terça-feira, 22 de janeiro de 2019

OS BONS MENINOS DO ROCK


Não tenho ideia do motivo de ter me lembrado de Neil Sedaka (1939), pianista, cantor e compositor americano que arrasou corações de garotinhas bem comportadas com suas músicas açucaradas, na contramão do rock de Elvis Presley & Cia., que deixava os pais preocupados. Sedaka à beira dos 80 anos é bem mais interessante do que aos 20 – sem graça, sem voz e nada elegante, mas um garoto que os pais adorariam receber nas festinhas de suas pimpolhas. Num vídeo de 1959 assisto a uma apresentação dele, um rapaz tímido, quase imberbe, com um rosto comum. E viva o YouTube! Outro vídeo mostra um público entusiasmado aplaudindo e cantando com Sedaka: é de 2017 em “Live at the Royal Albert Hall” em Londres. Ainda parece tímido, porém, um pouco mais à vontade, todo de azul, sorridente como sempre e feliz. Em fevereiro próximo estará em Las Vegas. Realmente, Carol, ele não era um rapaz tolo. É casado (não com a Carol da música) há 53 anos, tem dois filhos e três netos. Daqueles tempos ingênuos gosto de “Stupid Cupid” (1958) cuja versão de Fred Jorge (1928-1994) foi gravada em 1959 por Cely Campelo (1942-2003), recordo bem de “Oh Carol” que Carlos Gonzaga (1924) gravou. A versão também é de Fred Jorge. Quando os tempos mudaram, Neil Sedaka prosseguiu compondo para grandes cantores e fazendo trilhas sonoras. 
Outro nome da época é Paul Anka (1941). O canal A&E exibiu há alguns anos a apresentação de Paul Anka no Festival Internacional da Canção de Viña del Mar (Chile) em 2010. Nada excepcional: um bom show, com o profissionalismo que se espera de um evento internacional. Para as pessoas maiores de sessenta anos foi a oportunidade de ver ou rever um cantor/compositor que ajudou a embalar os sonhos das adolescentes que se divertiam com o rock açucarado que ele também fazia.  
Paul Anka demonstrou um fôlego invejável para os seus 69 anos na época (está um pouco parecido com Yoda, creio eu), mas surpreendente mesmo foi a juventude da plateia. Enquanto ele corria e saltitava pelo palco, lembrei-me de músicas como Put your head on my shoulder”, “You are my destiny”, “Diana cujas versões brasileiras foram gravadas por Carlos Gonzaga (1926). Cely Campelo gravou também a versão de “Train Of Love.
Paul Anka também teve bons momentos. E, principalmente, percebeu as qualidades da composição francesa chamada “Comme D'Habitude (Gilles Thibault Jacques Revaux e Claude François). Comprou os direitos para língua inglesa, adaptou a letra e ofereceu para Frank Sinatra que tornou “My Way um sucesso quase insuperável. Até Elvis Presley gravou.

Várias músicas do repertório de Sinatra têm a assinatura de Paul Anka. E entre uma canção e outra no festival chileno, ele foi enumerando os astros para os quais compôs. Um programa para recordar momentos agradáveis da juventude. 




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