos de procedência duvidosa (roubo). No ano passado, numa operação da Guarda Civil Metropolitana foram apreendidos celulares, máquinas caça-níquel (?), entorpecentes e R$ 7.607,00 em espécie. Nos dois primeiros meses de 2023, foram registrados mais de 950 roubos pelo 1º Distrito Policia, um aumento de 63% em relação ao mesmo período do ano passado.  

            O que ocorria na superfície da praça tinha sérias consequências no subsolo: a saída da estação do metrô de acesso ao Poupatempo ficou irrespirável porque a fonte, que enfeita o corredor com uma cortina de água corrente, estava sendo usada como banheiro. O cheiro já era insuportável antes da pandemia e em 2022, quando voltei por lá, preferi passar pela parte externa.

Pior mesmo é ouvir os comentários de passageiros de ônibus que transitam no entorno da praça. Comentários infelizes, permeados todo tipo de preconceitos. A situação dessa multidão é angustiante. Não tenho ideia qual seja a solução para o problema que é gigantesco e inclui vários setores da administração pública – desde o combate ao tráfico de drogas, questões de saúde pública e o atendimento das pessoas sem-teto, desempregadas e doentes.

Este mês as autoridades iniciaram a remoção de praticamente todas as pessoas – ficaram bem poucas. A praça passou por uma limpeza rigorosa, foram instalados canteiros de obras divididos por cercas para que os operários trabalhem sem a interferência de pedestres. Essas obras incluem limpeza dos jardins, recuperação do pavimento, troca de luminárias. A ação da prefeitura se estenderá pelo Triângulo, abrangendo 23 ruas.

Importante é que a ação social se estenda às outras regiões da cidade que enfrentam o mesmo problema. 







Moradores de rua, desempregados e dependentes de droga dividem suas tragédias 
e tristezas no mesmo espaço.


Visitantes voltaram e admiram o entorno.

A Praça ganhou uma limpeza profunda, o piso está sendo refeito e a iluminação trocada.

Muitas pessoas ainda continuam vivendo por lá. Vivendo?


Quinta-feira, 4 de maio de 2023, ao entardecer.



,

sábado, 6 de maio de 2023

COVID19 EM MOMENTO DE TRANSIÇÃO

A Organização Mundial da Saúde, OMS, declarou nesta sexta-feira, 5 de maio, que o Covid-19 não constitui mais uma Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional. “O momento é de transição do modo de emergência para o gerenciamento da Covid-19 ao lado de outras doenças infecciosas.” A doença estava sob o mais alto nível de alerta desde janeiro de 2020 e o fim da Emergência Internacional só foi alcançado por causa da dedicação de profissionais de saúde, pesquisadores, cidadãos, governantes (nem todos) e todo o corpo técnico da OMS.

A decisão tomada pelo Comitê de Emergência do Regulamento Sanitário Internacional e acatada pelo diretor-geral da OMS, Tedros Ghebreyesus, foi baseada na tendência decrescente nas mortes pela pandemia e o declínio nas hospitalizações e internações em unidades de terapia intensiva. Os altos níveis de imunidade da população ao vírus causador da doença também foram levados em conta.” Tedros Ghebreyesus ressaltou que, no entanto, o Covid-19 não deixou de ser uma ameaça global à saúde, pois o vírus chegou para ficar e continua matando – na semana passada, o vírus matou uma pessoa a cada três minutos. “Milhares de pacientes seguem lutando contra a morte em unidades de terapia intensiva” e milhões continuam a viver com os efeitos debilitantes da condição pós-Covid-19.

Os dados da OMD indicam que sete milhões pessoas morreram de COVID19, mas que os números reais podem ser de pelo menos 20 milhões, de acordo com o diretor-geral da OMS. Ghebreyesus ressaltou que a pandemia foi “muito mais que uma crise sanitária”: ela causou “graves convulsões econômicas, interrompendo viagens e comércio, fechando empresas e mergulhando milhões na pobreza. Ela expôs as desigualdades gritante do mundo, com as comunidades mais pobres e vulneráveis sendo as mais atingidas e as últimas a receber acesso a vacinas e outros recursos. (Fonte: ONU NEWS.)


Os primeiros avisos de alerta: março de 2020. (SP).

As máscaras tentando dar ânimo às pessoas.

                                     Metrô de São Paulo durante a pandemia, 2020.


Vale do Anhangabaú, 2020.



quinta-feira, 4 de maio de 2023

VILA ITORORÓ. APROVEITEM.

 

Fui ao Itororó beber água e não achei” diz a cantiga de roda. Em São Paulo não achará mesmo o riacho que leva esse nome. Ele foi canalizado durante a expansão da cidade, assim como outros ribeirões e córregos.  A nascente do Itororó fica nas escarpas da avenida Vinte e Três de Maio, nas proximidades da rua Maestro Cardim, onde se localiza o Hospital da Beneficência Portuguesa. O lugar era conhecido como Vale do Itororó, ligado ao ribeirão Anhangabaú; mas em meados do século XIX, já poluíamos nossas águas: o córrego do Itororó recebia as águas usadas do antigo matadouro de São Paulo e por isso era conhecido como córrego da Limpeza.

            Da época em que o riacho corria a céu aberto resta uma lembrança que se esgarça com o passar do tempo e que a prefeitura vem resgatando lentamente. Trata-se da Vila Itororó. Definir essa Vila, construída na década de 1920 é bem difícil, ainda mais porque os imóveis principais estão quase em ruínas. O empreiteiro e comerciante Francisco de Castro, filho de portugueses, parece ter sido o autor do “projeto”. A característica marcante do prédio principal, um palacete de três andares da rua Maestro Cardim, é a falta de estilo. Colunas com capitéis gregos e modestas cariátides fazem parte do exótico edifício que domina a vila, situada entre as ruas Maestro Cardim (entrada), Monsenhor Passaláqua e Martiniano de Carvalho, na Bela Vista. No princípio, a área de 6 mil metros quadrados tinha 37 casas – a maioria das quais se diluiu no tempo. Nos anos 1940 a área foi invadida e a reintegração só ocorreu décadas depois. Agora, conta com dez edificações – algumas já foram restauradas e dão vida ao Centro Cultural que a Prefeitura reativou em 2019. O que chama atenção nesse espaço é a piscina – a primeira de São Paulo.

            A Vila é tombada desde 2002 pelo Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico e desde 2005 pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico e Arquitetônico. A restauração começou em 2013. O Centro promove feiras gastronômicas e de artesanato, shows; e várias oficinas de dança de salão, crochê, sobre meio ambiente e sustentabilidade entre muitas outras. Funcionamento: de terça a domingo das 10h às 19h. Entrada gratuita. Estação São Joaquim do Metro, Linha Azul. 

https://vilaitororo.prefeitura.sp.gov.br/programacao/oficinas/