quinta-feira, 4 de maio de 2023

VILA ITORORÓ. APROVEITEM.

 

Fui ao Itororó beber água e não achei” diz a cantiga de roda. Em São Paulo não achará mesmo o riacho que leva esse nome. Ele foi canalizado durante a expansão da cidade, assim como outros ribeirões e córregos.  A nascente do Itororó fica nas escarpas da avenida Vinte e Três de Maio, nas proximidades da rua Maestro Cardim, onde se localiza o Hospital da Beneficência Portuguesa. O lugar era conhecido como Vale do Itororó, ligado ao ribeirão Anhangabaú; mas em meados do século XIX, já poluíamos nossas águas: o córrego do Itororó recebia as águas usadas do antigo matadouro de São Paulo e por isso era conhecido como córrego da Limpeza.

            Da época em que o riacho corria a céu aberto resta uma lembrança que se esgarça com o passar do tempo e que a prefeitura vem resgatando lentamente. Trata-se da Vila Itororó. Definir essa Vila, construída na década de 1920 é bem difícil, ainda mais porque os imóveis principais estão quase em ruínas. O empreiteiro e comerciante Francisco de Castro, filho de portugueses, parece ter sido o autor do “projeto”. A característica marcante do prédio principal, um palacete de três andares da rua Maestro Cardim, é a falta de estilo. Colunas com capitéis gregos e modestas cariátides fazem parte do exótico edifício que domina a vila, situada entre as ruas Maestro Cardim (entrada), Monsenhor Passaláqua e Martiniano de Carvalho, na Bela Vista. No princípio, a área de 6 mil metros quadrados tinha 37 casas – a maioria das quais se diluiu no tempo. Nos anos 1940 a área foi invadida e a reintegração só ocorreu décadas depois. Agora, conta com dez edificações – algumas já foram restauradas e dão vida ao Centro Cultural que a Prefeitura reativou em 2019. O que chama atenção nesse espaço é a piscina – a primeira de São Paulo.

            A Vila é tombada desde 2002 pelo Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico e desde 2005 pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico e Arquitetônico. A restauração começou em 2013. O Centro promove feiras gastronômicas e de artesanato, shows; e várias oficinas de dança de salão, crochê, sobre meio ambiente e sustentabilidade entre muitas outras. Funcionamento: de terça a domingo das 10h às 19h. Entrada gratuita. Estação São Joaquim do Metro, Linha Azul. 

https://vilaitororo.prefeitura.sp.gov.br/programacao/oficinas/









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