quinta-feira, 30 de novembro de 2017

CINE SÃO JOSÉ
O CINE SÃO JOSÉ foi demolido em 2012.



A Empresa Santista de Cinemas almejava não apenas proporcionar aos santistas o melhor em matéria de salas de cinema, como também dar oportunidade de diversão para o maior número de pessoas. Assim, contratou a LINDENBERG, ALVEZ E ASSUMPÇÃO, empresa especializada no assunto, para a construção de um cinema na Rua Campos Melo, 179 (Vila Macuco), com capacidade para 2.500 pessoas em plateia dupla. A nova sala exibidora, “equipada com aparelhamento de primeira ordem”, recebeu o nome de Cine São José, em homenagem ao padroeiro do bairro. Finalmente, o maior cinema da cidade abriu suas portas em 7 de setembro de 1937.  
No anúncio publicado na imprensa, a empresa de cinemas dizia que o novo espaço iria “exhibir programmas organizados especialmente para elle, mudando frequentemente o cartaz”. Para a inauguração “foi escolhido um optimo programma, elaborado com o maior capricho: ‘A fuga de Tarzan’, e ‘Idylio cigano’, a grande synphonia em cores vivas e naturaes”.
Quem chegou cedo, pôde aguardar numa ampla sala de espera mobiliada com poltronas de couro platinado.


“A fuga de Tarzan”, com menos de noventa minutos de duração, teve cinco diretores. Um deles Richard Thorpe (1896-1991). Este foi o terceiro filme de Johnny Weissmuller (1904-1984) no papel de Tarzan, personagem criado por Edgar Rice Burroughs (1875-1950). Jane foi interpretada por Maureen O’Sullivan (1911-1998).

                


"Idílio cigano” é um romance cheio de drama, dirigido por Harold D. Schuster (1902-1986) e estrelado por Henry Fonda (1905-1982) e Annabella (1907-1996), atriz francesa famosa que viveu alguns anos nos Estados Unidos.









          Um amigo lembra que já na fase decadente às quintas-feiras eram exibidos filmes japoneses no velho e bom CINE SÃO JOSÉ.
        
FOTO: site salasdecinemadesp. 

CINE CARLOS GOMES
Foto: Novo Milênio.
A Vila Mathias ganhou mais um cinema no dia 5 de agosto de 1937, quando foi inaugurado o Cine Carlos Gomes, na Avenida Ana Costa, 55. A nova sala de espetáculos, propriedade da Empresa Santista de Cinemas, tinha capacidade para 1.500 pessoas! O programa não podia ser mais atraente: Ginger Rogers (1911-1995) e Fred Astaire (1899-1987) estrelando “Vamos Dançar”, filme dirigido por Mark Sandrich (1900-1945). Entretanto, esse não foi exatamente um grande sucesso da dupla Ginger & Fred, em seu sétimo trabalho juntos. Se o roteiro não agradou muito, as músicas assinadas por George e Ira Gershwin tornaram-se clássicos norte-americanos: Let's Call the Whole Thing OffShall We DanceThey All Laughed e They Can't Take That Away from Me – esta última indicada para o Oscar. 

O Cine Carlos Gomes é parte muito importante da minha infância. Assim que tive idade para ir ao cinema, minhas tias passaram a me levar às matinês de domingo com direito a dois filmes. Como ainda não sabia ler, eu perguntava baixinho o que os personagens diziam e uma delas ia me contando a história. Foi assim que cresci apreciando cada vez mais essa chamada sétima arte. Quando chegávamos, minhas tias compravam dropes e algumas vezes chocolate; embora as luzes ainda estivessem acesas, o lanterninha nos acompanhava até os lugares escolhidos. Enquanto se aguardava o início da sessão, o sistema de som transmitia música brasileira até que a iluminação ia diminuindo, as cortinas se abriam e começava o telejornal Canal 100, de Carlos Niemeyer. Jamais me esqueci da música “Na cadência do samba”, de Luiz Bandeira (1923-1998), que abria o noticiário esportivo.

