Este é um documentário precioso e que deve ser preservado cuidadosamente para as futuras
gerações, pois a geração baby-boom a qual pertenço tem muita dificuldade para se
localizar nesse filme, porque em menos de cem anos a cidade se desfez de um
belo patrimônio para crescer. Crescer alucinadamente. Dirigido pelos húngaros radicados
no Brasil Adalberto Kemeny (1901-1969) e Rudolf Rex Lustig (1901-1970), o filme
foi inspirado em “Berlim, Sinfonia da Metrópole” (1927), obra do alemão Walter
Ruttmann.
Como era São Paulo no final da década de 1920?
Lá estão o Pátio do Colégio, identificável apenas pela obra de Ramos de Azevedo e pelo monumento “Glória imortal dos fundadores de São Paulo”; o antigo Viaduto do Chá, os palacetes trigêmeos do Anhangabaú (demolidos anos depois), o prédio do Banco do Brasil (CCBB), a Rua Boa Vista, o prédio dos Correios e Telégrafos, o Palácio das Indústrias; na Rua XV, endereço da famosa Casa Garraux e do Estadão; o Colégio Caetano de Campos. Fora do centro Histórico, uma visão do Instituto Butantã, do Horto Florestal e do Hipódromo da Mooca. Bem interessante é a reportagem sobre a Penitenciária do Estado, inaugurada em 1920 e tinha como lema “os mais avançados conceitos de regeneração dos condenados”. Quase impossível reconhecer a praça da Sé, sem a catedral neogótica. Mais importante do que prédios e ruas são as pessoas – anônimos que davam animo à metrópole que se forjava. A despeito das legendas ufanistas as imagens já mostram as diferenças sociais.
https://www.youtube.com/watch?v=3XR0YQMkPX8&t=864s

2 comentários:
O que achei estranho foi a ausência da Avenida Paulista, embora apareça o Parque Trianon com sua antiga entrada majestosa..
Desconfio que aqueles casarões de onde saem alguns carros sejam da Avenida Paulista. -Ou Campos Elíseos, difícil identificar. Senti falta do Teatro Municipal. Faltou também a vida noturna da cidade. O Hotel Esplanada mal aparece.
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