Paris tem sido uma referência cultural para o Ocidente. Há muitas coisas que nos remetem ao século XIX, por exemplo, período em que se destaca a figura de Toulouse-Lautrec, um artista que registrou com ideias inovadoras e um traço ousado a vida noturna da capital francesa. Ele nasceu no dia 24 de novembro de 1864. Era portador de uma doença que se caracteriza pela fraqueza dos ossos e a baixa estatura, resultado de um histórico de endogamia na família. Desde jovem frequentou a vida boêmia, especialmente o Moulin Rouge, famoso cabaré parisiense onde retratou personagens variados – artistas e frequentadores. Produziu intensamente, apesar da vida desregrada. Morreu aos 36 anos.
domingo, 24 de novembro de 2024
TOULOUSE-LAUTREC
sábado, 23 de novembro de 2024
FLCÇÃO CIENTÍFICA
“– Para
falar a verdade, o que me leva a acreditar que não existem habitantes nesta
esfera é que me parece que nenhum ser sensato estaria disposto a morar aqui
– Bem, nesse
caso – disse Micrômegas –, talvez os seres que o habitem não tenham juízo.”
Um
alienígena para outro ao se aproximarem da Terra, em “MICRÔMEGAS, UMA HISTÓRIA
FILOSÓFICA”, de Voltaire (1694-1778. Ficção científica já no século XVIII.
Provavelmente o primeiro filme de ficção científica foi obra de um francês também: “Viagem ao Redor da Lua” (1902) teve roteiro e direção de Georges Méliès. A história é baseada no livro de Julio Verne (Viagem ao redor da Lua) e de H.G. Wells (Os primeiros homens na Lua).
domingo, 17 de novembro de 2024
CARONAS
Não sou pessoa sociável. Admiro todos aqueles desconhecidos que sentam
ao meu lado em locais públicos e me contam a vida em cinco minutos ou seus
problemas pessoais do momento. Como conseguem? Cresci ouvindo advertências sobre
estranhos e, como era tímida, o conselho caiu como uma luva. Até hoje abordo desconhecidos apenas para pedir informações, mas às vezes as situações fogem do controle.
A primeira empresa em que eu trabalhei em São Paulo editava a revista Panorama
da General Motors do Brasil. Um dia surgiu uma reportagem de última hora em S.
José dos Campos e, como o relações públicas tinha outro compromisso, me
arranjaram carona com um funcionário que estava indo para a fábrica no Vale.
Conversar sobre o quê? Nunca o tinha visto mais gordo e nem o veria de novo! Foi uma longa e entediante viagem.
Anos depois, em outra empresa, fui escalada para cobrir uma visita do secretário estadual
do meio ambiente a Guarujá. Novamente, problema com veículos e desta vez fui de
carona num carro da companhia, mas com uma colega de outro departamento. Na
Baixada, passamos a manhã em reuniões com prefeito e vereadores. Após almoçar, durante
o cafezinho o secretário teve a ideia de visitar o Lixão da Alemoa em Santos,
que há anos empesteava a entrada da cidade – todo o lixo coletado no município era
depositado numa área a céu aberto. E lá fomos nós para o lixão de Santos, vestidos
adequadamente para cobrir reuniões de gabinetes. O secretário não deixou por
menos: entrou no depósito e ao cortejo nada mais restou do que acompanhá-lo. Eu
já conhecia o lugar dos tempos do jornal CS, mas nunca pisara lá onde o quadro
era de horror, sem contar o cheiro insuportável. Para coroar o dia, minha
colega informou que ficaria em Santos. Estava eu a pé, a mais de 70 km de casa e cheirando
a lixo porque os sapatos estavam encharcados com o chorume. Depois de muita
conversa, conseguiram um carro para me trazer de volta e ainda me deixar em
casa, já que nenhum taxista me aceitaria naquelas condições.
Não me lembro qual era a reportagem e mais uma vez fui de carona com um colega e amigo, que dirigia um carro importado. Saímos da empresa e em plena avenida Faria Lima (acho), ele recebeu uma chamada do nosso chefe que exigia a presença dele imediatamente. Como estávamos perto do local do evento, ele me deu a notícia de que ia a pé e que eu levasse o carro. Entrei em desespero porque nunca havia dirigido carro automático. Meu amigo não se comoveu e me deu a mais rápida aula de direção de que se tem notícia e sumiu. Eu me vi no meio do trânsito congestionado em um carro alheio (e caro) que mal sabia conduzir. Conseguimos chegar aos trancos e barrancos – eu e o veículo – inteiros. Ainda bem porque na ocasião nem lembrei que ele não me dera os documentos do carro.