"Que bonito é
As bandeiras tremulando
A torcida delirando
Vendo a rede balançar
Que bonito é
A mulata requebrando
Os tambores repicando
uma escola desfilar..."

         No final do cinejornal, havia trailers dos próximos lançamentos e, finalmente, o filme em cartaz. Tempos idos e vividos. 

quarta-feira, 29 de novembro de 2017

CINE ASTOR

Sempre gostei do nome desse cinema de Santos, inaugurado em 24 de setembro de 1935, uma terça-feira. O significado varia conforme a fonte: de origem grega (astur) e significa “aquele que brilha como um astro” *, mas pode ser também a denominação de uma ave de rapina**. O Cine Astor ficava na Vila Nova (Rua Sete de Setembro esquina com a Avenida Conselheiro Nébias) e o filme escolhido para a festa de inauguração foi a comédia “Broadway Bill, a vitória será sua”, dirigido por Frank Capra (1897-1991). No elenco, destaca-se apenas Mirna Loy (1905-1993), que começara a fazer sucesso no ano anterior, quando atuara em “Manhattan Melodrama”, com Clark Gable. Os convidados especiais da noite de inauguração da casa puderam assistir à história do herdeiro que prefere desperdiçar a fortuna em corridas de cavalo, alheio às responsabilidades da família. Somente no dia seguinte, o cinema abriu para o público.
Frank Capra, que foi um dos grandes diretores do século passado, deve ter gostado da história porque a refilmou em 1950, com o cantor e ator Bing Crosby (1903-1977) no papel principal: “Riding High” (em português “Nada além de um desejo”).
Infelizmente, não consegui localizar a data de fechamento do cinema.




** http://origemdapalavra.com.br/ 

terça-feira, 28 de novembro de 2017

VELHOS TEMPOS


“Aí vem a Marinha” foi o filme escolhido para a inauguração do Cine PARATODOS, na Rua Lucas Fortunato, 89, Vila Mathias (Santos), em 11 de janeiro de 1935. Uma comédia, dirigida por Lloyd Bacon (1889-1955) e estrelada por James Cagney (1899-1986). Cagney interpreta mais uma vez o papel do rapaz indisciplinado e brigão, só que desta vez se alista na Marinha para provocar um oficial que lhe roubara a namorada; o pano de fundo do romance é o cotidiano e a rotina dos marinheiros em serviço. O filme foi rodado a bordo do USS Arizona, porta-aviões norte-americano afundado pelos japoneses no ataque a Pearl Harbor (Havaí) em 1941, e na base naval de San Diego (Califórnia). Em resumo: “Aí vem a Marinha” foi indicado para o Oscar de melhor filme de 1934.  
Famoso por interpretar valentões e gangsteres, Cagney também era um bom dançarino, afinal, começou a carreira em musicais da Broadway e de Noew Orleans. Foi no papel de George Cohan, pioneiro dos musicais, que ele ganhou o Oscar de melhor ator em “A Canção da Vitória”, filme dirigido por Michael Curtiz (1886-1962), em 1942.
Mais tarde o nome do PARATODOS mudou para Cine Bandeirantes.
  

 

Anos depois o PARATODOS teve o nome mudado para Cine Bandeirantes. 

