sexta-feira, 31 de outubro de 2025

ABRACADABRA!!!

HOJE É DIA DE SACI


Ilustração do Saci por André Le Blanc, para o livro de Monteiro Lobato em 1967.


André Le Blanc (1921-1998) foi um ótimo desenhista e professor. Era haitiano (filho de mãe francesa e pai hondurenho), trabalhou nos Estados Unidos e em 1944 mudou para o Brasil, onde se destacou por sua produção de histórias em quadrinhos tanto em tiras como em revistas e, posteriormente, ilustrou livros de Monteiro Lobato, na Editora Brasiliense, e adaptações de clássicos da literatura em outras editoras. Ele retornou aos Estados Unidos, onde faleceu.

O Saci no traço de Ziraldo Alves Pinto (1932-2024).




O livro de Monteiro Lobato, além de aventuras de Pedrinho com sacis, reúne histórias de personagens do folclore brasileiro, como a Cuca, o Boitatá e a Mula Sem Cabeça entre outros. Ganhei esse livro em 1967, provavelmente, na Páscoa.


Pensaram que eu havia me rendido à mitologia celta? Não!

ABRACADABRA – Há várias versões para a etimologia da palavra abracadabra, que tem origem do grego abrakadábra de acordo com o Dicionário Michaelis. É uma “palavra cabalística de supostas virtudes mágicas que teria o poder de curar certas doenças. Suas letras deviam ser escritas em um triângulo, para que a palavra pudesse ser lida em todos os sentidos”. 





quinta-feira, 30 de outubro de 2025

MANUAL DAS BRUXAS

 PREPARANDO-ME PARA O EVENTO DE AMANHÃ COM O MANUAL DA MAGA & MIN.


O Manuel foi lançado em 1973 (Abril Cultural) e recentemente foi reeditado com capa dura, uma edição de colecionador. Além de histórias com as bruxas Maga e Min, duas personagens encantadoras (😊), o manual reúne informações sobre mitos e lendas do Brasil e do mundo, sobre a carreira de pessoas famosas ligadas à magia e ao ilusionismo. 

segunda-feira, 27 de outubro de 2025

MINHAS BRUXAS PREFERIDAS

 


Ontem, a Aclimação estava infestada de bruxas – bruxas bruxas (já sei – não é politicamente correto), bruxas bonitas, bruxas de todas as idades, sozinhas, em grupos ou bem ou mal acompanhadas (sabe-se lá). Lamento não ter encontrado algum mago no caminho, pois esse mundo misterioso e sombrio não é privilégio feminino. O Mago Merlin, personagem da saga arturiana, que o diga; porém, muito antes os três reis magos Gaspar, Belchior e Baltazar seguiram uma estrela desde o Oriente para visitar o recém-nascido Rei dos Judeus.

            O dia das bruxas – 30 de outubro, que tem origem da mitologia celta –, marca o final do verão no Hemisfério Norte e celebra os mortos. A homenagem aos mortos foi incorporada pelo cristianismo e acontece no dia 2 de novembro. As bruxas estão presentes na dramaturgia de Shakespeare: em “Macbeth” são três, que desencadeiam a maldade do protagonista da peça. Em “Hamlet” é o fantasma do rei que revela ao príncipe os autores do seu assassinato.  

A realidade supera a mitologia e a literatura. A História registra um dos casos mais famosos e trágicos envolvendo bruxas que aconteceu no século XVII em Salem, Massachusetts (EUA). Cerca de duzentas pessoas foram acusadas de bruxaria e processadas, trinta acabaram sendo consideradas culpadas e vinte executadas – quinze mulheres e cinco homens. O evento gerou inúmeras obras literárias, peças teatrais e filmes. 

 “¡No creo en brujas, pero que las hay, las hay¡” – diz o ditado espanhol, de origem galega.

            A primeira bruxa que me encantou foi aquela que deu a maçã para a Branca de Neve e mais tarde Maga e Madame Min me conquistaram – um trio criado por Walt Disney.




sexta-feira, 24 de outubro de 2025

A CIDADE À NOITE

 

Se você resolveu deixar o carro na garagem, calçar um sapato confortável e caminhar, vai descobrir muitas coisas interessantes sobre a cidade. A primeira descoberta é a própria cidade, pois o caminhante tem uma visão muito melhor dos lugares por onde passa, descobre segredos, mistérios e a própria realidade, que atrás do volante com olho na sinalização e nos pedestres, perde de passagem. A segunda descoberta, talvez a mais fascinante, são as pessoas que transitam de lá para cá, que se deixam ficar num canto esperando alguém ou alguma coisa, as que correm para não perder ou ganhar tempo, famosos, anônimos, os loucos, os esquecidos, os injustiçados e tantos outros... A terceira revelação –à noite a cidade é outra, se transmuda e tanto pode ser sedutora como amedrontadora, silenciosa ou agitada pelos boêmios, eternos amantes da lua – não importa se nova ou cheia.