ANOS 1990.
Uma amiga muito querida me deu carona na saída do trabalho. Final de tarde, estávamos na
Faria Lima (outra vez). Na época, não sei se ainda é assim, junto ao canteiro
central havia um estacionamento. Ultrapassamos o cruzamento e o farol fechou.
Quando abriu, o carro não se animou a continuar. Sufoco porque onde estávamos
iria causar irritação e buzinadas dos motoristas apressados. Ela me disse com
naturalidade para eu empurrar o carro enquanto ela tentava fazê-lo
andar. Saí, pensando com meus botões que, sendo incapaz de tirar um estepe do
porta-malas de um fusca, eu duvidava ter força para empurrar o carro grande.
Felizmente, não precisei me esforçar porque o farol da rua transversal abriu e
o primeiro a aparecer na pista em que estávamos foi um jipe do Exército com
três recrutas. A ação foi muito rápida e eficiente (creio que faz parte de
exercícios da tropa): dois desceram, correram para o carro, empurraram para o
acostamento e voltaram acelerados para o jipe. Acenamos e agradecemos quando eles
passaram por nós com todo trânsito atrás deles...
quinta-feira, 14 de novembro de 2024
SAPOPEMBA
Como
o sol havia voltado, pensei em ir até lá para conhecer o Parque Zilda Arns que
tem sete quilômetros de extensão. O melhor caminho é sempre o metrô: fui até a
estação Vila Prudente e embarquei no monotrilho – Linha Prata com destino ao
Sapopemba. Até aí nada demais porque em 2014, quando o metrô promoveu visitas
do público às duas primeiras estações prontas fui conhecer a novidade.
Parece que esta é a única linha de monotrilho operando no Brasil e a primeira no mundo destinada ao transporte público com alta capacidade. Ao contrário do sistema tradicional em que os trens correm sobre dois trilhos, neste caso é usado um único trilho. Como as estações são elevadas – a altura varia entre doze e quinze metros, e os vagões têm janelas mais amplas, é possível ter uma visão panorâmica da região. O trem trepida de vez em quando. A surpresa foi a quantidade de conjuntos habitacionais ao longo do percurso, mas escapam da vista as calçadas. Foi apenas quando vi do lado oposto o trem sobre as pilastras em direção à Vila Prudente, dando a impressão de que está solto, que me lembrei de que estava bem longe do solo. Uma bonita imagem.
No
terminal da estação Sapopemba, ninguém conhece o Parque Zilda Arns. Insisto no
número que peguei na internet. Indicam um ônibus que vai para o Belém. Belém? “A
senhora senta ali na frente e vai olhando a numeração” – aconselha o motorista
gentilmente. São Paulo consegue ser sempre surpreendente. Por ser imensa,
ignoramos muito sobre ela. O trabalho paisagístico dado à avenida no trecho por
onde passa o monotrilho diminui o impacto da obra no ambiente: arborização
ladeia a ferrovia suspensa e sob ela há uma ótima ciclovia. Do parque nem sinal.
O monotrilho segue por um lado e o ônibus pela avenida famosa. Resolvo
continuar até o Belém, onde pegarei o metrô. Enquanto observava o comércio, as
pessoas em suas rotinas para lá e para cá, lembrei-me de uma palavrinha que,
por preguiça, não anotei: linear, e da informação de que o parque tem sete
quilômetros de ‘extensão’. Claro que eu havia passado pelo parque – já que um
parque linear acompanha rios, canais e até uma via expressa! A questão é que um
dia terei que voltar para conhecer melhor as outras atrações, além da ciclovia,
que ele oferece.
terça-feira, 12 de novembro de 2024
A POESIA DE OLGA SAVARY
ÁBACO
quinta-feira, 7 de novembro de 2024
CHOVE
Eu insisto em não carregar guarda-chuva. Estava
na Vila Madalena, quando a chuva começou. Consegui uma carona de guarda-chuva
até o ponto de ônibus mais próximo: Barra Funda, onde desci e peguei o ônibus
para Ana Rosa... Há muito tempo não enfrentava os problemas de trânsito em dia
chuvoso em Sampa. Lá fora a chuva continua animada. E aqui dentro também. Já
troquei de banco duas vezes. A vedação de algumas janelas é precária. No
primeiro ônibus, uma senhora reclama porque tiraram o guarda-chuva da bolsa dela,
mas bastou uma ligação para descobrir que foi a filha. A menina e os
passageiros ouviram toda a indignação da mãe, que estava indo trabalhar. O
segundo ônibus rendeu uma enxurrada de palavrões de dois estudantes atrasados
para uma prova – se for teste de bom comportamento, zero para a dupla. Vejo lá
fora a Casa das Rosas entre os pingos de chuva pendurados nas janelas. Logo
estarei em casa.
segunda-feira, 4 de novembro de 2024
O PARCEIRO IDEAL
No baile, é simples assim: o parceiro ideal é aquele com quem você gosta de dançar ou aquele com quem você sente segurança ao deslizar pelo salão. E – surpresa! – pode nem ser uma pessoa que dance bem.