segunda-feira, 27 de novembro de 2017

A FRAGILIDADE DO SUCESSO

O santista aproveitou bem o feriado de Ano Novo de 1921. Os cinemas ofereciam uma programação variada. No Teatro Guarani (Praça dos Andradas) estava em cartaz A casa misteriosa e O Intolerável. Tom Mix era a atração do Polytheama (Praça Rui Barbosa). O destaque, entretanto, podia muito bem ser o filme Castidade (“o nu purificado... e apresentado numa genuína e elevada expressão de arte”), com a Vênus americana Andrey Munson (1891-1996). Em uma época em que fotos eram raras em jornal, há uma ilustrando a matéria sobre essa atração: a lânguida Andrey Munson coberta por um véu diáfano revelador de um corpo esbelto. Justifica-se: afinal, Munson protagonizara o primeiro nu do cinema norte-americano em “Inspiration”, de 1915.
Não há notícia de que a liga dos moralistas tenha se mobilizado contra a apresentação do filme. “Castidade”, de 1916, era o segundo filme de Andrey Munson e foi o único dos três filmes dela que se salvou. E por pouco!  Foi descoberto em 1993 na França numa “coleção de pornografia”, sendo adquirido pelo arquivo nacional de cinema daquele país.  
Andrey Munson começou a carreira no teatro com 17 anos, mas foi como modelo para artistas que se tornou famosa depois que o escultor Isidore Konti (1862-1938) convenceu-a a posar nua para as “Três Graças” criadas por ele para o Grand Ballroom do Hotel Astor em Times Square, Nova York. Em 1915 foi escolhida pelo escultor Alexander Stirling Calder (1870-1945) como modelo da Exposição Universal* em S. Francisco (já recuperada do terremoto de 1906).
Foi em 1915 que Andrey Munson apareceu no primeiro filme – apareceu porque ela só fez as cenas de nudez, pois o estúdio contratou uma atriz parecida com ela para a atuação. O terceiro filme parece que nunca foi distribuído.

A carreira e o sucesso terminaram por volta de 1921. Envolveu-se numa história policial – o dono da pensão em que morava com a mãe, apaixonou-se por ela e matou a esposa para que pudessem casar-se. Andrey Munson negou qualquer envolvimento no caso. Um filme de 1921 baseou-se na biografia dela que estava sendo publicada em vários jornais e numa série de artigos que ela escrevera para a Sunday Magazine, da cadeia Hearst. Sem trabalho, tentou o suicídio e em 1931, após diagnóstico de esquizofrenia, Andrey Munson foi internada em uma clínica psiquiátrica de onde nunca saiu. (Fotos: Wikipedia)
 

"Star Maiden", de Stirling Calder (1915), atualmente no Museu de Oakland (CA)

sexta-feira, 24 de novembro de 2017

EFEMÉRIDES 

Há 191 anos nascia em Florença (Itália) Carlo Lorenzini (1826-1890), que se tornou famoso como Carlo Collodi. Ele é o criador de “Pinóquio”, a história do boneco que queria ser um menino de verdade. (Prefiro Emília, uma boneca de bem com ela mesma, pois nunca quis ser nada além de uma boneca de pano.) A ilustração dos estúdios Disney (Wikipedia). 

É também aniversário de nascimento 
do pintor e litógrafo francês Henri de 
Toulouse-Lautrec (1864-1901), que 
deixou uma rica obra sobre a 
vida boêmia de Paris. 






Quem nasceu em 24 de novembro foi Charles Miller (1864 -1953), responsável pela introdução no Brasil de várias modalidades esportivas (polo aquático, rúgbi), embora seja lembrado especialmente pelo futebol. 






Será que alguém ainda sabe quem é
Libertad Lamarque (1908-2000)?
Atriz e cantora argentina, radicada no México.
 Foi uma elogiada intérprete de tango.



quinta-feira, 23 de novembro de 2017

Frank Sinatra - "Jingle Bells" (Concert Collection)


Jingle Bells é conhecida como uma tradicional música de Natal, entretanto, ela foi escrita pelo norte-americano James Lord Pierpont (1822-1893) em 1857 para o dia de ação de graças, comemorado nos Estados Unidos na quarta quinta-feira do mês de novembro. Uma placa em uma rua da cidade de Medford, Massachusetts, registra o local em que a canção teria sido composta e onde, na época, funcionava a Simpson Tavern. Segundo a sociedade musical local, Pierpont inspirou-se nas corridas de trenó, populares no século XIX. Não importa a data, é sempre muito bom ouvir essa música. No youtube, Frank Sinatra e Bing Crosby no "Especial de Natal" de 1956.