Teatro Municipal

Viaduto do Chá

Faculdade de Direito da USP, Largo de São Francisco.
Fotos: 23 de outubro de 2025.

Poética

Vinicius de Morais

De manhã escureço
De dia tardo
De tarde anoiteço
De noite ardo.

A oeste a morte
Contra quem vivo
Do sul cativo
O este é meu norte.

Outros que contem
Passo por passo:
Eu morro ontem

Nasço amanhã
Ando onde há espaço:
– Meu tempo é quando.

 


quarta-feira, 22 de outubro de 2025

HORA DO BANHO

O escultor Alfredo Ceschiatti (1918-1989) não deu nome para a sua preguiçosa exposta no piso superior da Estação Sé do Metrô. Outro dia, quando passei, vi a donzela impávida tomando banho, provavelmente anual. A funcionária não poupou esforços para deixá-la brilhando.




 


sábado, 18 de outubro de 2025

CAMINHANDO POR AÍ

 


Avenida São João numa tarde chuvosa e em uma noite primaveril.


O moderno - Parque D. Pedro II, e o antigo, início da Rua Vinte e Cinco de Março. 


Instalação do artista Alex Fleming tem retratos de frequentadores e funcionários da Biblioteca Mário de Andrade. Rua da Consolação. 


Vitrine da estação São Bento do Metrô. Confesso que não entendi e o cartaz não ajudou.


sexta-feira, 17 de outubro de 2025

PRAÇA FRANKLIN ROOSEVELT

Conheci a Praça Roosevelt, que já não era agradável, em 1982, quando mudei para São Paulo e comecei a frequentar a Biblioteca Circulante da Mário de Andrade. Além da Circulante, lembro que havia uma escola infantil, uma loja Pão de Açúcar e uma floricultura. Meu caminho incluía os programas do Biju, ainda um cinema que exibia filmes de arte, e o Teatro Cultura Artística na Rua Nestor Pestana. A história da praça, que já se chamou Consolação, está ligada à Dona Veridiana Prado, cujas terras abrangiam uma extensa área daquela região e foi loteada no final do século XIX. Nas imediações da Rua Nestor Pestana a família Prado construiu o Velódromo, que divulgou um esporte estrangeiro praticado entre os ricos que podiam importar bicicletas; porém, a moda durou pouco porque outro esporte estrangeiro ocupou o espaço, mas dessa vez conquistou o grande público: o football.

Na época da construção da igreja da Consolação, 1910, ali se realizavam feiras no final de semana e havia também um grande estacionamento. A Praça já se chamou Consolação e Guianas até que em 1947 recebeu o nome do presidente norte-americano Franklin Delano Roosevelt (1882-1945), que faleceu dias antes do término da II Guerra na Europa (no Japão, acabou em agosto de 1945). Se a praça nunca agradou a gregos e troianos do ponto de vista estético e urbanístico, atualmente ainda balança o coração dos velhos boêmios que frequentaram o bar e restaurante Baiúca – reduto de Johnny Alf, Zimbo Trio entre outros grandes nomes da MPB, e o Djalma’s Bar, onde Elis Regina fez seu primeiro show em São Paulo, e outros grandes artistas se apresentaram.

A velha e boa Roosevelt passou por várias transformações até chegar ao formato atual. Confesso que não gosto do resultado da última reforma que fizeram na praça. Sem graça. Concreto em abundância. Sonho de skatistas. Eu, porém, não vivo no entorno. Uma moradora que passeia com seu cãozinho me conta que o resultado foi muito bom: “A praça se tornou um lugar familiar”, segundo ela, pois há policiamento 24 horas por dia e as pessoas podem sair de casa com tranquilidade para passear, tomar sol ou fazer compras". Ela faz uma ressalva: se as noites são calmas e agradáveis de segunda à quinta-feira, o alvoroço acontece nas noites de sexta, sábado e domingo.

   A caminhada que fiz numa noite de quinta-feira, confirmou a tranquilidade do lugar. E para quem quer saber, no lado par da Praça encontram-se entre outros o Espaço Parlapatões, Satyros Bijou – Espaço Patrícia Pilar, o bar Pick your beer... Enfim, melhor ir e conferir.

