sábado, 9 de agosto de 2025

ANDY WARHOL

 

Quarta-feira, Andy Warhol teria completado 97 anos. Ele nasceu em Pittsburgh, Pensilvânia e faleceu em 1987 em Nova York. Warhol se destacou na chamada Pop Art, nos anos cinquenta do século passado e ainda hoje causa polêmica. Até o final de agosto é possível visitar a exposição Andy Warhol POP ART! na FAAP, que reúne cerca de seiscentas obras dele originais, inclusive Marilyn Diptych.

Campbell’s Soup Cans para ele. A obra é de 1962.

“Se você quiser saber tudo sobre Andy Warhol, basta olhar para a superfície das minhas pinturas e filmes, e para mim, e lá estou eu. Não há nada por trás disso.” Andy Warhol, O Outro do East Village , 1966.

ACERVO do Museu de Arte Contemporânea de NY.


Andy Warhol POP ART! na FAAP, 31 de julho.



Andy Warhol POP ART! na FAAP, 31 de julho.


quarta-feira, 6 de agosto de 2025

PALACETE DO CARMO

 

Um dia ele foi o Palacete do Carmo, construído nos anos vinte do século passado na esquina da Praça Clóvis Bevilacqua com a Rua Roberto Simonsen, no Centro Histórico de São Paulo. Abandonado há anos, atualmente, ele parece estar se desfazendo aos poucos e me causa sensação de insegurança cada vez que passo por ali. A revista VEJA publicou em 14/08/2020 matéria sobre a negociação de um grupo de investidores com a Arquidiocese de São Paulo, proprietária do Palacete, da reforma do prédio que tem cerca de 3.900 m². O projeto, que incluiria a restauração da ala histórica e a construção de um moderno anexo, na época, ficaria em torno de duzentos milhões de reais, mas parece que não deu certo.

Um dó ver uma parte da história da cidade se degradar dia a dia... O abandono deu à natureza um espaço e no topo do prédio observam-se alguns arbustos viçosos.


segunda-feira, 4 de agosto de 2025

VELHICE E SOLIDÃO

 

Dizem que santo de casa não faz milagres, caso do filme neorrealista UMBERTO D (1952), dirigido por Vitorio de Sica e que na época a Itália não soube apreciar. Um filme que, infelizmente, ainda retrata o tratamento dado à velhice em vários países. Uma história banal de abandono e solidão narrada e interpretada com extrema sensibilidade e autenticidade. O próprio De Sica afirmou que o filme foi mal visto na Itália pós-guerra, pela abordagem dos problemas sociais envolvendo aposentados e idosos. De Sica dedicou o filme ao pai.

Humberto D foi indicado para a Palma de Ouro do Festival de Cannes de 1952; ganhou o prêmio de melhor Filme Estrangeiro da Associação de Críticos de Arte de Nova York em 1955 e indicado ao prêmio de Melhor Filme Estrangeiro da Academia Britânica de Artes do Cinema e Televisão em 1957; Carlo Battisti, que não era ator, mas professor de Linguística, venceu o Prêmio NBR – National Board of Review – de Melhor Ator de 1957. Em 2005 foi incluído na lista ALL TIME 100 Movies da revista TIME.

|Achei maravilhoso.


quinta-feira, 31 de julho de 2025

BONS DE CONVERSA

 

Eu já disse e repito. Admiro muito pessoas que estão sempre dispostas conversar não importa quem seja o ouvinte (ou ouvintes). Elas sabem como iniciar a prosa e mesmo que você não tenha a mesma habilidade, isso não as intimida. Ao longo desses anos tenho encontrado muitas dessas pessoas que se sentam ao meu lado na condução e logo estão me contando suas vidas. Nem preciso pesquisar para dizer que ônibus e pontos de ônibus são onde as encontro mais; depois esquinas onde aguardo para atravessar ruas e seguem as salas de espera.  