quarta-feira, 22 de novembro de 2017


UMA TARDE EM SAN DIEGO

San Diego fica na fronteira com o México – claro que já foi mexicana e dessa época guarda alguns vestígios. A cidade tem 1 322 553 habitantes, o que a torna a segunda cidade mais populosa do estado da Califórnia. A economia baseia-se em atividades militares, turismo e comércio internacional. O primeiro europeu a aparecer na região foi o português João Rodrigues Cabrilho, que em 1542 navegava a serviço da coroa espanhola. Ele tomou posse das terras em nome dos reis de Castela e deu-lhes o nome de San Miguel. Em 1602, ao fazer o mapeamento do litoral da Califórnia, Sebastian Vizcaino renomeou o lugar para San Diego, em homenagem a San Diego de Alcalá (1400-1463). Fotos: Hilda Araújo, 2017.






Ao fundo a cúpula da Biblioteca Pública de San Diego. Ela tem em torno de 5.3 milhões de livros, inclusive e-books e material audiovisual; cerca de 1.6 milhão de documentos governamentais e 265,295 livros em 25 outros idiomas. A Galeria de Arte promove exposições de artistas locais e aos domingos há concertos no auditório.





San Diego abriga várias bases da Marinha e é porto de origem de muitos navios militares e históricos.

O veleiro Star of India foi lançado ao mar em 1853
e teve uma trajetória rica de acontecimentos.












O porta-aviões Midway (1945-1992) foi retirado do serviço em 1997, rebocado para San Diego e transformado em museu em 2004. A embarcação tem 300m de comprimento por 72m50 de largura. Na II Guerra, tinha capacidade para transportar 100 aeronaves, mas foi reduzida para 65 na época da Guerra do Vietnã. Tripulação: 4.104 militares.   


GREAT GENERATION WALK


 Homecoming (Regresso) é uma cópia da escultura de Stanley Bleifeld que se encontra em Washington D.C. Ela é um das muitas obras de arte do Great Generation Walk, espaço a céu aberto onde são homenageadas pessoas que serviram ao país em diferentes épocas

Homenagem aos tripulantes do USS San Diego (CL-53) –
navio que combateu no Pacífico durante a
II Guerra Mundial e recebeu quinze medalhas por combates.
Vai de barco ou de avião? 




domingo, 19 de novembro de 2017


O PARAÍSO EM CHAMAS 
Memorial USS Arizona


Um barco da Marinha transporta os visitantes ao Memorial. 
 No dia 7 de dezembro de 1941, durante a guerra na Europa, os japoneses atacaram Pearl Harbor, base da frota dos Estados Unidos no Pacífico. Os dois países ainda negociavam, quando o ataque ocorreu danificando ou destruindo 21 navios e 347 aviões. Morreram 2403 americanos e outros 1178 foram feridos. O Congresso dos Estados Unidos declarou guerra ao Japão e o presidente Franklin D. Roosevelt assinou o documento em seguida. Alemanha em apoio aos japoneses declarou guerra aos Estados Unidos no dia 11, o que levou os americanos para o teatro de guerra na Europa em apoio à luta da Inglaterra e União Soviética (Rússia).

         Um dos navios perdidos foi o encouraçado USS Arizona: uma bomba atingiu o paiol de munição. A embarcação com a tripulação de 1177 homens afundou e, apesar de todos os esforços os corpos de 900 tripulantes não foram recuperados, mas nunca esquecidos. Em 1962 foi construído o USS Arizona Memorial – Marco Histórico Nacional – sobre os destroços do encouraçado, porém, sem tocá-lo. O visitante pode ver os restos da embarcação e observar que o óleo armazenado nos tanques do navio continua fluindo até a superfície setenta e seis anos depois. O Memorial, operado pelo Serviço Nacional de Parques com apoio da Marinha dos Estados Unidos, recebe mais de um milhão de visitantes por ano. (Ingresso e transporte gratuito para o Memorial USS Arizona.) 


