Há 80 anos terminava a II Guerra Mundial (1939-1945). As retaliações da
Alemanha contra o Brasil começaram em 1942, quando o governo brasileiro rompeu relações
com Itália e Alemanha. Como consequência, o Brasil teve 34
navios torpedeados e desse total apenas uma embarcação era de guerra – o “Vital
de Oliveira”, abatido em 19 de julho de 1944. Todos os demais eram da marinha mercante.
Esses ataques causaram a morte de 1.081 pessoas.
A COBRA
VAI FUMAR – A mobilização fora decretada em 1942, mas a convocação só aconteceu
em 1943, com a criação da Força Expedicionária Brasileira – FEB. A demora para a decisão de embarque da força
expedicionária para a Europa por uma série de problemas políticos e de
treinamento dos pracinhas tornou-se motivo de ironia e dizia-se que era “mais
fácil uma cobra fuma do que a FEB lutar”. A chacota virou desafio e o bordão
depreciativo virou grito de Guerra e um símbolo da FEB. Dos 25.334 homens
embarcados morreram 451.
O poeta Guilherme
de Almeida e o maestro Spartaco Rossi são os autores da Canção do
Expedicionário, gravada por Francisco Alves, em 1944. Em 1960, quando foi
inaugurado o Monumento Nacional aos Mortos da Segunda Guerra Mundial no
Rio de Janeiro, Guilherme
de Almeida contou que: "Era já a madrugada de 8 de março de 1944 quando escrevi a
última sextilha da 'Canção do Expedicionário'. (...) Apenas uma rapsódia. Mapa
lírico do Brasil: fragmentos de canções do povo, com que o 'pracinha' – o novo,
desconhecido soldado dos Exércitos Aliados – havia de apresentar-se a gentes
outras, terras de outrem, dizendo: Você sabe de onde eu venho?” O poeta usou
referências musicais, poesias populares e fragmentos literários que tornam o
poema comovente, o que certamente contribuiu para o grande sucesso da
música.
Você sabe de onde
eu venho?
Venho do morro, do engenho
Das selvas, dos cafezais
Da boa terra do coco
Da choupana, onde um é pouco
Dois é bom, três é demais.
Venho das praias
sedosas
Das montanhas alterosas
Dos pampas, do seringal
Das margens crespas dos rios
Dos verdes mares bravios
Da minha terra natal
Por mais terras que
eu percorra
Não permita, Deus, que eu morra
Sem que volte para lá
Sem que leve por divisa
Esse V que simboliza
A vitória que virá.
(...)
Porreta Terme, Itália: monumento em homenagem aos soldados da FEB.
(Infelizmente, o sol não ajudou na hora da foto.) 2011.
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