quarta-feira, 22 de julho de 2020

ENCANTOS DA NATUREZA

Logo cedo helicópteros sobrevoam a região. Um barulho insuportável. E num mau início de manhã como esta nada como o belíssimo canto desta pequena ave (15 cm) que vive no Velho Mundo. O rouxinol canta durante o dia e mesmo à noite entre março e abril; em agosto migra para a África. O cantor é o macho e seu canto tem mais de 250 variações, segundo os ornitólogos. 

“Tu não nasceste para a morte, ave imortal!

Não te pisaram pés de ávidas gerações;

A voz que ouço cantar neste momento é igual

À que outrora encantou príncipes e aldeões:

Talvez a mesma voz com que foi consolado

O coração de Rute, quando, em meio ao pranto,

Ela colhia em terra alheia o alheio trigo;

Quem sabe o mesmo canto

Que abriu janelas encantandas ao perigo

Dos mares maus, em longes solos, desolado.”

 Versos do poeta romântico inglês John Keats (1795-1821) da sua “Ode a um rouxinol”, em tradução de Augusto de Campos (1931). 


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