USS BOWFIN – depois da visita ao Memorial é possível conhecer o submarino que esteve em operação no Pacífico durante a II Guerra e a Guerra da Coreia. Ele esteve em ação de 1942 a 1953, depois voltou ao serviço da Marinha em 1960 por mais onze anos. Tornou-se museu em 1979. O museu não trata apenas da história do Bowfin, mas do desenvolvimento do submarino, uma ideia que o homem ousou por em execução pela primeira vez em 1776 até o submarino nuclear. Outro aspecto importante da visita é a descoberta da vida árdua da tripulação em trabalho penoso dentro de um tubo estreito submerso. A tripulação original era de 70 homens (sete oficiais e 63 alistados), mais tarde aumentada para 80 homens (oito oficiais e 80 alistados). O ingresso para a visita ao submarino e ao museu custa USD 12 (adultos), USD 8 (idosos) e USD 5 (crianças). 


Adicionar legenda


















Já que o assunto é militaria, vale conhecer também o USS Army Museum of Hawaii - Fort Derussy, no 2161 Kalia Rd. Entrada gratuita. Na saída, vale pegar uma praia.


sábado, 18 de novembro de 2017

HONOLULU, AQUI E ALI.

Surfista que se preza conhece Duke Kahanamoku (1890-1968), uma lenda havaiana. Ele foi nadador – participou dos jogos Olímpicos  de Estocolmo (1912),  Antuérpia (1920) e Paris (Paris) e ganhos três medalhas de ouro e duas de prata. Foi responsável pela modernização do surfe e tornando o Havaí centro mundial da modalidade. Ele participou também de vários filmes.


 
O Havaí tem um Parque Nacional de Vulcões – dois (Mauna e Kilauea) estão entre os mais ativos do mundo, mas Diamond Head é inofensivo (?). Calcula-se que ele tenha entre dois e quatro milhões de anos (por que não três?) e descansa em paz na extremidade da ilha de Oahu. A cratera mais jovem tem cerca de 500 mil anos! No caminho, um túnel de acesso ao parque. 

Ala Wai Canal foi construído para drenar as águas dos arrozais e brejos da ilha e, eventualmente, ser uma área de recreação em Waikiki. Ele foi concluído em 1928 e as suas águas são lançadas no Pacífico. O Ala Wai Boulevard é um belo espaço da cidade onde as pessoas podem correr, remar, caminhar ou simplesmente se sentar para ler, ouvir música ou fazer nada (desde que usem um chapéu). 
Fotos: Hilda Araújo, setembro, 2017.

quarta-feira, 15 de novembro de 2017

WAIKIKI  

         Honolulu é uma cidade feita sob medida para se caminhar. Elegante. Tudo parece novo. Aliás, é tudo praticamente novo porque o desenvolvimento se acelerou a partir da anexação do Havaí pelos  Estados Unidos em 1959. Ruas primorosamente limpas. Trânsito seguro – pedestres e motoristas seguem as regras. Transporte público, só na soalheira ou para os lugares muito afastados.
O traçado urbanístico ajuda a aproximar as pessoas dos espaços privados – você vai andando e então há um pequeno lago na calçada que o leva para perto de lojas, shoppings ou restaurantes, um jardim o aproxima de um hotel de luxo. Uma surpresa descobrir que ônibus circulam no estacionamento de shoppings, como o Ala Moana Center – o maior do Havaí e o décimo quinto dos Estados Unidos.

