quarta-feira, 8 de maio de 2024

BRÁS E MOOCA


Estou expandindo minhas andanças para a Zona Leste, que pouco conheço. Pode-se chegar lá por trem ou metrô. Outro dia desci na estação da CPTM do Brás onde descobri que era dia do Ferroviário e a banda dos funcionários preparava-se para um show no saguão, onde viam-se banners referentes à programação que marcará os 30 anos do Legado Ayrton Senna. Na parte externa da estação, mais novidades: o mural de 100 m² em homenagem a Senna de autoria do artista argentino Santiago Panichelli – aliás, não gostei.

Tentei caminhar pela avenida Rangel Pestana, tentei porque as calçadas ficam repletas de vendedores que espalham a mercadoria deixando um pequeno espaço para os pedestres. Há de tudo – meias, tênis, assessórios para celulares roupas entre outras coisas. Compradores? Não muitos. Os vendedores são de várias origens, – principalmente imigrantes de várias procedências – e estão “ligados” nos seus respectivos celulares. Passei pela Rua do Hipódromo, onde foi instalado, no século XIX, o Clube de Corridas Paulistano que mudou para a nova sede em Cidade Jardim em 1941 com o nome de Jockey Club de São Paulo. Ainda há vestígios do hipódromo.

A rua do Hipódromo vai até a rua Visconde de Parnaíba onde fica a estação Bresser-Mooca. O que chama minha atenção são trilhos, vestígios de um bonde que levava passageiros da estação ao Museu da Imigração desde 1998 até 2009, quando parou de circular. O bonde 38, montado pela empresa Hurst, Nelson and Company nos idos de 1912, era de Santos para onde voltou. Ele é propriedade da Associação Brasileira de Preservação Ferroviária.

Uma placa identifica uma Casa de Véus. Uma casa só de véus? Não. Há várias casas que vendem apenas véus – não de noivas, mas aqueles curtos que as mulheres católicas usavam para confissão. Outra surpresa: na feirinha com algumas barracas, o produto principal é o véu. Vou conversar com uma das vendedoras e ela me informa sobre a igreja Congregação Cristã do Brasil na outra quadra.

A Visconde de Parnaíba, que é o endereço de algumas lojas de instrumentos musicais, exibe ainda bonitos e alegres murais da CPTM, assinados por Eduardo Kobra. O importante Museu da Imigração, no final da rua, fica para outro dia. (Fotos: Hilda Araújo.)










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