O noticiário nacional
nos entristece e, frequentemente, nos provoca suspiros enquanto imaginamos como
tudo isso começou... Lamartine Babo (1904-1963) fez um esboço da construção da
nacionalidade para o Carnaval de 1934. Na marchinha “História do Brasil”, ele
atribui a Cabral a invenção do Brasil no dia 21 de abril dois meses depois do Carnaval.
Se você está pronto para apontar erros,
esqueça. É carnaval e nada é oficial. É a festa da desconstrução; de Momo, personificação
do sarcasmo e da crítica. Assim, Cabral não descobriu, inventou o Brasil e,
portanto, por que não em 21 de abril?
O compositor carioca
junta os personagens do romance de José de Alencar (1829-1877), Ceci e o índio Peri,
transpostos para a ópera “O Guarani” por Carlos Gomes (1836-1896), tempera tudo
com feijoada numa referência à contribuição do negro para a cultura brasileira,
sem deixar de mencionar a questão da escravatura.
O cavalo Mossoró,
por sua vez, tornou-se a paixão nacional ao vencer o primeiro Grande Prêmio
Brasil, realizado em 6 de agosto de 1933, no Hipódromo Brasileiro (hoje Hipódromo
da Gávea), no Distrito Federal. Mossoró era um tordilho puro sangue inglês, propriedade
de Frederico Lundgren, fundador das Casas Pernambucanas. A vitória do cavalo
pernambucano tornou-se um acontecimento nacional – ele venceu outras
competições importantes naquele ano.
Tudo mudou?
HISTÓRIA DO BRASIL
Lamartine Babo
Quem foi que inventou o Brasil?
Foi seu Cabral!
Foi seu Cabral!
No dia vinte e um de abril
Dois meses depois do carnaval
Depois
Ceci amou Peri
Peri beijou Ceci
Ao som...
Ao som do Guarani!
Do Guarani ao guaraná
Surgiu a feijoada
E mais tarde o Paraty
Depois
Ceci virou Iaiá
Peri virou Ioiô
De lá...
Pra cá tudo mudou!
Passou-se o tempo da vovó
Quem manda é a Severa
E o cavalo Mossoró
Foi seu Cabral!
Foi seu Cabral!
No dia vinte e um de abril
Dois meses depois do carnaval
Depois
Ceci amou Peri
Peri beijou Ceci
Ao som...
Ao som do Guarani!
Do Guarani ao guaraná
Surgiu a feijoada
E mais tarde o Paraty
Depois
Ceci virou Iaiá
Peri virou Ioiô
De lá...
Pra cá tudo mudou!
Passou-se o tempo da vovó
Quem manda é a Severa
E o cavalo Mossoró
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