quarta-feira, 2 de janeiro de 2019

2 DE JANEIRO DE 2019.

 A cidade está vazia. Creio que os viajantes aproveitam o sol de verão na praia. E que verão! Pela manhã nem os corredores habituais a caminho do Parque apareceram. Em compensação a Prefeitura enviou uns dez funcionários para a poda de árvores da praça em frente ao prédio. Dois trabalham, vários se agitam e uma senhora tira fotos. Os passarinhos não devem ter gostado nada do rebuliço. Encontrei um sabiá de mudança – atravessou na minha frente em direção ao outro lado do jardim. Na banca, Paulão cochila à espera de algum freguês. O supermercado estava praticamente vazio. Nos caixas, os funcionários trocavam as novidades do início de ano. O ambiente no Metrô não era diferente. Na verdade, era bem melhor graças ao ar condicionado dos vagões. Desço na estação São Bento que cheira a hambúrguer desde que começou a funcionar a praça de alimentação. Na rua, turistas seguem e ouvem o guia e tentam achar uma sombra. Entre um compromisso e outro passo na livraria da Imprensa Oficial só para não perder o costume. A Praça da Sé está cheia de barracas – acho que é uma feira de alimentação, mas não tive vontade de conferir. Na estação do Metrô, quase ninguém. Vagão vazio novamente. Lugar à vontade. Todos parecem exaustos. Eu sentia falta da minha poltrona ao lado da janela por onde sopra uma brisa no fim da tarde. 

Para combater esse calor tropical nada como mudar de ambiente e se instalar nas regiões polares! Sendo impossível de concretizar o projeto, o jeito é viajar confortavelmente instalada na poltrona e seguir a narrativa de Roland Huntford (1927) sobre “O último lugar da Terra: a competição entre Scott e Amundsen pela conquista do Polo Sul” (Companhia das Letras, 1979.). 



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