Naturalmente,
há algumas coisas essenciais que podem ajudar muito os dançarinos a se tornarem
parceiros mais agradáveis, tanto nas academias como nos salões: as boas
maneiras. Ou seja, aquelas normas de comportamento, que tornam a vida de todo
mundo melhor, a velha etiqueta.
Eis alguns lembretes:
- Se por qualquer razão a dama não quiser dançar com um
cavalheiro que a tenha escolhido, ela não deve aceitar logo em seguida, o
convite de outra pessoa para dançar aquela música. Estar esperando por
alguém é uma boa desculpa.
- O cavalheiro nunca deverá usar a dama como suporte e
evitar todo tipo de falha que o torne antipático.
- O cavalheiro, após dançar com uma
dama, nunca deve abandoná-la no meio do salão. Deve levá-la de volta à
mesa, aos amigos ou apresentá-la a outro parceiro, sempre com os devidos
agradecimentos.
- A dama deve reservar a primeira e a última dança para
dançar com quem a acompanhou ao baile.
5. É de bom tom que o cavalheiro se aproxime de uma dama para dançar por
meio de uma apresentação. Mas se não houver um intermediário, ao abordar a
dama, deve pedir licença para depois fazer o convite.
6. Não ponha as mãos nos bolsos da calça. É um hábito feio e deselegante.
7. Dance de acordo com as normas. Discrição é uma qualidade. Evite atitudes
íntimas e exibicionistas com o parceiro.
8. Cabe ao cavalheiro dirigir a dama, evitando aborrecimentos com esbarrões
nos demais. A direção a seguir deve ser sempre a dos outros: a da direita ou
sentindo anti-horário.
9. Evitar pisadas e joelhadas, pois se isto acontece, a dama por instinto
de defesa, torna-se esquiva, fugindo aos pisões e encontrões, resultando daí,
desinteligência no dançar.
10. Nunca se esqueça de que você não está
sozinho no salão.
11.
Enfim, um bom hálito é essencial.
Le Moulin de la Galette, Auguste Renoir (1841-1919). Musée d'Orsay, Paris.
sábado, 2 de novembro de 2024
ARTE E MORTE
LITERATURA
“Uma pá e uma enxada,
Uma enxada e um lençol;
Um buraco cavado em terra
A tal hóspede bem convém.”
Shakespeare: Hamlet, (Ato V). Tradução: Oscar Mendes
A bela tapeçaria de Bayeux de 69 metros de comprimento e 60 cm de largura, bordada em linho, narra a conquista normanda da Inglaterra e esta é a penúltima cena em que um cavaleiro normando golpeia Harold II, rei da Inglaterra (1066), na batalha de Hastings. O trabalho está exposto no Musée de la Tapisserie, em Bayeux, França. O trabalho, que foi elaborado entre 1070-1080, está detalhado no site do professor Dr. Ricardo Costa:
https://www.ricardocosta.com/tapecaria-de-bayeux-c-1070-1080
"O enterro
do Conde Orgaz" (1586), tela do espanhol El Greco (1541-1614). Igreja de S. Tomé,
Toledo (Espanha).
"A morte de Marrat" (1793) é uma tela de Jacques-Louis
David (1748-1825), exposta no Musée Royaux des Beaux Arts, em Bruxelas. O jornalista
foi assassinado por Charlotte Corday durante a Revolução Francesa por motivos
políticos. David era amigo pessoal de Marat.
"A Harvest of Death", fotografia de Timothy H. O’Sullivan feita entre 4 e 7 de julho de 1863, Batalha de Gettysburg, durante a Guerra Civil americana. Foto: Google Art Project – Wikipedia.
“A morte de um soldado” (193), foto do
correspondente de guerra Robert Capa (1913-1954), durante a Guerra Civil
espanhola.
MÚSICA
REQUIEM, Mozart.
https://www.youtube.com/watch?v=MafAZeag1_0