Foi num ponto de ônibus na Avenida Ricardo Jafet, que encontrei Francisca. Eu pretendia esperar o Jardim Saúde-Parque D. Pedro II, que deve fazer a mesma rota do cometa Halley. Estava disposta a esperar uns dez minutos e se ele não aparecesse, minha opção era o metrô. Quando cheguei ao ponto um senhor estava perguntando a uma senhora baixinha, cerca de cinquenta anos, pelo tal ônibus e comentei que ele costumava demorar muito.  Ela disse que ele iria passar em cinco minutos, pois era o horário que costumava sair do emprego. Fiquei mais animada e, como teria que voltar na semana seguinte, memorizei o horário. Dito e feito. Uns dez minutos depois surgiu o difícil.

Quando retornei dias depois, estava pensando na vida quando a senhora apareceu, conversou com a moça que, por falta de um banco, sentara no meio-fio, mas logo foi premiada com a chegada do ônibus. A senhora me reconheceu, se aproximou e iniciou a conversa. Nos cinco ou dez minutos de espera, soube que se chama Fran, trabalha nas imediações, sai sempre naquele horário para pegar a netinha na escola e de quebra ainda me recitou todos os horários do Jardim Saúde. O ônibus apareceu. Ela subiu, foi saudada festivamente pela tripulação, se aboletou no banco da rainha –nome que dei ao banco da frente que fica no topo de dois degraus – e começou uma longa conversa bem humorada com motorista e cobrador. Eu a encontrei outras vezes e ela no meio de uma das histórias comentou que pelo menos o nome ela sabe assinar.  Não resisti e a incentivei a fazer um curso de alfabetização. Toda sorridente me disse que faz parte dos planos dela.

Fran é uma daquelas pessoas que enfrenta as dificuldades da vida sem lamúrias e distribui simpatia por onde passa.   

terça-feira, 29 de julho de 2025

A COBERTURA DO SHOPPING LIGHT

 

Ao fundo do lado direito, o prédio do antigo Othon Palace Hotel e o Edifício Matarazzo com o jardim suspenso.


Creio que nunca a meteorologia foi tão popular. Há algum tempo surgiu a possibilidade se “seguir” pessoas e sites e sei mais lá o quê. Tempos atrás seguir alguém era um caso de importunação; porém, de uns tempos para cá virou moda. Confesso que não sigo nada nem ninguém. Comento isso porque praticamente todas as pessoas que encontro me informam sobre as condições do tempo para amanhã, para o final de semana ou do mês, o que me leva à conclusão que “seguem” algum site meteorológico. Sem contar meu computador que, sem ser consultado, exibe na barra inferior, a temperatura do momento. No aparelho de TV, o Google exibe a hora e a temperatura. A Defesa Civil faz um bom trabalho, alertando sobre tempestades e enchentes.

Abro a janela e lá está um céu azul, um ventinho gelado... Irei visitar a cobertura do Shopping Light (Rua Coronel Xavier de Toledo, 23), porque ontem, passando por lá, vi a placa com o convite para a visita, mas não quis esperar até o meio-dia, hora em que começam a funcionar o elevador histórico (pantográfico) e o restaurante (considerado por dois anos consecutivos como o melhor de São Paulo pela revista VEJA).

Fiz um caminho diferente da Sé para o Anhangabaú – via Rua Benjamin Constant, que está com as entranhas abertas – trabalhadores trocam encanamento e fiação do subsolo. Paro para um cafezinho amigo na Líbero Badaró antes de atravessar o viaduto. Como ainda faltam cinco minutos para meio-dia vejo algumas vitrines no shopping.

No hall do elevador estranhei muito a fila para ir à cobertura, mas descobri que o pessoal ia mesmo para o quinto andar, espaço gastronômico do shopping. Pensei com meus botões que teria sido mais rápido se eles tivessem usado as escadas rolantes.

Enquanto aguardo o elevador, vejo a placa pedindo aos passageiros paciência com a demora porque, afinal, o equipamento tem 96 anos. Que ninguém se espante com a idade dele, pois funciona muito bem. Apenas as luzes do mostrador dos andares por onde ele passa não funciona, o que deixaria Mr. Mackenzie aborrecido, já que ali era a sede e ele diretor da poderosa The São Paulo Tramway, Light and Power Co. Ltd., responsável pelo fornecimento de energia da cidade.

