terça-feira, 29 de janeiro de 2019

VISÕES

Cidade Universitária. 
Do ponto do ônibus parecia um ET no meio das árvores, mas é só a estátua do professor Reynaldo Porchat (1868-1953), santista, primeiro reitor da USP que do seu pedestal observa o trânsito sempre confuso da Avenida Afrânio Peixoto. Acho que foi o sol muito forte de ontem... 

A Torre do Relógio e a nuvem. 

Córrego Pirajussara ou esgoto a céu aberto.

domingo, 27 de janeiro de 2019

UM IMPERADOR NOS TRÓPICOS

Perdido em meio a um jardim tropical, o soldado romano parece completamente deslocado. Com pressa acabei me esquecendo da visão inusitada. Até que reli a história da estátua, contada pelo professor Claude Lévi-Strauss. Assim, a quarta-feira foi agitada. Fui ao Centro em busca da estátua, pois não me lembrava de onde o havia visto. Uma caminhada e tanto até o Largo do Arouche, onde prédios elegantes dão uma boa ideia da beleza do lugar em meados do século passado. Entretanto, a paisagem se deteriorou. Malandros se apossam dos espaços que deveriam ser de todos. Bustos de bronze foram arrancados e provavelmente derretidos. Restam Vicente de Carvalho, Luiz Gama e um desconhecido – por enquanto só levaram a placa de identificação.
Enfim, localizo Augusto de Porta Prima, gozando de sombra fresca como soem fazer os imperadores – entre uma batalha e outra ou mortos. É uma das muitas cópias do belíssimo original italiano (nem precisa dizer), que representa o primeiro imperador romano Otávio Augusto (27 A.C – 14 D.C), descoberta em 1863 e que se encontra nos Museus do Vaticano.

 A cópia paulistana foi um presente da colônia italiana à cidade. Segundo a Prefeitura, a estátua foi executada pela Fonderia Artistica Laganà, de Nápoles (Itália) e inaugurada em 1935 na esquina das Ruas Consolação e São Luís, num ponto que desapareceu com obras de urbanização realizadas anos depois.
O professor Claude Lévi-Strauss conta em “Tristes trópicos” que o paulistano não gostou da estátua (nem ele). E como o nobre Augusto tem o braço direito levantado como se fizesse um discurso, logo circulou a versão de que ele indicava o casarão de um jurista e político famoso à época, José Carlos de Macedo Soares (1883-1968): “É ali que mora Carlito”. Lévi-Strauss, entretanto, preferiu não identificar o verdadeiro Carlito e deu-lhe um pseudônimo.
De acordo com o Arquivo Histórico Municipal, a estátua foi executada pelo Liceu de Artes e Ofícios e colocada muito provavelmente na esquina da São Luís com a Rua Major Quedinho – mais tarde recuada com a urbanização, dando lugar à Rua Martins Fontes. A hipótese é que a estátua ali instalada estivesse voltada para o Teatro Municipal de forma que o imperador apontasse na direção da mansão de Macedo Soares.  
O imperador Augusto também sofreu banimento no período da II Guerra e só voltou à difícil tarefa de adornar um local público paulistano em 1948, quando foi levado do depósito para o Largo do Arouche. Difícil porque além dos pombos tem que enfrentar depredadores de monumentos públicos, piores que os exércitos que enfrentou em vida.
A estátua testemunhou em 1951 a chegada da compatriota Amélia Mazotti Montanari que abriu o restaurante “O Gato que ri”, famoso pela qualidade das massas que ela preparava. Dona Amélia morava na parte superior do imóvel, que ela dirigiu até 1983, quando foi brutalmente assassinada. O crime nunca foi solucionado. Depois de ficar fechado por alguns anos o gato voltou a sorrir com novos donos. Augusto de Prima Porta, felizmente, resiste. 

Obra original. Imagem: Wikipedia.

sábado, 26 de janeiro de 2019

SANTOS EM FESTA


Ninguém escolhe o lugar de nascimento. Eu nem cheguei a pôr os pés em minha cidade natal. Fui levada para Santos com apenas dois meses de vida. Se me perguntam, sou de Santos, respondo. Para mim é inesquecível o perfume do café torrado que emanava das torrefações situadas no entorno da Praça dos Andradas, no Centro de Santos. Com as mudanças no sistema de produção e distribuição do café aliadas ao crescimento da cidade, o perfume se esvaneceu há algumas décadas. Tão forte na lembrança quanto o cheiro do café torrado é o aroma da maresia que emana pela orla da praia, especialmente, após as chuvaradas de verão ou em certas ocasiões de maré vazante. Aspirar fundo esse odor é extremamente relaxante e saudável. Nada como observar o mar encontrando o céu e embarcações, que parecem minúsculas, na linha do horizonte; ou ter o privilégio de assistir ao nascer do sol de um lado da praia e o pôr do sol do outro. Deixei a praia pelo planalto, mas nunca me senti menos santista. A volta é sempre um prazer renovado – a Serra do Mar proporciona uma vista bela. Sempre convidativa.  

