WAIKIKI
Honolulu
é uma cidade feita sob medida para se caminhar. Elegante. Tudo parece novo. Aliás,
é tudo praticamente novo porque o desenvolvimento se acelerou a partir da
anexação do Havaí pelos Estados Unidos em 1959. Ruas primorosamente limpas. Trânsito seguro – pedestres e
motoristas seguem as regras. Transporte público, só na soalheira ou para os
lugares muito afastados.
O traçado urbanístico
ajuda a aproximar as pessoas dos espaços privados – você vai andando e então há
um pequeno lago na calçada que o leva para perto de lojas, shoppings ou restaurantes,
um jardim o aproxima de um hotel de luxo. Uma surpresa descobrir que ônibus circulam
no estacionamento de shoppings, como o Ala Moana Center – o maior do Havaí e o
décimo quinto dos Estados Unidos.
A impressão é de que
ninguém tem pressa – nem moradores nem turistas. Não faltam atividades nessa
ilha que convida à fantasia. Nadar, mergulhar, velejar, caminhar pelas praias
para admirar a paisagem de Waikiki, descobrir um casal de noivos – ela a rigor
e ele de bermudas – procurando um cenário para o grande momento de suas vidas; assistir
a uma partida de vôlei...
Se cansar, procure um banco vazio e agraciado com uma
sombra para simplesmente olhar o mar; ou quem sabe colocar uma rede entre dois
coqueiros e aproveitar o momento. Que tal aproveitar a oportunidade única de
aprender a surfar com quem entende do assunto – não se preocupe porque a aula é
na areia e alguns instrutores valem uma tentativa. Não tem prancha? Não se
preocupe. Pode alugar uma facilmente.
No final da tarde, o
único compromisso é ver o sol se por no horizonte. Um espetáculo que se renova
todos os dias. De preferência sob a árvore canora que atrai a atenção de todos.
Nada de tecnologia. Trata-se de passarinhos que parecem preferi-la às outras e
se alvoroçam ao cair da noite quando retornam de mais um dia de revoadas.
Aos sábados a Avenida Kalakaua é fechada para o transito de veículos para uma grande feira de comida e artesanato e apresentações musicais ao entardecer - em uma ponta – uma orquestra e na outra um conjunto típico. Sempre dá para conciliar a música com o por do sol que acontece ali na praia.
À
medida que escurece vão se acendendo os tocheiros que ornam toda a avenida e começa
um cortejo de personagens da cultura havaiana... Uma vez por semana um dos
hotéis da cidade promove na orla ao entardecer uma apresentação de Hula – que
não é apenas uma dança tradicional havaiana. Ela representa um estilo de vida baseado
em uma religião ancestral. Os movimentos do bailarino são inspirados nos
elementos naturais – montanhas, ondas do mar – e em sentimentos – amor e ódio
etc.
Se
preferir, pode ir a um lu’au – uma festa noturna na praia com danças típicas e jantar.
O nome tem origem no prato servido na ocasião, feito com brotos de taro
(espécie de inhame popular na Polinésia), frango ou polvo cozido em leite de
coco. É bom ressaltar que é tudo turístico.
A praia nunca está vazia à noite. Há
sempre pessoas no mar, enquanto pessoas chegam com toalhas ou esteiras que
estendem pela relva para uma noite de sono; outros se instalam nos bancos
dormir. Cabelos compridos, pele ressequida pelo sol... Surfistas que perderam a
grande onda? Uma mulher trouxe a cadeira de praia, um isopor (comida?) e um
vidro com flores... Na outra ponta, se instalam enxadristas indiferentes ao
movimento ao redor.
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