domingo, 2 de novembro de 2025

"SÃO PAULO, SINFONIA DA METRÓPOLE"


Este é um documentário precioso e que deve ser preservado cuidadosamente para as futuras gerações, pois a geração baby-boom a qual pertenço tem muita dificuldade para se localizar nesse filme, porque em menos de cem anos a cidade se desfez de um belo patrimônio para crescer. Crescer alucinadamente. Dirigido pelos húngaros radicados no Brasil Adalberto Kemeny (1901-1969) e Rudolf Rex Lustig (1901-1970), o filme foi inspirado em “Berlim, Sinfonia da Metrópole” (1927), obra do alemão Walter Ruttmann.

Como era São Paulo no final da década de 1920?

Lá estão o Pátio do Colégio, identificável apenas  pela obra de Ramos de Azevedo e pelo monumento “Glória imortal dos fundadores de São Paulo”; o antigo Viaduto do Chá, os palacetes trigêmeos do Anhangabaú (demolidos anos depois), o prédio do Banco do Brasil (CCBB), a Rua Boa Vista, o prédio dos Correios e Telégrafos, o Palácio das Indústrias; na Rua XV, endereço da famosa Casa Garraux e do Estadão; o Colégio Caetano de Campos. Fora do centro Histórico, uma visão do Instituto Butantã, do Horto Florestal e do Hipódromo da Mooca. Bem interessante é a reportagem sobre a Penitenciária do Estado, inaugurada em 1920 e tinha como lema “os mais avançados conceitos de regeneração dos condenados”. Quase impossível reconhecer a praça da Sé, sem a catedral neogótica. Mais importante do que prédios e ruas são as pessoas – anônimos que davam animo à metrópole que se forjava. A despeito das legendas ufanistas as imagens já mostram as diferenças sociais.

 https://www.youtube.com/watch?v=3XR0YQMkPX8&t=864s


Pátio do Colégio, versão 1974.





sexta-feira, 31 de outubro de 2025

ABRACADABRA!!!

HOJE É DIA DE SACI


Ilustração do Saci por André Le Blanc, para o livro de Monteiro Lobato em 1967.


André Le Blanc (1921-1998) foi um ótimo desenhista e professor. Era haitiano (filho de mãe francesa e pai hondurenho), trabalhou nos Estados Unidos e em 1944 mudou para o Brasil, onde se destacou por sua produção de histórias em quadrinhos tanto em tiras como em revistas e, posteriormente, ilustrou livros de Monteiro Lobato, na Editora Brasiliense, e adaptações de clássicos da literatura em outras editoras. Ele retornou aos Estados Unidos, onde faleceu.

O Saci no traço de Ziraldo Alves Pinto (1932-2024).




O livro de Monteiro Lobato, além de aventuras de Pedrinho com sacis, reúne histórias de personagens do folclore brasileiro, como a Cuca, o Boitatá e a Mula Sem Cabeça entre outros. Ganhei esse livro em 1967, provavelmente, na Páscoa.


Pensaram que eu havia me rendido à mitologia celta? Não!

ABRACADABRA – Há várias versões para a etimologia da palavra abracadabra, que tem origem do grego abrakadábra de acordo com o Dicionário Michaelis. É uma “palavra cabalística de supostas virtudes mágicas que teria o poder de curar certas doenças. Suas letras deviam ser escritas em um triângulo, para que a palavra pudesse ser lida em todos os sentidos”. 





quinta-feira, 30 de outubro de 2025

MANUAL DAS BRUXAS

 PREPARANDO-ME PARA O EVENTO DE AMANHÃ COM O MANUAL DA MAGA & MIN.