Rua Amador Bueno, Centro Português. Foto: Google.

A rua da minha infância, 2017.

SANTOS POR UM PORTUGUÊS E UM SUÍÇO

“Da Serra do Cubatão descobre-se um dos panoramas mais soberbos que se podem oferecer aos olhos do viajante! Os plainos imensos e azulados do oceano traduzem apenas a sua imobilidade pelas franjas de branca espuma com que as ondas bordam as curvas arenosas da praia. A ilha, os canais, os aterrados, e lá ao longe as torres das igrejas e as paredes alvas das casas da cidade de Santos, ilha cercada pelo Cubatão e pelo Casqueiro, dois rios que deságuam na barra de São Vicente, compõem uma paisagem admirável, cuja impressão se grava por muito tempo na memória, como a reminiscência agradável de um sonho da fantasia.”

Augusto Emílio Zaluar (1849-1882). Zaluar, jornalista português, se naturalizou e se estabeleceu no Brasil. O texto é da viagem que fez em em 1860/1861.
Porto de Santos do Monte Serrat, 2009.
"A primeira vez que vi o mar, não me esqueço. Parece que ficou dentro de mim como uma necessidade permanente do meu ser. Teria uns 10 anos (...) foi de chofre, o mar, uma grandeza longínqua, enorme, fiquei doentio, não ia, me levavam." 
Mário de Andrade (1893-1945) sobre a viagem a Santos.

 A BOMBORDO

O porto
Nenhum ruído de máquina nenhum assobio nenhuma sirena
Nada se mexe nenhum homem à vista
Nenhuma fumaça sobe nenhum penacho de vapor
Insolação de um porto inteiro
Nada mais do que o sol cruel e o calor que cai do céu e que sobe da água um calor alucinante
Nada se mexe
No entanto aqui existe uma cidade atividade uma indústria
Vinte e cinco cargueiros de dez nações diferentes estão no cais carregando café
Duzentas gruas trabalham silenciosamente
(De binóculo se percebem os sacos de café que viajam sobre tapetes rolantes e elevadores contínuos
A cidade está escondida atrás de hangares achatados e grandes depósitos retilíneos de metal ondulado)
Nada se mexe
Esperamos horas
Ninguém vem
Nenhuma barca deixa a costa
Nosso navio parece derreter a cada minuto e afundar lentamente no calor espesso e balançar e ir a pique

Blaise Cendrars (1887-1961), o viajante e escritor suíço que se apaixonou pelo Brasil e pelos modernistas. Fez sete viagens ao Brasil.

sexta-feira, 25 de janeiro de 2019

SÃO PAULO, 465 ANOS.


Fundação de São Paulo, tela de Oscar Pereira da Silva (1865-1939). Acervo do Museu Paulista. 
SÃO PAULO EM DIFERENTES ÉPOCAS

“Fundada a povoação, todas as preocupações se voltam para a consolidação da conquista. Depois a tarefa que se impõe é dilatar e aproveitar a zona ocupada. Abre-se então o ciclo das entradas para a expulsão e descimento do gentio. Numa sociedade assim absorvida por interesses imediatos o tempo não sobra para mais.
De livrarias, nem sombra. Nas tendas de Antônio de Azevedo Sá, Diogo de Moura e outros mercadores de fama, tudo se encontra, menos livros. O próprio sortimento de papel de escrita é mesquinho: duas ou três mãos, uma resma quando muito. De sua raridade há mais de uma prova. Em um pedacinho de 15 por 12 centímetros estão o testamento de Paulo Bueno e os despachos que mandam imprimi-lo.
Enganar-se-ia, no entanto, quem supusesse inteiramente broncos os paulistas. A redação dos documentos seiscentistas delata um avanço notável sobre a dos anteriores; e é visível o empenho com que se promove, sem embargo da limitação dos recursos, a instrução e educação da infância, mandando-se os órfãos à escola.”
Alcântara Machado: Vida e Morte do Bandeirante, 1928.

JOSÉ ALCÂNTARA MACHADO (1875-1941) foi professor e diretor da Faculdade de Direito da USP, líder da bancada da Assembleia Nacional Constituinte de 1933 e escreveu vários livros sobre Direito, mas sua obra principal é “Vida e Morte do Bandeirante”. Nesse livro, ele traçou um retrato do cotidiano em São Paulo com base numa pesquisa cuidadosa a partir de inventários paulistas do período entre 1578 e 1700.
 ...

“São Paulo em si é uma cidade graciosa, branca, espraiada no alto de um morro e descendo para um planalto, bem arborizada e com boas águas, e montanhas ao longe, por toda a volta. Saindo para o campo, há cobras, macacos, jaguares e gatos selvagens, escorpiões e aranhas [...].” Isabel Burton, trecho de carta à mãe dela.