Do outro lado da Praça encontra-se a Escola Caetano de Campos (Rua João Guimaraes Rosa, 111). A Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio (EEEFM), cuja origem foi na Praça da República, foi transferida em 2003 para a Rua Pires da Mota, 99, na Aclimação. O prédio da República, obra do Escritório Ramos de Azevedo e inaugurada em 1894, é a sede da Secretaria Estadual de Educação, e está passando por obras de restauração.









DAMA FANTASMA



Embora não creia em assombração, gosto de filmes de ou com fantasmas. Procurando o que ver, chamou-me atenção “A Dama Fantasma” (1944), com Ella Raines e Franchot Tones, e dirigido por Robert Siodmak (1900-1973), um cineasta americano de origem alemã que se destacou e fez sucesso nos anos de 1940 com filmes noir. Três ilustres desconhecidos para mim, mas eis que o quarto nome da lista foi uma grande surpresa: Aurora Miranda, a irmã de Carmen Miranda para quem não sabe. Resolvi assistir ao filme e, sinceramente, não achei lá grande coisa. A história é bem fraca: um homem casado entra num bar e convida uma estranha, mulher muito bonita e que usa um chapéu exótico, para beber, mais tarde vão a um show, em que a estrela é Aurora Miranda.








Ele se despede de desconhecida, que se recusa a dizer o nome e, quando ele chega apartamento, encontra a esposa morta. Nas investigações que se seguem, ele é o único suspeito. Levado a julgamento, é condenado à morte. O resto é infindável. Aurora imita Carmen – nas roupas e nos trejeitos, claro que faz papel de uma cantora sul-americana, Estela Monteiro, e encaixa em suas falas algumas palavras em Português.

O ator Elisha Cook Jr. (1903-1995) interpreta um baterista e tem uma participação muito boa no filme. Ele foi um ator que trabalhou em grandes filmes (“O Falcão Maltês”, “Big Sleepy”, “Shane”, “O Bebê de Rosamary” entre tantos outros), quase sempre como um suspeito ou culpado mesmo e quase sempre morre no fim.

Ilustrações: Cartaz do filme, Aurora Miranda e Elisha Cook Jr.

Filme assistido no CANAL LIVRE.


domingo, 12 de outubro de 2025

HORA DO CAFÉ

Fred Astaire, que foi um grande dançarino, com Lucille Bremer, bailarina clássica, em cena do filme "Yolanda e o ladrão" (1945), dirigido por Vincent Minelli. 


https://www.youtube.com/watch?v=Gz6jRrObcnw

sexta-feira, 10 de outubro de 2025

UM FALCÃO NA ESTAÇÃO D. PEDRO II

 

Toda cidade oferece surpresas, boas ou más, aos seus moradores e visitantes. São Paulo não é diferente. Hoje, por exemplo, fui resolver um problema lá pelos lados da Várzea do Carmo e na volta peguei um ônibus até a Estação D. Pedro II do metrô. Quando subi as escadas notei que a passarinhada estava toda alvoroçada cantando. É primavera. Ainda dei uma espiada para tentar localizar os cantores, mas como tinha outro compromisso subi as escadas e no saguão, apesar de haver pouca gente, notei uma agitação incomum e uma funcionária parecia perturbada. Os mais tranquilos eram a dupla de PMs junto à murada de uma abertura. Então baixou a jornalista adormecida e fui perguntar à funcionária se havia acontecido algo. Ela me contou rapidamente que “a ave atacou o pombo que está ferido”.

Que ave? Onde?

Ali.

A ave era um falcão, creio eu, que estava empoleirado calmamente na beira da murada. Pareceu-me um pouco exibido. Virou para um lado, virou para o outro como se posasse para as inúmeras câmeras focalizadas em sua elegante figura. Ou simplesmente, avaliasse o ambiente para ver o melhor caminho de fuga. Quando perguntei como iam tirá-lo de lá, a funcionária disse, sinceramente, um “não sei” e seguiu em busca de ajuda.

Resolvi pegar o trem para meu compromisso, antes de virar alvo do falcão. Espero que o final tenha sido feliz para o caçador frustrado.







terça-feira, 7 de outubro de 2025

GAROA BOA

Ontem, calor de 30 graus. Hoje, 18 graus e garoa. Ah! São Paulo da garoa! São Paulo que terra boa! Música de Alvarenga e Ranchinho, que o papagaio lá em casa sabia cantarolar... Café com amiga, muita risada e boas histórias. Final de tarde na Praça da República. Gente para lá e para cá, agasalhada ou à vontade, de guarda-chuva ou como eu, mãos abanando, apreciando o momento. Hora de voltar para casa e descansar os pés.



