Em 2016 comemora-se o ano da Itália na
América Latina. E o primeiro italiano que se tem noticia oficial a chegar a
este lado do mundo foi mesmo Cristóvão Colombo e o nome do continente foi uma
homenagem a outro italiano, Américo Vespúcio – aquele que foi nomeando tudo que
avistava na costa brasileira. Desde então os italianos são presença marcante no
Novo Mundo, mas foi no final do século XIX e início do XX, que eles
desembarcaram em massa nos portos americanos – especialmente dos Estados
Unidos, Brasil e Argentina. Todos dispostos a “fazer a América”.
A
desilusão levou milhares de volta à Itália, mas os que ficaram e superaram as
dificuldades, que não foram poucas, deixaram marcas profundas na cultura dos
países que os acolheram. No caso do Brasil, fizeram história. Seja a famosa
Marietta, bailarina, 21 anos, natural de Parma, que desembarcou no Rio de
Janeiro, em 1849, conquistou a família real com sua arte e logo pôs a Corte em
polvorosa quando levou para o palco o lundu com suas umbigadas voluptuosas, sem
contar que logo se declarou antimonarquista. Difícil esquecer Giuseppe Garibaldi
(1807-1882), que viveu no Rio de Janeiro, teve intensa participação nas lutas
no sul do continente e de quebra casou-se com uma brasileira, Ana, Anita, e
depois partiu para a luta pela unificação da Itália.
Entretanto, foi no
século passado que a grande onda italiana nos marcou definitivamente. Em São
Paulo, especialmente, muitos logo trocaram a lavoura pelas cidades onde puderam
dar vazão ao espírito empreendedor e criativo. O resultado salta à vista. Artistas
como o pintor Alfredo Volpi (1896-1968), o escultor Victor Brecheret
(1898-1955) e o artista gráfico Ângelo Agostini (1843-1910). Só para citar alguns. Uma pesquisa sobre
as origens étnicas dos empresários paulistas realizada em 1962 mostra
que os italianos representaram
34,8% do empresariado, seguidos por brasileiros (15,7%). Estudiosos do nosso
idioma (doação dos portugueses) dizem que nosso vocabulário cotidiano inclui 383
palavras de origem italiana entre as quais aquarela, bravata, cafona, cantina,
caricatura, cascata, fiasco, loteria, poltrona, ribalta e, claro, tchau. (Fonte: Revista da Biblioteca Nacional)
As
comemorações em questão envolvem 20 países: Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Costa Rica,
Cuba, Equador, El Salvador, Guatemala, Haiti, Honduras, México, Nicarágua,
Panamá, Paraguai, Peru, Republica Dominicana, Uruguai e Venezuela.
MAC USP IBIRAPUERA – Avenida
Pedro Álvares Cabral, 1301. Aberto de terça a domingo das 10 às 18 horas. Não
tem estacionamento.
Nenhum comentário:
Postar um comentário