ISABEL BURTON (1831-1896) foi mulher de Sir Richard Francis Burton (1821-1890), erudito, aventureiro, escritor, explorador, diplomata e agente secreto inglês, que entre 1865-1868 atuou no Brasil como diplomata, aventurou-se na busca de ouro e escreveu “Viagem do Rio de Janeiro a Morro Velho” (1869). Isabel Burton é autora e tradutora de várias obras. Ela traduziu “Iracema”, de José de Alencar, que teve um relativo sucesso em inglês.

 ***

Apesar da majestosa natureza que a circunda, da suave elevação em que se acha colocada e do ameno clima que a bafeja, a cidade de São Paulo é triste, monótona e quase desanimada.
...
A antiga cidade dos jesuítas deve ser considerada, pois, debaixo de dois pontos de vista diversos. A capital da província e a Faculdade de Direito, o burguês e estudante, a sombra e a luz, o estacionarismo e a ação, a desconfiança de uns e a expansão muitas vezes libertinas de outros, e, para concluir uma certa monotonia da rotina personificada na população permanente e as audaciosas tentativas de progresso encarnadas na população transitória e flutuante.
Augusto Emílio Zaluar: Peregrinação pela Província de São Paulo (1860-1861).

AUGUSTO EMÍLIO ZALUAR (1849-1882) foi jornalista e escritor. Português, ele se estabeleceu no Brasil em 1850 e se naturalizou em 1856.

***
“(...) São Paulo nunca me pareceu feia: era uma cidade selvagem, como o são todas as cidades americanas, com exceção de Washington, DC (...) Quanto a São Paulo, era, na época, indômita.” Claude Lévi-Strauss: "Tristes Trópicos", 1955.  


CLAUDE LÉVI-STRAUSS veio para o Brasil em 1935 com a chamada “missão” francesa que trabalhou na implantação da Universidade de São Paulo. Lévi-Strauss escrevei que em 1934 o Brasil e a América do Sul nada significavam para ele. E muito menos para o diretor da Escola Normal Superior de Paris, que o convidou para a aventura brasileira, pois ao ouvir que o jovem estava realmente interessado em etnologia arrematou: “Então, apresente sua candidatura para professor de Sociologia na Universidade de São Paulo. Os arredores estão repletos de índios, a quem você dedicará os seus fins de semana”. Ao chegar a São Paulo Lévi-Strauss percebeu que as coisas não eram bem assim. Ele embarcaria nas férias de verão em viagens de pesquisa pelo Sul e Centro-oeste que o levaram a várias tribos, como de bororós e nhambiquaras. Ele retornou à França três anos depois, mas só em 1955 escreveu “Tristes Trópicos”, em que narra a experiência no Brasil, e é considerado um dos melhores livros de ciências humanas do século XX. Entre suas obras incluem-se “As estruturas elementares do parentesco”, “Antropologia estrutural” e “O pensamento selvagem”. 

Avenida Paulista, junho, 2018.

quinta-feira, 24 de janeiro de 2019

SÃO PAULO: REMINISCÊNCIAS DO GEÓGRAFO.

“A cidade – para quem viver mais do que se poderia esperar – é um amplo campo de recordações multivárias. Cada canto. Cada rua. Cada ladeira. Cada viaduto. Tudo é motivo para sentidas recordações. Para alguns de nós, não há como abafar a trajetória regressiva do pensamento. A gente pode ter saudade até daquilo que não viu. Razão pela qual é de todo conveniente selecionar as memórias.
 (...)
E nós, estudantes, curiosos, sedentos de conhecimentos sobre a grande cidade, costumávamos percorrê-la, linha por linha, nas tardes de sábados, domingos e feriados. A trama das linhas (de bondes) – um pouco mais complexa do que agora apresentada – facilitava a vida de comerciários, operários, estudantes, funcionários públicos, fregueses de lojas e fieis rezadores das igrejas centrais.
Era barulhento: rodas de aço sobre trilhos de aço. Mas, também, o bonde era bom e barato, e relativamente rápido para extensões radiais de quatro a sete quilômetros. À noite havia de se cuidar com os horários, porque, após certas horas, a circulação entrava em recesso para voltar apenas nas primeiras horas da manhã seguinte, em plena madrugada.
Não foi uma nem duas vezes que eu e Florestan Fernandes saímos da Praça da República e fomos a pé até a Praça da Sé, pelo eixo da Rua Barão de Itapetininga - Viaduto do Chá, Praça do Patriarca – Rua Direita para apanhar o Bonde Belém – Quarta Parada. Florestan parava na Rua do Belém, onde morava em uma modesta pensão. E eu prosseguia até a Rua Padre Adelino, onde morava com a família, em uma casa pequena e pobre, ao lado de uma vila-cortiço.” 
Aziz Nacib Ab’Saber: São Paulo: Ensaios Entreveros.  EDUSP/Imprensa Oficial, 2004.








