Nada mais fascinante do que ouvir sinos tocando. Outro dia
entrava na estação Sé do metrô quando eles começaram a tocar. Parei e fiquei
ouvindo, mas dois funcionários apareceram para saber se eu precisava de ajuda.
“Obrigada, parei para ouvir os sinos.” O
carrilhão da Sé tem 61 sinos de bronze – cinco deles pesam cinco toneladas cada
um, o que permite que o som seja ouvido a dois quilômetros de distância. Meio-dia. Segui meu caminho, quando eles se calaram. Desde 1978,
quando a área passou por uma grande reforma para a inauguração da estação do
metrô, a praça da Sé tem um belo relógio JW Benson, fabricado em Londres em 1910. A procedência dele é misteriosa. De
acordo com a prefeitura foi encontrado entre o espólio de um prédio
desapropriado pela Empresa de Municipal de Urbanização – EMURB, extinta em
2009. O relógio tem quatro mostradores e um sino; a engrenagem mecânica é
movida por dois pesos de ferro suspensos por cabos de aço – um responsável
pelos ponteiros e outro pelo toque do sino. Não está funcionando no momento.
A Praça
da Sé me atrai. Paro para tirar uma foto. Uma mulher se aproxima e quer saber o
que estou fotografando. “O prédio do Tribunal de Justiça” – explico, mas creio
que ela não entendeu. Continuou parada, olhos perdidos na distância. Mais
adiante um homem apregoa a bíblia, mas ninguém o ouve, nem mesmo músicos que
observam o entorno e parecem aguardar um momento de tranquilidade para começar
a tocar. Os instrumentos descansam no chão. As pessoas passam rapidamente para
lá e para cá preocupadas com seus problemas.
Vou
caminhando. Paris é logo ali. Basta atravessar a rua. Passo pela rua Barão de Paranapiacaba:
a rua do ouro. Dezenas de pessoas tentando convencê-lo a comprar ou vender ouro
numa das lojas dessa rua temática. Hora de dar uma espiada na Livraria da
UNESP.
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