"A
poesia de cordel é uma das manifestações mais puras do espírito inventivo, do
senso de humor e da capacidade crítica do povo brasileiro, em suas camadas
modestas do interior. O poeta cordelista exprime com felicidade aquilo que seus
companheiros de vida e de classe econômica sentem realmente. A espontaneidade e
graça dessas criações fazem com que o leitor urbano, mais sofisticado, lhes
dedique interesse, despertando ainda a pesquisa e análise de eruditos
universitários. É esta, pois, uma poesia de confraternização social que alcança
uma grande área de sensibilidade.” Carlos Drummond de Andrade (1902-1987).
O Google hoje lembra a Literatura de Cordel, herança portuguesa que floresceu no Brasil.
A Biblioteca Mário de Andrade tem em seu acervo
de seis mil folhetos a “Tragedia do Marquez de Mantua & do Emperador Carlos
Magno” (1692) e a “Pregação de João Coelho” (1787), ambos impressos em Lisboa.
A Universidade
de Poitiers, na França, mantém o maior acervo da Europa sobre o tema: cerca de quatro
mil documentos pesquisados pelo professor Raymond Cantel (1914-1986). O
professor veio ao Brasil em 1959 para estudar temas como messianismo, mas
mudou o rumo do trabalho quando conheceu a literatura de cordel. Ele retornou
várias vezes ao Brasil até os anos 1980.
https://cordel.edel.univ-poitiers.fr/collections/show/3
Em 1988 foi fundada no Rio de Janeiro a Academia Brasileira de Literatura de Cordel (ABLC) para
resguardar e divulgar a arte nordestina. Funciona na Rua Leopoldo Fróes, 37,
em Santa Tereza.
Fotos: Exposição "Vidas em Cordel", promovida pelo Museu da Pessoa, na Estação da Luz em março de 2025.
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