AZIZ NACIB AB’SABER (1924-2012), geógrafo e professor da USP. Tive o prazer de entrevistá-lo algumas vezes tanto na época em que trabalhei na USP quanto no período da Secretaria de Estado do Meio Ambiente. Deixou uma vasta obra que inclui entre muitas outras: “Litoral Brasileiro”, “Amazônia: do discurso à práxis” e “A Terra Paulista”.
Foto HPA: Museu dos Transportes Públicos Gaetano Ferolla, 2014.

FAULKNER E OS PAULISTAS




“Quando cheguei ao Brasil uma semana atrás, pensava ter vindo como forasteiro. Estava enganado. Pensava ter vindo como homem de meia-idade, para visitar um país que seria também de meia-idade, em virtude de sua longa história. Enganara-me novamente. Descobri uma cidade, São Paulo, que nunca poderia ser de meia-idade porque é demasiadamente dinâmica e confiante em si mesma. Espero apenas que o que eu deixo aqui se iguale, um pouco pelo menos, à recordação e à admiração por uma cidade incrível e hospitaleira que levarei comigo para casa. 14-agosto -1954.”



William Faulkner (1897-1962), prêmio Nobel de Literatura de 1950, chegou a São Paulo no domingo, 8 de agosto de 1954 para participar do Congresso Internacional de Escritores, parte das comemorações do quarto centenário da cidade. Ficou hospedado no Hotel Esplanada na Praça Ramos de Azevedo (atualmente escritórios do grupo Votorantim). Foi pouco visto no congresso, onde fez palestra para jovens poetas.. Passou mais tempo no hotel e fez alguns passeios pela cidade. No MASP (e em outros locais que visitou), deitou-se no chão por causa das dores nas costas, que atribuía a ferimentos na I Guerra, em que nunca combateu de acordo com o biografo Joseph Blotner (1923-2012).
Visitou o Instituto Butantã, onde segurou cobras enquanto gritava várias vezes “Sou um fazendeiro!”. Quem contou o fato foi a escritora Lygia Fagundes Telles (cujos olhos encantaram o americano), que acompanhou Faulkner a alguns compromissos. No Jockey Club de São Paulo, assistiu a corridas, mas não apostou; ainda visitou fazendas de café que lhe despertaram o interesse pelo preço da terra e pelos tipos de plantio. Lygia Fagundes Telles (1923) também lembrou mais tarde que Faulkner se entusiasmou com a constelação do Cruzeiro do Sul. Não se esqueceram de marcar uma audiência com o governador de São Paulo, Lucas Nogueira Garcez (1913-1982) que, indelicadamente, deixou Faulkner esperando bastante para recebê-lo.
Antigo Hotel Esplanada, atual Secretaria de Estado da Agricultura.

Antes de partir, escreveu aos paulistas a mensagem acima que deixou na recepção do hotel. Aliás, não foi a única coisa que Faulkner deixou no Esplanada. A gerência do hotel telefonou para Lygia Fagundes Telles avisando que Faulkner esquecera uma sacola xadrez, onde mais tarde ela encontrou vários livros dados ao americano por escritores brasileiros, como se podia constatar pelos autógrafos. Lygia, polidamente, justificou o “esquecimento”: como Faulkner não falava português, a sacola seria um peso inútil para ele. Os livros foram doados para a Biblioteca Municipal.
William Faulkner é autor de “Palmeiras selvagens”, “O som e a fúria”, “Luz em agosto”. 

quarta-feira, 23 de janeiro de 2019

SÃO PAULO E AS CHUVAS DE JANEIRO

“Em São Paulo, no mês de janeiro, a chuva não ‘chega’, mas é engendrada pela umidade ambiente, como se o vapor d’água de que tudo se embebe se materializasse em pérolas aquáticas caindo abundantemente mas que dariam a impressão de serem freadas pela afinidade com toda essa neblina pela qual deslizam. Não é, como na Europa, uma chuva riscadinha, mas um cintilar pálido, formado por uma profusão de bolinhas d’água que rolam numa atmosfera úmida: cascata de consome claro com tapioca. E tampouco é quando a nuvem passa que a chuva para, mas quando o ar local, pela punção pluviosa, livrou-se suficientemente de um excesso de umidade. Então, o céu clareia, entrevê-se o azul muito pálido entre as nuvens amarelas, enquanto enxurradas alpinas correm pelas ruas.” Sobre São Paulo em 1935: Claude Lévi-Strauss (1908-2009),antropólogo e filósofo, que participou da implantação da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo. Excerto de "Tristes Trópicos", Companhia Das Letras. O livro foi escrito em 1955, quando Lévi-Strauss já havia retornado à Europa. 
Inundação da Várzea do Carmo, tela de Benedito Calixto. Acervo: Museu Paulista da USP.

