sábado, 28 de junho de 2025

À PROCURA DE UMA PAPELARIA

 

Cresci ao lado de uma ótima papelaria – a "1001".  Isso muito antes que a agência McCann Erickson lançasse na década de 1970 a peça publicitária da lã de aço mais famosa do Brasil. Era lá que o meu material escolar era comprado. Havia ainda a Papelaria e Tipografia Reis. Tenho certeza de que não eram as únicas de Santos, mas é delas que me lembro bem.

Aqui em São Paulo conheci algumas ótimas, como a Papelaria Rosário, na Rua Xavier de Toledo no Centro Histórico, que infelizmente fechou em 2024. Outra que fechou funcionava no Conjunto Nacional, ao lado da Li
vraria Cultura. A Papelaria Umabel, na Rua Cristóvão Colombo, agora vende mochilas, e a Papelaria Estadão, no Viaduto Nove de Julho, resiste. Eu sempre senti grande atração pelas papelarias onde ia comprar lápis, tinta para as canetas tinteiro – só usei canetas esferográficas quando fui trabalhar no jornal –, fita para máquina de escrever, papel carbono, crepom, manteiga, de seda branco ou colorido (ah! os tempos de balões!). E as caixas de lápis de cor?

No ônibus a caminho do Centro Histórico me lembrei de duas pequenas papelarias pertinho da Sé; porém, como é sábado, não me preocupei em descer lá. Fiquei pela Rua Boa Vista, mas decidi atravessar o Anhangabaú e resolvi entrar no Shopping Light. Com tantas lojas, tudo é possível. Dito e feito! E achei logo no térreo – papelaria e livraria. Passei um bom tempo por lá procurando cartões e vendo as novidades da papelaria. Os cartões foram frustrantes: todos com mensagens descartáveis, óbvias, infantis... Alguns até bonitos, mas nenhum com o interior em branco para que se escreva a própria mensagem.

O que me chamou atenção foi a prateleira do material escolar: Na parte de cima, um objeto denominado “Caderno Argolado”, cheio de parangolés. Ora, ora vejam só! Lembrei-me com saudade do meu fichário, que me acompanhou no curso ginasial.

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