segunda-feira, 9 de junho de 2025

LITERATURA DE CORDEL

 

 "A poesia de cordel é uma das manifestações mais puras do espírito inventivo, do senso de humor e da capacidade crítica do povo brasileiro, em suas camadas modestas do interior. O poeta cordelista exprime com felicidade aquilo que seus companheiros de vida e de classe econômica sentem realmente. A espontaneidade e graça dessas criações fazem com que o leitor urbano, mais sofisticado, lhes dedique interesse, despertando ainda a pesquisa e análise de eruditos universitários. É esta, pois, uma poesia de confraternização social que alcança uma grande área de sensibilidade.” Carlos Drummond de Andrade (1902-1987).

O Google hoje lembra a Literatura de Cordel, herança portuguesa que floresceu no Brasil.

A Biblioteca Mário de Andrade tem em seu acervo de seis mil folhetos a “Tragedia do Marquez de Mantua & do Emperador Carlos Magno” (1692) e a “Pregação de João Coelho” (1787), ambos impressos em Lisboa.

A Universidade de Poitiers, na França, mantém o maior acervo da Europa sobre o tema: cerca de quatro mil documentos pesquisados pelo professor Raymond Cantel (1914-1986). O professor veio ao Brasil em 1959 para estudar temas como messianismo, mas mudou o rumo do trabalho quando conheceu a literatura de cordel. Ele retornou várias vezes ao Brasil até os anos 1980.

https://cordel.edel.univ-poitiers.fr/collections/show/3

Em 1988 foi fundada no Rio de Janeiro a Academia Brasileira de Literatura de Cordel (ABLC) para resguardar e divulgar a arte nordestina. Funciona na Rua Leopoldo Fróes, 37, em Santa Tereza.

Fotos: Exposição "Vidas em Cordel", promovida pelo Museu da Pessoa, na Estação da Luz em março de 2025.



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