Estou expandindo minhas andanças para a Zona
Leste, que pouco conheço. Pode-se chegar lá por trem ou metrô. Outro dia desci
na estação da CPTM do Brás onde descobri que era dia do Ferroviário e a banda
dos funcionários preparava-se para um show no saguão, onde viam-se banners
referentes à programação que marcará os 30 anos do Legado Ayrton Senna.
Na parte externa da estação, mais novidades: o mural de 100 m² em homenagem a
Senna de autoria do artista argentino Santiago Panichelli – aliás, não gostei.
Tentei
caminhar pela avenida Rangel Pestana, tentei porque as calçadas ficam repletas
de vendedores que espalham a mercadoria deixando um pequeno espaço para os pedestres.
Há de tudo – meias, tênis, assessórios para celulares roupas entre outras
coisas. Compradores? Não muitos. Os vendedores são de várias origens, –
principalmente imigrantes de várias procedências – e estão “ligados” nos seus
respectivos celulares. Passei pela Rua do Hipódromo, onde foi instalado, no
século XIX, o Clube de Corridas Paulistano que mudou para a nova sede em Cidade
Jardim em 1941 com o nome de Jockey Club de São Paulo. Ainda há vestígios do hipódromo.
A
rua do Hipódromo vai até a rua
Visconde de Parnaíba onde fica a estação Bresser-Mooca. O que chama minha
atenção são trilhos, vestígios de um bonde que levava passageiros da estação ao
Museu da Imigração desde 1998 até 2009, quando parou de circular. O
bonde 38, montado pela empresa Hurst,
Nelson and Company nos
idos de 1912, era de Santos para onde voltou. Ele é propriedade da Associação
Brasileira de Preservação Ferroviária.
Uma
placa identifica uma Casa de Véus. Uma casa só de véus? Não. Há várias casas que
vendem apenas véus – não de noivas, mas aqueles curtos que as mulheres
católicas usavam para confissão. Outra surpresa: na feirinha com algumas
barracas, o produto principal é o véu. Vou conversar com uma das vendedoras e
ela me informa sobre a igreja Congregação Cristã do Brasil na outra quadra.
A Visconde de Parnaíba, que é o endereço de algumas lojas de instrumentos musicais, exibe ainda bonitos e alegres murais da CPTM, assinados por Eduardo Kobra. O importante Museu da Imigração, no final da rua, fica para outro dia. (Fotos: Hilda Araújo.)
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