A impressão é de que ninguém tem pressa – nem moradores nem turistas. Não faltam atividades nessa ilha que convida à fantasia. Nadar, mergulhar, velejar, caminhar pelas praias para admirar a paisagem de Waikiki, descobrir um casal de noivos – ela a rigor e ele de bermudas – procurando um cenário para o grande momento de suas vidas; assistir a uma partida de vôlei... 

Se cansar, procure um banco vazio e agraciado com uma sombra para simplesmente olhar o mar; ou quem sabe colocar uma rede entre dois coqueiros e aproveitar o momento. Que tal aproveitar a oportunidade única de aprender a surfar com quem entende do assunto – não se preocupe porque a aula é na areia e alguns instrutores valem uma tentativa. Não tem prancha? Não se preocupe. Pode alugar uma facilmente.

No final da tarde, o único compromisso é ver o sol se por no horizonte. Um espetáculo que se renova todos os dias. De preferência sob a árvore canora que atrai a atenção de todos. Nada de tecnologia. Trata-se de passarinhos que parecem preferi-la às outras e se alvoroçam ao cair da noite quando retornam de mais um dia de revoadas.

Aos sábados a Avenida Kalakaua é fechada para o transito de veículos para uma grande feira de comida e artesanato e apresentações musicais ao entardecer - em uma ponta – uma orquestra e na outra um conjunto típico. Sempre dá para conciliar a música com o por do sol que acontece ali na praia.






À medida que escurece vão se acendendo os tocheiros que ornam toda a avenida e começa um cortejo de personagens da cultura havaiana... Uma vez por semana um dos hotéis da cidade promove na orla ao entardecer uma apresentação de Hula – que não é apenas uma dança tradicional havaiana. Ela representa um estilo de vida baseado em uma religião ancestral. Os movimentos do bailarino são inspirados nos elementos naturais – montanhas, ondas do mar – e em sentimentos – amor e ódio etc.

Se preferir, pode ir a um lu’au – uma festa noturna na praia com danças típicas e jantar. O nome tem origem no prato servido na ocasião, feito com brotos de taro (espécie de inhame popular na Polinésia), frango ou polvo cozido em leite de coco. É bom ressaltar que é tudo turístico.


A praia nunca está vazia à noite. Há sempre pessoas no mar, enquanto pessoas chegam com toalhas ou esteiras que estendem pela relva para uma noite de sono; outros se instalam nos bancos dormir. Cabelos compridos, pele ressequida pelo sol... Surfistas que perderam a grande onda? Uma mulher trouxe a cadeira de praia, um isopor (comida?) e um vidro com flores... Na outra ponta, se instalam enxadristas indiferentes ao movimento ao redor.  






















