LEMBRANÇAS – Faltam 103 dias para a reabertura do Museu Paulista da USP. Fiz várias reportagens para o JUSP e alguns cursos de extensão no Museu, mas houve uma ocasião muito embaraçosa que tornou menos plácidas as margens do riacho do Ipiranga. A pauta foi sugerida por um pesquisador do museu e o conteúdo – os significados dos elementos decorativos do prédio inaugurado em 1890 – entusiasmara a equipe do jornal. No dia e hora marcados já nos esperava em frente ao prédio onde nem entramos, pois ele começou imediatamente a nos mostrar suas descobertas. Em menos de dez minutos uma funcionária do museu acenou para mim do alto da escadaria. Como o entrevistado estava às voltas com o fotógrafo, fui até lá. Nós nos conhecíamos de outras reportagens, mas ela estava simplesmente transtornada porque aquela pessoa não pertencia aos quadros da universidade, não era professor e já causara uma série de problemas para instituição. Fiquei pasma. Como assim? Uma das proezas do “pesquisador” fora se passar por paleógrafo numa reportagem anos antes. Imediatamente lembrei que o autor da matéria era um colega, excelente repórter, que nunca se recuperara do constrangimento. Pedi que ela ligasse para o jornal e explicasse o que estava se passando. Da minha parte, me comprometi a não fazer a matéria, mas para evitar mais embaraços, continuaria com a entrevista apenas na parte externa e iríamos embora. As fotos não eram problema, porque poderiam ser usadas em outras reportagens. Voltei para onde estava o “pesquisador”, expliquei que tínhamos que abreviar o trabalho, pois precisávamos voltar para a redação porque surgira um imprevisto e entraríamos em contato para concluir a reportagem. Pior mesmo foi o repórter fotográfico querendo saber o que estava acontecendo no Butantã. O pretenso pesquisador concordou em abreviar a entrevista e ainda demos uma carona para ele.
Museu
Paulista da USP, projeto do arquiteto italiano Tommaso Gaudenzio Bezzi.
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