Morreu
Harry Belafonte (1927-2023), um novaiorquino que foi muito mais que um cantor e
ator de grande sucesso: teve importante ativista pelos direitos civis. Ele usou
o seu carisma e sua influência para mobilizar e arrecadar fundos para o
movimento. Amigo e apoiador do reverendo Martin Luther King Jr., atraiu
celebridades para a
Marcha da Liberdade em Washington em 1963, quando King proferiu seu histórico
discurso "Eu tenho um sonho" e participou da marcha de Selma a
Montgomery, no Alabama; idealizou a gravação da música “We Are The World”
para levantar fundos para combater a fome e doenças na África e que foi entoada
por um coral formado pelas principais celebridades de 1985 entre os quais Bob
Dylan, Michael Jackson, Lionel Ritchie, Tina Turner, Kenny Rogers e Bruce
Springsteen. O single, o álbum e o videoclipe renderam 55 milhões de dólares.
A
imprensa dedicou-lhe várias e merecidas páginas nesta quarta-feira,
reconhecendo o importante trabalho que ele desenvolveu paralelamente à carreira
artística, muitas vezes pondo em risco a própria segurança. Harry Belafonte
foi, reconhecidamente, um rebelde. Respondendo à pergunta “Onde mora o coração
rebelde?” ele disse:
“Sem o coração rebelde, sem as pessoas que
entendem que não há sacrifício que possamos fazer que seja grande demais para
recuperar o que perdemos, estaremos para sempre distraídos com posses, bugigangas
e títulos.”
Filho de família pobre de
origem jamaicana, Belafonte lutou na II Guerra, na volta apaixonou-se por o
teatro para pagar os estudos cantava em night clubs. O sucesso como
cantor aconteceu em 1956 quando seu álbum Calypso vendeu mais de um milhão de
cópias, algo inédito. Ele fez teatro, televisão e cinema – ganhou um prêmio Tony
por seu trabalho na Broadway. Foi embaixador da Boa Vontade da UNICEF.
Em 2013, ele recebeu a
maior honraria da NAACP (Associação
Nacional para o Progresso de Pessoas de Cor), a Medalha Spingarn, o Kennedy Center Honor em 1989, a National
Medal of Arts em 1994 e o Grammy Lifetime Achievement Award em 2000.
Entre tantas músicas que ele gravou, escolhi “Matilda”.
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