terça-feira, 22 de janeiro de 2019

OS BONS MENINOS DO ROCK


Não tenho ideia do motivo de ter me lembrado de Neil Sedaka (1939), pianista, cantor e compositor americano que arrasou corações de garotinhas bem comportadas com suas músicas açucaradas, na contramão do rock de Elvis Presley & Cia., que deixava os pais preocupados. Sedaka à beira dos 80 anos é bem mais interessante do que aos 20 – sem graça, sem voz e nada elegante, mas um garoto que os pais adorariam receber nas festinhas de suas pimpolhas. Num vídeo de 1959 assisto a uma apresentação dele, um rapaz tímido, quase imberbe, com um rosto comum. E viva o YouTube! Outro vídeo mostra um público entusiasmado aplaudindo e cantando com Sedaka: é de 2017 em “Live at the Royal Albert Hall” em Londres. Ainda parece tímido, porém, um pouco mais à vontade, todo de azul, sorridente como sempre e feliz. Em fevereiro próximo estará em Las Vegas. Realmente, Carol, ele não era um rapaz tolo. É casado (não com a Carol da música) há 53 anos, tem dois filhos e três netos. Daqueles tempos ingênuos gosto de “Stupid Cupid” (1958) cuja versão de Fred Jorge (1928-1994) foi gravada em 1959 por Cely Campelo (1942-2003), recordo bem de “Oh Carol” que Carlos Gonzaga (1924) gravou. A versão também é de Fred Jorge. Quando os tempos mudaram, Neil Sedaka prosseguiu compondo para grandes cantores e fazendo trilhas sonoras. 
Outro nome da época é Paul Anka (1941). O canal A&E exibiu há alguns anos a apresentação de Paul Anka no Festival Internacional da Canção de Viña del Mar (Chile) em 2010. Nada excepcional: um bom show, com o profissionalismo que se espera de um evento internacional. Para as pessoas maiores de sessenta anos foi a oportunidade de ver ou rever um cantor/compositor que ajudou a embalar os sonhos das adolescentes que se divertiam com o rock açucarado que ele também fazia.  
Paul Anka demonstrou um fôlego invejável para os seus 69 anos na época (está um pouco parecido com Yoda, creio eu), mas surpreendente mesmo foi a juventude da plateia. Enquanto ele corria e saltitava pelo palco, lembrei-me de músicas como Put your head on my shoulder”, “You are my destiny”, “Diana cujas versões brasileiras foram gravadas por Carlos Gonzaga (1926). Cely Campelo gravou também a versão de “Train Of Love.
Paul Anka também teve bons momentos. E, principalmente, percebeu as qualidades da composição francesa chamada “Comme D'Habitude (Gilles Thibault Jacques Revaux e Claude François). Comprou os direitos para língua inglesa, adaptou a letra e ofereceu para Frank Sinatra que tornou “My Way um sucesso quase insuperável. Até Elvis Presley gravou.

Várias músicas do repertório de Sinatra têm a assinatura de Paul Anka. E entre uma canção e outra no festival chileno, ele foi enumerando os astros para os quais compôs. Um programa para recordar momentos agradáveis da juventude. 




domingo, 20 de janeiro de 2019

VERÃO. DOMINGO.

“La Ville Rose, Trouville”, 1884. Óleo sobre tela de Gustave Caillebotte (1848-1894). Coleção particular.

Trouville-sur-Mer, um lugar encantador na Normandia, França, onde Alberto Santos Dumont (1873-1932) morou por uns tempos.
Um domingo de sol em junho de 2015 em Trouville-sur-mer. Vista do passeio à margem do rio Touques.


quinta-feira, 17 de janeiro de 2019

MANHÃ DE SOL EM SÃO PAULO

Abro a janela de manhã cedo e me lembro da música "Estrada de Sol", que o inigualável Agostinho dos Santos (1932-1973) gravou. Voz inigualável. E vou atrás de uma imagem que combine... Então descubro este quadro do pintor Henrique Manzo (1896-1982) que faz parte do acervo do Museu Paulista e cujo título é "Manhã de Sol em São Paulo", obra de 1925.

quarta-feira, 16 de janeiro de 2019

BRASIL DO SÉCULO XIX.


A Caixa Cultural apresenta a mostra “Rugendas, um cronista viajante”. Johann Moritz Rugendas (1802-1858), pintor, desenhista, ilustrador e litógrafo, fez um gelo registro da natureza, do cotidiano e dos costumes do Brasil do século XIX. A exposição pode ser vista até 31 de março de terça a domingo, das 9 às 19 horas. Praça da Sé, 111. Entrada gratuita.


terça-feira, 15 de janeiro de 2019

MENINA AO PIANO



Pinacoteca do Estado de São Paulo. Mostra: "Trabalho de Artista: imagem e autoimagem (1826-1929)". A tela é "Menina ao piano", do pintor paraibano Aurélio de Figueiredo (1856-1916).

segunda-feira, 14 de janeiro de 2019

RIO DE JANEIRO, SÉCULO XX.


Cortiços da Rua da Ajuda, demolidos junto com o morro do Castelo em 1922. Foto de Augusto Malta, 1921. Reprodução: História da Vida Privada no Brasil, vol. 3. 