segunda-feira, 13 de novembro de 2017

ALOHA
Imagem Google Earth.
Sensação extraordinária estar sob um céu muito azul, cercada pela água azul e prateada do Pacífico e aquecida pelo sol que doura a areia e os corpos estendidos ao longo da costa, enquanto uma brisa perdida no oceano sopra para nos trazer à realidade. É só você e a imensidão do mar, afinal o arquipélago do Havaí não passa de um punhado de pedrinhas no meio dos 180 milhões de km² do oceano Pacífico, o maior do nosso planeta. Não se engane. Não importa quantas pessoas estejam ali ao seu lado. Feche os olhos, respire fundo e sinta os raios solares fluindo pelo seu corpo e a marulhar da água aos seus pés. Parece que o tempo não existe. MAHALI! Fotos: Hilda Araújo.
O arquipélago do Havaí é formado por 132 ilhas de origem vulcânica no meio da imensidão do oceano Pacífico. Os naturais da terra acreditavam que a deusa tubarão Ka'ahupahau vivia em Oahu com seu irmão Kahi'uka na baía de Wai Momi – águas perolizadas – porque era ali que apanhavam pérolas e ostras. Pelo menos até o século XIX. A baía de Wai Momi tão especial para os polinésios ganhou nova denominação, quando os norte-americanos alugaram-na em janeiro de 1887 para a instalação da base naval de Pearl Harbor.
Monumento ao Rei Kamehameha.
Nenhum reino é feliz, mas os habitantes primitivos viviam em uma sociedade autossuficiente até o desembarque do navegador inglês James Cook (1728-1778) em janeiro de 1778, quando ganhou o nome de Ilhas SANDWICH. Uma das primeiras consequências da chegada dos estrangeiros que, em suas longas viagens transoceânicas, passaram a fazer escalas nas ilhas, foi a morte de dezenas de milhares de nativos por causa das novas doenças trazidas pelos navegantes. Depois vieram lutas entre os moradores das diversas ilhas até que em 1782 Kamehameha comandou uma guerra que durou 13 anos e uniu o arquipélago, menos as ilhas de Kaua’i e Ni’hau, e instituiu a monarquia. Em 1819 foi substituído pelo filho, Kamehameha II; entretanto, foi apenas sob a administração de Kamehameha III que o Havaí teve a sua primeira constituição (1839) e um governo baseado em três poderes (judiciário, legislativo e executivo).
A partir de 1850 chegaram imigrantes chineses, polinésios e japoneses. Os portugueses – especialmente de Açores e Madeira – também migraram para o arquipélago e se dedicaram ao cultivo da cana-de-açúcar, influenciaram a culinária local e o cavaquinho deixou um descendente importante: o ukelele. A economia baseava-se na extração de madeira vendida para a China, venda de água para os navios em trânsito, abacaxi e cana-de-açúcar. 
         Em 1875 começou a aproximação com os Estados Unidos por meio de um tratado de reciprocidade, que culminou com o arrendamento do porto em Oahu, o que garantiu aos havaianos o direito exclusivo de exportar açúcar para os Estados Unidos sem taxas alfandegárias. A anexação do Havaí ocorreu em 1889 e a incorporação à União, apenas em 21 de agosto de 1959, tornando-se então o 50º estado norte-americano. A principal ilha do arquipélago é Oahu, onde fica a capital do estado, Honolulu – que significa baía protegida em havaiano.
          O estado tem cerca de um milhão e meio de habitantes e a população ocupa oito ilhas do arquipélago interligadas por balsas ou aviões. As principais são Oahu, Mauí, Kauai, Hawai’i ou Big Island. A personalidade mais famosa é o ex-presidente dos Estados Unidos Barack Obama, mas Elvis Presley (que nem é de lá)ainda é lembrando.


domingo, 12 de novembro de 2017

DOMINGO COM ARTE

QUADRAS AO GOSTO POPULAR, de Fernando Pessoa.

Tenho um relógio parado
Por onde sempre me guio.
O relógio é emprestado
E tem as horas a fio.

“Persistência da Memória”, óleo sobre tela, 1934. Salvador Dali(1904-1989). 
Museu de Arte Moderna de Nova Iorque. 

sábado, 11 de novembro de 2017

S. FRANCISCO SEM PRESSA (2)


O riquixá evoluiu, mas o trabalho está longe de ser agradável, especialmente, quando a cidade é cheia de colinas. Algumas bem assustadoras até para pedestres mais arrojados. Embarcadero. 

 



Enquanto se caminha pelas ruas agitadas de S. Francisco não faltam convites estranhos como trocar o café pelo álcool, visitar um mentalista em caso de dúvida, mas já fique sabendo que não respostas certas.

Quando o novo e o antigo se ajustam muito bem: Transamerica Pyramid (600 Montgomery Street, no Distrito Financeiro) tem 48 andares e 260 m de altura. Já foi o mais alto da cidade. (Foto da esquina da Columbus avenue com Keamy Street.) Uma curiosidade: no prédio há uma placa em homenagem aos cães caçadores de ratos – Lazarus e Bloome, que ficaram famosos por seus feitos em meados do século XIX, graças à imprensa da época.