Desembarquei em um hall muito elegante, atendida por uma jovem simpática e fui até a varanda ver a paisagem urbana. Não me surpreendi muito com o fato de já ter visto cenários mais bonitos do centro da cidade – como o que oferece o Edifício Matarazzo, logo ao lado, com seu jardim suspenso; ou do alto do Sampaio Moreira na Rua Boa Vista ou ainda do prédio Martinelli na esquina da São João com São Bento. Basta olhar da Praça Ramos para observar que o Edifício Alexandre Mackenzie, inaugurado em 1929, está ladeado por prédios mais altos e modernos tanto do lado da Rua Xavier de Toledo quanto do lado da Praça do Patriarca. Ele tem nove andares e cinquenta metros de altura – o CBI Esplanada em frente tem 31 andares e 110m de altura.

Como a visita não demorou muito e o sol estava agradável caminhei até a Avenida São Luís para pegar condução. Foi um ótimo início de tarde.

Ah! O acesso ao restaurante da cobertura é pela Rua Formosa, 157. Tem estacionamento.

Vista da Praça do Patriarca.






sábado, 26 de julho de 2025

Anjos Desavisados

“Anjos Desavisados”, escultura de bronze do artista canadense Timothy Schmalz (1969), inaugurada em 29 de setembro – Dia Mundial dos Migrantes e Refugiados, na Praça de São Pedro no Vaticano. Setembro, 2024.




sexta-feira, 25 de julho de 2025

IVANHOÉ E ROBIN HOOD

 

Estou na fase de amenidades. Ontem assisti ao filme americano Ivanhoé, o Vingador do Rei (1952), uma adaptação do romance de Sir Walter Scott (1771-1832), que li na adolescência. A direção foi de Richard Thorpe (1896-1991). No elenco encabeçado por Robert Taylor (1911-1969), tem Elizabeth Taylor (1932-), no frescor dos seus 20 anos, mas ainda uma atriz imatura. A experiente John Fontaine (1917-2013) parece mais a mãe aborrecida com o namoro da filha do que a noiva enciumada.

Dizem que Walter Scott foi quem criou o romance histórico – ou seja, usou elementos da história inglesa recheados de paixões e intrigas. No caso, a época é o século XII. A Inglaterra era governada por João Sem Terra, irmão do rei Ricardo I, mais conhecido como Ricardo Coração de Leão. Ricardo, após participar da III Cruzada (1189-1182), no retorno para casa, foi sequestrado pelo rei Leopoldo da Áustria que o manteve preso. O romance (e o filme) trata apenas do episódio do resgate – Ivanhoé em busca de Ricardo, já considerado morto, o encontro do monarca e a luta para levantar a quantia exorbitante estipulada para sua libertação. O filme mostra os cavaleiros medievais em justas – competições em arenas (liças), e torneios munidos de lanças bem animados. Tudo promovido pelo João Sem Terra e seus acólitos. 

Ivanhoé é um personagem lendário e, quanto ao rei Ricardo verdadeiro, ele pouco se importou com o fato de que a Inglaterra foi à bancarrota para pagar o seu resgate, pois logo em seguida atravessou o Canal Inglês para cuidar de interesses ingleses na Normandia (França) e nunca mais retornou - o que o filme não conta. É um bom filme para diversão e, quem sabe, despertar o interesse de alguém por História  a real é bem diferente. Assisti à série feita para TV (1958) estrelada por Roger Moore (1927-2017).


                                  

Ontem, foi a vez de outro “capa e espada”: As Aventuras de Robin Hood (1938), que recebeu três Oscar – melhor trilha musical original, melhor direção de arte e melhor edição de filme. Errol Flynn interpretou Robin e Olivia de Havilland, Lady Marian; a direção ficou primeiro com William Keighley, logo substituído por Michael Curtiz. As cenas das batalhas entre os nobres e os plebeus são muito boas. O arqueiro responsável pelos lançamentos foi Howard Hill (1899-1975), o maior profissional de arco e flecha de sua época. Ele interpretou o capitão dos arqueiros derrotado por Robin Hood, que consegue partir uma flecha ao meio. Em tempos de fantásticos efeitos especiais é bom saber que, na verdade, foi Hill quem realizou a proeza. A cena foi feita em apenas uma tomada! Um ótimo entretenimento.  Acima o arqueiro Howard Hill.