Eu insisto em não carregar guarda-chuva. Estava
na Vila Madalena, quando a chuva começou. Consegui uma carona de guarda-chuva
até o ponto de ônibus mais próximo: Barra Funda, onde desci e peguei o ônibus
para Ana Rosa... Há muito tempo não enfrentava os problemas de trânsito em dia
chuvoso em Sampa. Lá fora a chuva continua animada. E aqui dentro também. Já
troquei de banco duas vezes. A vedação de algumas janelas é precária. No
primeiro ônibus, uma senhora reclama porque tiraram o guarda-chuva da bolsa dela,
mas bastou uma ligação para descobrir que foi a filha. A menina e os
passageiros ouviram toda a indignação da mãe, que estava indo trabalhar. O
segundo ônibus rendeu uma enxurrada de palavrões de dois estudantes atrasados
para uma prova – se for teste de bom comportamento, zero para a dupla. Vejo lá
fora a Casa das Rosas entre os pingos de chuva pendurados nas janelas. Logo
estarei em casa.
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