O Manuel foi lançado em 1973 (Abril Cultural) e recentemente foi reeditado com capa dura, uma edição de colecionador. Além de histórias com as bruxas Maga e Min, duas personagens encantadoras (😊), o manual reúne informações sobre mitos e lendas do Brasil e do mundo, sobre a carreira de pessoas famosas ligadas à magia e ao ilusionismo. 

segunda-feira, 27 de outubro de 2025

MINHAS BRUXAS PREFERIDAS

 


Ontem, a Aclimação estava infestada de bruxas – bruxas bruxas (já sei – não é politicamente correto), bruxas bonitas, bruxas de todas as idades, sozinhas, em grupos ou bem ou mal acompanhadas (sabe-se lá). Lamento não ter encontrado algum mago no caminho, pois esse mundo misterioso e sombrio não é privilégio feminino. O Mago Merlin, personagem da saga arturiana, que o diga; porém, muito antes os três reis magos Gaspar, Belchior e Baltazar seguiram uma estrela desde o Oriente para visitar o recém-nascido Rei dos Judeus.

            O dia das bruxas – 30 de outubro, que tem origem da mitologia celta –, marca o final do verão no Hemisfério Norte e celebra os mortos. A homenagem aos mortos foi incorporada pelo cristianismo e acontece no dia 2 de novembro. As bruxas estão presentes na dramaturgia de Shakespeare: em “Macbeth” são três, que desencadeiam a maldade do protagonista da peça. Em “Hamlet” é o fantasma do rei que revela ao príncipe os autores do seu assassinato.  

A realidade supera a mitologia e a literatura. A História registra um dos casos mais famosos e trágicos envolvendo bruxas que aconteceu no século XVII em Salem, Massachusetts (EUA). Cerca de duzentas pessoas foram acusadas de bruxaria e processadas, trinta acabaram sendo consideradas culpadas e vinte executadas – quinze mulheres e cinco homens. O evento gerou inúmeras obras literárias, peças teatrais e filmes. 

 “¡No creo en brujas, pero que las hay, las hay¡” – diz o ditado espanhol, de origem galega.

            A primeira bruxa que me encantou foi aquela que deu a maçã para a Branca de Neve e mais tarde Maga e Madame Min me conquistaram – um trio criado por Walt Disney.




sexta-feira, 24 de outubro de 2025

A CIDADE À NOITE

 

Se você resolveu deixar o carro na garagem, calçar um sapato confortável e caminhar, vai descobrir muitas coisas interessantes sobre a cidade. A primeira descoberta é a própria cidade, pois o caminhante tem uma visão muito melhor dos lugares por onde passa, descobre segredos, mistérios e a própria realidade, que atrás do volante com olho na sinalização e nos pedestres, perde de passagem. A segunda descoberta, talvez a mais fascinante, são as pessoas que transitam de lá para cá, que se deixam ficar num canto esperando alguém ou alguma coisa, as que correm para não perder ou ganhar tempo, famosos, anônimos, os loucos, os esquecidos, os injustiçados e tantos outros... A terceira revelação –à noite a cidade é outra, se transmuda e tanto pode ser sedutora como amedrontadora, silenciosa ou agitada pelos boêmios, eternos amantes da lua – não importa se nova ou cheia.



Teatro Municipal

Viaduto do Chá

Faculdade de Direito da USP, Largo de São Francisco.
Fotos: 23 de outubro de 2025.

Poética

Vinicius de Morais

De manhã escureço
De dia tardo
De tarde anoiteço
De noite ardo.

A oeste a morte
Contra quem vivo
Do sul cativo
O este é meu norte.

Outros que contem
Passo por passo:
Eu morro ontem

Nasço amanhã
Ando onde há espaço:
– Meu tempo é quando.

 


quarta-feira, 22 de outubro de 2025

HORA DO BANHO

O escultor Alfredo Ceschiatti (1918-1989) não deu nome para a sua preguiçosa exposta no piso superior da Estação Sé do Metrô. Outro dia, quando passei, vi a donzela impávida tomando banho, provavelmente anual. A funcionária não poupou esforços para deixá-la brilhando.




 


sábado, 18 de outubro de 2025

CAMINHANDO POR AÍ

 


Avenida São João numa tarde chuvosa e em uma noite primaveril.


O moderno - Parque D. Pedro II, e o antigo, início da Rua Vinte e Cinco de Março. 


Instalação do artista Alex Fleming tem retratos de frequentadores e funcionários da Biblioteca Mário de Andrade. Rua da Consolação. 


Vitrine da estação São Bento do Metrô. Confesso que não entendi e o cartaz não ajudou.