PRIMAVERA

 

Neste país tropical, estações do ano são pouco definidas, mas a sibipiruna aqui da praça está toda enfeitada. O ipê floriu novamente, talvez para abrigar o sabiá que o escolheu para fazer o ninho. Aliás, com tantas árvores para se proteger do sol, da chuva e de predadores, ele escolheu uma quase pelada para construir o ninho. Pelo menos a ninhada terá uma “casa” com jardim. Flores brancas é o que não falta. Outro sabiá montou residência na árvore que fica embaixo das minhas janelas – canta o dia inteiro e, como se não bastasse, lá pelas quatro da manhã decreta alvorada. Substitui um galo aqui das imediações que por muitos anos saudou as manhãs chovesse ou fizesse sol. Calou-se, levado pelas famílias que venderam as casas substituídas pelos condomínios sem graça.

Por aqui há uma grande variedade de passarinhos – rolinhas-caldo-de-feijão, cambacicas (manhã dessas uma veio me visitar), bem-te-vis e sabiás; há também um bando de periquitos instalados numa palmeira da esquina. José, taxista do ponto ao lado do prédio, me garante que também tem um pica-pau na praça, mas nunca consegui vê-lo. Enfim, boa companhia o ano inteiro.


A "bolinha" preta na parte superior da árvore é o ninho do sabiá.




sexta-feira, 3 de outubro de 2025

POR ONDE ANDEI

 

Quantos lugares, quantas cenas, quantos personagens... Setembro foi um mês de muitas andanças.

Fui conhecer a Casa Piauí, que antiga residência de Francisco de Paula Rodrigues Alves (1848-1919), presidente do Brasil no período de 1902-1906. O casarão em estilo eclético, situado na esquina da Rua Piauí com Itacolomi, foi tombado em 2012, passou por restauro e parte do terreno da propriedade abrigará um prédio de alto padrão.



Na Rua Manoel da Nóbrega, os policiais da Cavalaria da PM costumam fazer uma pausa para descanso das montarias. Cavalos são animais muito bonitos e elegantes. Paro para uma prosa rápida com um dos policiais – queria saber se os animais têm nome ou apenas o número de registro tatuado, se eles são dóceis, se a cavalhada era composta apenas de machos e se os cavaleiros trabalham sempre com o mesmo animal. Enquanto o policial vai respondendo as perguntas, o cavalo toca a cabeça de leve no ombro dele – tem grandes olhos castanhos como a pelagem, numa demonstração (creio eu) de carinho. Sim, os animais têm nome que é registrado, o comportamento varia de indivíduo para indivíduo – uns são mais impulsivos; a cavalaria emprega tanto fêmeas como machos – estes são castrados. As fotos foram tiradas em outra ocasião.





Fiz uma excursão a Caieiras de trem (Linha 7 Rubi) e ônibus pela serra da Mantiqueira que permanecerá bastante tempo na memória pelo desapontamento final. Uma igreja medieval, luxuosa, com toques de Sainte-Chapelle, construída em pleno século XXI escondida numa região pobre. Caieiras é um município situado na sub-região norte da grande São Paulo. O desenvolvimento da cidade aconteceu com a produção de cal e daí veio seu nome – caieira é a denominação do forno de cal. 



Passei pelos "arcos" da Vila Prudente - que suportam o monotrilho - Linha 15 Prata do metrô.



Cruzei o Parque Villa-Lobos em uma tarde de sol.



Estive também no Sacomã, onde este conjunto resiste à insanidade imobiliária.



E ainda fui à Aricanduva, onde estas lindas casinhas dão uma ideia do que já foi o bairro. E a banca de jornal cuida da sua própria história no bairro.


Praça Nossa Senhora do Bom Parto.






quarta-feira, 1 de outubro de 2025

DIA DO IDOSO

No que estou pensando? Hoje é dia do idoso. Já faz pouquinho mais de vinte anos que estou nesse grupo e muito satisfeita por ser baby boomer e ter vivido uma época de transformações fantásticas. Embora adore bondes, mantenha meu DVD player em funcionamento e ache o corte Chanel um luxo (como o Nº 5) não significa que sofra de saudosismo. Espero bater perna por aí ainda por algum tempo – sem exageros. Nada de centenário.    



JORNAL "A TRIBUNA"

Parabéns a alunos, professores e ao diretor Roger Marques Ribeiro da Escola Estadual Parque dos Sonhos, de Cubatão (SP), que recebeu ontem o prêmio World’s Best School Prize, na categoria Superação de adversidades. A premiação é promovida pela T4 Education, uma plataforma global voltada para a melhoraria da educação, oferecendo ferramentas, programas e eventos para professores e escolas.

(JORNAL A TRIBUNA, SANTOS, SP)