“A cidade é um monstro onde as epidemias se albergam dançando sabats magníficos, aldeia melancólica de prédios velhos e acaçapados, a descascar pelos rebocos, vielas sórdidas cheirando mal (...)”. Jornalista e poeta Luiz Edmundo de Melo Pereira da Costa (1878-1961).


“Só mesmo uma cidade assim, bonita e envolvente como uma mulher apaixonada, é que tem o direito de nos fazer sofrer como estamos sofrendo (...). Sem isso, já teríamos desertado.” Benjamin Costallat (1897-1961), jornalista e escritor carioca.


“O progresso (...) envaidecera a cidade vestida de novo, principalmente inundada de claridade, com jornais nervosos que a convenciam de ser a mais bela do mundo (...). Era a transição da cidade malsã para a ‘maravilhosa’”. Pedro Calmon (1902-1985), historiador, escritor, jornalista.

domingo, 13 de janeiro de 2019

O RIO E OS PINTORES VIAJANTES.

J. M. Rugendas(1802-1858).: Lagoa Rodrigo de Freitas. Litografia sobre papel. 

Robert Dampier (1800-1874): Vista da entrada da baía do Rio de Janeiro
 com o Pão de Açúcar e a igreja do outeiro da Glória. Óleo sobre tela, 1824. 

Jean-Baptiste Debret (1768-1848): Refrescos no Largo do Palácio. O chafariz ao fundo.

Igreja da Glória e aqueduto,obra de William Gore Ouseley (1797-1866).

sábado, 12 de janeiro de 2019

INGLESES E O RIO DO SÉCULO XVIII

O pintor e botânico John Barrow (1764-1848) integrou a comitiva do embaixador George Macartney à China em 1792/1793 e deixou um relato sobre os locais por onde passou. A beleza natural do Rio de Janeiro o arrebatou. A descrição é vívida e ele relata com simplicidade e elegância os pontos principais da cidade.

Pão de Açúcar (sugar-loaf), visto de Niterói. 2015.
Embora eu deva me esforçar para esboçar uma noção geral dos atributos dessa parte da costa brasileira, estou plenamente consciente de que qualquer descrição que eu possa empregar transmitirá uma ideia inadequada da grandiosidade e da beleza da região àqueles que nunca tiveram a oportunidade de vê-la. O primeiro objeto notável que prende a atenção depois de passar por Cape Frio é um hiato, ou fenda, no come verdejante das montanhas que beiram a costa. Tal abismo aparece, de uma certa distância, como um portal estreito entre duas faces de rocha sólida que, sendo perfeitamente nuas, são as mais notáveis, já que toda outra parte proeminente do cume de montanhas é revestida com uma vegetação luxuosa. Ao se aproximar do abismo, que é na verdade a entrada do grandioso porto do Rio de Janeiro, a face esquerda, ou lado oeste, é revelada como uma única pedra de forma cônica ou, na linguagem náutica, um sugar-loaf, inteiramente destaca, não completamente perpendicular, mas um pouco inclinada na direção da entrada.
[...]
Ao desembarcar, o primeiro objeto na cidade que chama atenção é uma bonita praça, cercada por prédios em três de seus lados, estando o quarto aberto à água. Ao longo desse lado ergue-se um nobre cais de pedra, com passagem em cada extremidade e no centro, dos quais o último é o comum local de desembarque. Quando essa linha de alvenaria for estendida por todo o comprimento da cidade, o que se intencionava fazer, irá servir não só como mero ornamento e conveniência, mas uma notável defesa a tentativa de um inimigo desembarcar. Perto da escadaria central, há um obelisco quadrangular lançando de cada uma das suas quatro faces um esguicho constante de água pura e límpida para uso da parte mais baixa da cidade e dos navios no porto. O lado superior da praça, de frente para o porto, é inteiramente ocupado pelo palácio do Vice-rei, uma construção longa e plana, não notável pela elegância de seu desenho, nem particularidade de construção.
Chafariz da Pirâmide, o "obelisco"(1789), de mestre Valentim. 
    
  O palácio, o obelisco e o píer são todos construídos com blocos de granito cortados e a superfície da praça é de um chão sólido do mesmo material, espargido com areia quartzosa. Sendo o granito do tipo que contém uma grande porção de mica cintilante, é altamente nocivo ao olho, cuja aptidão para aguentar os raios estonteantes do sol brincando durante todo o dia em um lado ou outro de tal área aberta é irrisória – fulgurando emblema das brilhantes façanhas da nação portuguesa em tempos atrás!”



