sexta-feira, 15 de abril de 2016

OS ITALIANOS E A AMÉRICA LATINA

 Em 2016 comemora-se o ano da Itália na América Latina. E o primeiro italiano que se tem noticia oficial a chegar a este lado do mundo foi mesmo Cristóvão Colombo e o nome do continente foi uma homenagem a outro italiano, Américo Vespúcio – aquele que foi nomeando tudo que avistava na costa brasileira. Desde então os italianos são presença marcante no Novo Mundo, mas foi no final do século XIX e início do XX, que eles desembarcaram em massa nos portos americanos – especialmente dos Estados Unidos, Brasil e Argentina. Todos dispostos a “fazer a América”.
A desilusão levou milhares de volta à Itália, mas os que ficaram e superaram as dificuldades, que não foram poucas, deixaram marcas profundas na cultura dos países que os acolheram. No caso do Brasil, fizeram história. Seja a famosa Marietta, bailarina, 21 anos, natural de Parma, que desembarcou no Rio de Janeiro, em 1849, conquistou a família real com sua arte e logo pôs a Corte em polvorosa quando levou para o palco o lundu com suas umbigadas voluptuosas, sem contar que logo se declarou antimonarquista. Difícil esquecer Giuseppe Garibaldi (1807-1882), que viveu no Rio de Janeiro, teve intensa participação nas lutas no sul do continente e de quebra casou-se com uma brasileira, Ana, Anita, e depois partiu para a luta pela unificação da Itália.
Entretanto, foi no século passado que a grande onda italiana nos marcou definitivamente. Em São Paulo, especialmente, muitos logo trocaram a lavoura pelas cidades onde puderam dar vazão ao espírito empreendedor e criativo. O resultado salta à vista. Artistas como o pintor Alfredo Volpi (1896-1968), o escultor Victor Brecheret (1898-1955) e o artista gráfico Ângelo Agostini (1843-1910). Só para citar alguns. Uma pesquisa sobre as origens étnicas dos empresários paulistas realizada em 1962 mostra que os italianos representaram 34,8% do empresariado, seguidos por brasileiros (15,7%). Estudiosos do nosso idioma (doação dos portugueses) dizem que nosso vocabulário cotidiano inclui 383 palavras de origem italiana entre as quais aquarela, bravata, cafona, cantina, caricatura, cascata, fiasco, loteria, poltrona, ribalta e, claro, tchau. (Fonte: Revista da Biblioteca Nacional)
As comemorações em questão envolvem 20 países: Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Costa Rica, Cuba, Equador, El Salvador, Guatemala, Haiti, Honduras, México, Nicarágua, Panamá, Paraguai, Peru, Republica Dominicana, Uruguai e Venezuela. 

Para marcar o ano da Itália na América Latina, O MAC USP promove a exposição Depero futurista e artista global, com curadoria de Maurizio Scudiero e o apoio do Istituto Italiano di Cultura de São Paulo. A mostra reúne um conjunto da produção gráfica do artista, principalmente no âmbito da publicidade.






MAC USP IBIRAPUERA – Avenida Pedro Álvares Cabral, 1301. Aberto de terça a domingo das 10 às 18 horas. Não tem estacionamento. 

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