RUA SANTO ANTÔNIO
A Rua do Comércio é uma
das mais antigas da cidade de Santos (SP), fundada em 1546 junto ao Outeiro de
Santa Catarina. A ocupação da vila ocorreu, lentamente, se espraiando para
Oeste no início. Ao longo desses anos, ela teve quatro nomes. O primeiro foi
Rua de São Francisco por causa do convento que se erguia próximo ao mar. Era
essa a denominação em 1765. Parece que em 1822 ela já era conhecida como Rua de
Santo Antônio, mas em 1899 passou a se denominar Rua Quintino Bocaiuva. A
população, contudo, continuou a chamá-la pelo antigo nome até que a Câmara, na
sessão de 13 de janeiro de 1919, aprovou uma homenagem à Associação Comercial
de Santos, desbancou o santo casamenteiro e a denominou Rua do Comércio. A
oficialização, entretanto, só aconteceu em 1921.
Hoje um passeio por ela mostra o belo prédio onde funciona o
Camiseiro, uma construção de 1927, bem conservada. Do lado oposto o centenário Café
Paulista, ponto de encontro de políticos, jornalistas, exportadores e corretores
de café. Ali, sabia-se de tudo. E de todos. Os destaques da quadra são os
edifícios Pedro dos Santos e Barão de
Carvalhaes, que ficam frente à frente na esquina com a Rua XV de Novembro. O
edifício Pedro dos Santos foi inaugurado
na primeira década do século XX. Infelizmente, uma parte foi demolida e o
terreno virou estacionamento.
Em 1939, quando se comemorava o centenário da elevação de Santos à
categoria de cidade, a Sul América Capitalização (SULACAP) anunciou a
construção de um moderno edifício com fachadas para as ruas do Comércio, Conde
D’Eu e XV de Novembro. A SULACAP, fundada em 1929, foi a primeira empresa de
capitalização do Brasil e a terceira do mundo. Para a realização da obra, foram necessárias
várias demolições – entre os quais o prédio da Repartição de Saneamento, abrindo
a Rua Conde D’Eu até a Rua do Comércio.
Na segunda quadra, há uma simpática mistura de prédios antigos e
modernos. Alguns restaurados, outros deteriorados. O destaque é o belo edifício
de tijolos vermelhos da empresa Hamburg Sud. Na esquina da Rua José Ricardo, outro
prédio histórico bem conservado e que abriga a Delegacia da Receita Federal. A
estrela da quadra, entretanto, é a Casa Azulejada em estilo neoclássico. O
comendador português Manoel Joaquim Ferreira Neto encomendou o imóvel para
usa-lo como residência e armazém; entretanto, alguns historiadores acreditam
que serviu apenas de moradia. Os azulejos da fachada teriam sido colocados após
a morte do comendador pelo sócio dele, Luis Guimarães.
Com a revitalização do centro histórico (lenta, mas contínua),
ressurgiu um velho e amado personagem da cidade: o bonde. Ele trilha com
galhardia várias vezes por dia a rua de paralelepípedos para delícia dos
saudosistas e espanto dos mais jovens. (Foto: Novo Milênio, acervo Waldir Rueda.)
![]() |
R. do Comércio: placa indica local do futuro prédio da SULACAP*. |
Nenhum comentário:
Postar um comentário