 John Barrow. A Voyage to Conchinchina, In the years 1792 and 1793. London: Printed for T. Cadell and W. Davies in the Strand, 1806. Tradução de Danilo Lopes Brito. Fonte: Biblioteca Nacional. Fotos: Hilda Prado Araújo.

sexta-feira, 11 de janeiro de 2019

O RIO DO SÉCULO XVIII


No final do século XVIII, certo Æneas Anderson participou da viagem do embaixador britânico para a China e fez um detalhado relato sobre o Rio de Janeiro, onde a esquadra aportou para reabastecimento. Na ocasião, o Vice-rei era o conde de Rezende (1790-1801). Logo no início, o visitante fala de um rio ao se referir ao Porto. Duas observações bem interessantes de Anderson: a limpeza da cidade e a concentração de profissionais da mesma área em uma mesma rua. Em São Paulo, ainda podemos observar esse costume de ruas “especializadas”. Roupas, na José Paulino, luminárias na Consolação, eletrônicos na Santa Ifigênia, instrumentos musicais na Teodoro Sampaio etc.

“Do rio a vista que o local oferece é encantadora, consistindo de uma bela cadeia de montes cobertos de florestas cujos vales os transpassam, havendo neles majestosas quintas, proporcionando, uma visão de, ao mesmo tempo, elegância, riqueza e beleza.
[...]
A cidade, que é por alguns chamada de São Sebastião e por outros de Rio Janeiro, fica do lado oeste do porto que tem esse mesmo último nome, numa localidade de baixa altura e quase que cercada por montes que, por retardarem a circulação do ar, fazem do lugar bastante danoso à constituição dos europeus. Seu tamanho é expressivo, tendo de leste a oeste cerca de quatro milhas em comprimento, e cerca de duas milhas de amplitude do norte para o sul. As ruas são, pela falta de praças, regulares e uniformes, cruzando-se em ângulos retos: são bem pavimentadas, repletas de lojas de toda ordem, além de compostas por casas igualmente bem construídas e adaptadas ao clima. No centro da cidade, frente à praia, fica o Palácio do Vice-rei: trata-se de uma construção grande, comprida e estreita, sem atrativos externos, mas contendo uma sucessão de aposentos nobres e espaçosos. Esse prédio tem apenas dois andares, sendo o de baixo designado aos funcionários domésticos e de menor categoria, e no de cima ficam os aposentos do Vice-rei; é construído de pedra áspera, rebocado com cal e coberto por telhas. A capela do Vice-rei é um edifício cuidado, perto do palácio, mas separado dele. As ruas são não só espaçosas apropriadas, mas também notáveis pela limpeza, muitas delas contendo uma variedade de lojas e depósitos que são dignos de cidades da Europa. Há um costume aqui que deveria ser imitado em todos os lugares de grande transação comercial, que é o de todas as pessoas da mesma profissão ocuparem a mesma rua, ou a mesma área; raramente sabe-se de alguma exceção.
[...]
O Paço dos Vice-reis e depois Paço Imperial. Obra de 1738/1743. Foto: 2015. .

Arcos da Lapa: obra de 1723. 
A noroeste da cidade há um aqueduto estupendo que é um objeto de incomum curiosidade. Tem a forma de uma ponte, tem oitenta arcos e, ao menos em algumas partes, tem cento e cinquenta pés de altura, podendo ser visto de diferentes pontos de vista, o que causa um efeito peculiar, chegando aos poucos acima das maiores construções da cidade. Essa imensa cadeia de arcos estende-se ao longo de um vale e une os montes que o formam. A finalidade com que se fez tal construção é clara, já que ela leva a água de fontes perpétuas, à distância de cinco milhas, para a cidade, onde, por meio de canos plúmbeos, é conduzida a um grande e elegante reservatório na praia, em frente ao palácio do Vice-rei. Essa água é da melhor qualidade e é ademais tão abundante que não só proporciona o necessário para todas as vontades dos habitantes, como também reabastece os navios que vem ao porto – um elemento muito necessário.”

Æneas Anderson: “A Narrative of the British Embassy to China”. Dublin. Printed for William Porter, 1795. Tradução de Danilo Lopes Brito.


quinta-feira, 10 de janeiro de 2019

O RIO DE JANEIRO E OS FRANCESES


 Os cariocas também têm um feriado em pleno verão: comemoram no dia 20 de janeiro o seu santo padroeiro, São Sebastião (?-286)*. São Sebastião do Rio de Janeiro foi fundada em 1º de março de 1565, quando os franceses ainda lutavam para se manter na região. A vitória dos portugueses só aconteceria dois anos depois. O vilarejo, que começou no antigo morro do Castelo, demolido em 1922, demorou a se desenvolver, mas na segunda metade do século XVII já era a vila mais povoada da colônia. Em 1763 o marquês de Pombal (1699-1782) transferiu de Salvador para o Rio de Janeiro a capital da colônia.  
Catedral Metropolitana de São Sebastião do Rio de Janeiro


 

