Esmeralda é feiosa e nada sexy. Para nossos padrões de beleza está bem acima
do peso. Tem uma boca enorme desproporcional à cabeça e ornamentada por um
bigode nada discreto. A voz? Um horror – parece um velho portão enferrujado,
talvez porque aprecie um bom charuto. E se move sem elegância; não dança, mas gosta
muito de música. Felizmente não canta. Nas cenas em que aparece usa apenas um
colar. Sim, ela não é recatada e sempre que tem oportunidade dá sonoras
beijocas nos companheiros de viagem. É impossível não gostar dessa grande
atriz. Esmeralda nunca leria o que acabei de escrever porque se trata de uma
foca amestrada que brilha no pequeno papel que tem no filme de Disney “20 mil
léguas submarinas”, baseado no livro de Júlio Verne. A foca contracena com Kirk
Douglas, que canta para ela a música “A Whale of a Tale” – impagável.
É sempre um prazer rever esse filme
que mostra a genialidade do escritor francês Júlio Verne (1828-1905) e do cineasta
norte-americano Walt Disney (1901-1966). O primeiro escreveu sobre máquinas “maravilhosas”
que só se concretizaram no século XX; o segundo foi mestre em transformar a
ficção em obras cinematográficas impecáveis.
O filme de 1954, dirigido por Richard Fleischer, venceu o Oscar de 1955 nas categorias de melhores efeitos especiais e melhor direção de arte em Cores. No elenco, além de Kirk Douglas (Ned Land) e Esmeralda (ela mesma), estão James Mason (capitão Nemo) e Peter Lorre (Counseil). Disponível para assinantes no Cinema Livre – Filmes Clássicos da Era de Ouro do Cinema.
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