Novamente, os franceses interferiram no destino do Rio de Janeiro. Quando as tropas de Napoleão Bonaparte ameaçavam invadir Portugal, a família real transferiu-se de armas e bagagens para o Brasil, território português, com certeza. Assim, de uma hora para outra o Rio de Janeiro era a sede do governo português, assistiu de camarote às aventuras e intrigas da família real – desde o enterro da rainha Dona Maria, a coroação de um rei e mais tarde de dois imperadores, um deles brasileiro. Quando a nobreza caiu e saiu de moda não houve grandes comoções – o carioca já tinha visto muita história rolar em sua cidade maravilhosa.
*Em tempo: São Sebastião nasceu em Narbonne, sul da França. Foto: Hilda Araújo, 2015. Quando a família real voltou para Portugal em 1821, os restos mortais da rainha foram transladados para Lisboa. 

quarta-feira, 9 de janeiro de 2019

ANIVERSARIANTES DO MÊS


Religiosidade ou preguiça de pensar? Ou ambas? É o que sempre me pergunto quando observo o nome que os portugueses do século XVI foram dando aos locais por onde passavam com suas caravelas. Pindorama foi chamada de Vera Cruz e de Santa Cruz; houve um breve tempo que se chamou Terra dos Papagaios. Felizmente, chegaram a Terra do Brasil, uma referência à árvore que eles (e outros europeus antes deles) exploraram de forma insustentável. Depois foi a vez das denominações locais. O principal responsável pela denominação santificada foi o italiano Américo Vespúcio (1454-1512), que fazia parte da primeira expedição exploradora, que partiu de Lisboa em maio de 1501.
Gonzaguinha, São Vicente, 2016.
Assim é a Vespúcio que a primeira vila brasileira deve seu nome: São Vicente. Basta possuir uma hagiografia à mão para saber que a esquadra passou pela ilha em 22 de janeiro de 1502, dia de Vicente de Saragoça (?-304). E não é que trinta anos depois, Martim Afonso de Souza (1490-1564) após ir até a foz do rio da Prata resolveu iniciar a colonização das terras lusitanas pela ilha de São Vicente, onde por acaso (como sempre) ele aportou em 21 de janeiro de 1532. O local já era habitado e os relatos são de que João Ramalho e Antônio Rodrigues o ajudaram a fundar, no dia seguinte, a primeira vila do Brasil, confirmando o nome dado por Vespúcio.
Santa Casa da Misericórdia, 2016.
A segunda aniversariante do mês comemora a elevação de sua condição de vila à categoria de cidade em 26 de janeiro de 1839. Trata-se de Santos (SP). A vila de Santos foi fundada em 1º de novembro de 1546 por Braz Cubas (1507-1592), que acompanhara Martim Afonso na viagem ao Brasil. Com uma visão mais empreendedora do que o conterrâneo, Braz Cubas resolveu mudar o porto para área abrigada da ilha de São Vicente para onde se transferiu com outros moradores da vila de São Vicente. Junto ao porto construiu também o primeiro hospital da colônia, inaugurado em 1º de novembro de 1546 com o nome de Santa Casa de Misericórdia - Hospital de Todos os Santos. A vila se tornou conhecida pela forma reduzida do nome do hospital – Santos. Em matéria de nome Braz Cubas não foi muito original também e acabou homenageando não um, mas a todos os santos. O fato é que Santos faz a sua festa na data em que foi elevada à categoria de cidade pela Assembleia Provincial (Assembleia Legislativa), na época presidida por Venâncio José Lisboa.

        Não é de causar admiração que a terceira aniversariante de janeiro tenha o nome de um santo, afinal, foi fundada por um grupo de padres: os jesuítas Manuel da Nóbrega (1517-1570), Manuel de Paiva (1508-1584) e José de Anchieta (1534-1597). Uma vila diferente – no planalto de Piratininga, longe do litoral, e iniciada com um colégio feito de taipa. “A 25 de Janeiro do Ano do Senhor de 1554 celebramos, em paupérrima e estreitíssima casinha, a primeira missa, no dia da conversão do apóstolo São Paulo e, por isso, a ele dedicamos nossa casa”, como escreveu Nóbrega. A padroeira da cidade, entretanto, era Santa Ana, mãe de Maria e avó de Jesus, desde maio de 1732. E não é que 272 anos depois resolveram substituí-la por São Paulo? A Cúria nomeou São Paulo padroeiro oficial da arquidiocese paulistana e patrono da Capital em 2008.
Assim, vamos preparando o fôlego para muitas e muitas velinhas!

domingo, 6 de janeiro de 2019

DIA DE REIS


Variações do belo em torno do mesmo tema.


"A viagem dos Magos" (1894), obra do francês James Jacques-Joseph Tissot (1836-1902).

"Adoração dos Reis Magos", do português Vicente Gil, século XVI.

Obra atribuída ao padre Belchior Paulo (1554-1609). Museu Nacional de Belas Artes (RJ).

Óleo sobre madeira, século XVI, escola flamenga de Antuérpia*.

"Adoração dos Reis Magos", 1475. Botticelli. Acervo: Galleria degli Uffizzi, Florença.
 *Igrejas e Capelas da Diocese de Funchal: http://igrejasecapelasfunchal.blogspot.com