segunda-feira, 23 de setembro de 2024

A COLINA CAPERRINE

 Há dias tento visitar uma igrejinha graciosa, encarapitada no alto da colina Caperrine de Messina.

O problema é que sempre esquecia de pegar o nome e, finalmente, soube que é o Sanctuaryo de Montalto. Sobe-se por uma escadaria que lembra a do Caminho Monsenhor Moreira, no monte Serrat, em Santos. À medida que subo a vista da cidade se amplia. Faz calor e o Sol está a pino, mas é suportável. Quando chego ao final da subida, a paisagem é muito linda. O mar Tirreno, um ou dois barcos à vela, embarcações em operação, um monstruoso transatlântico e todo aquele azul do céu.

A igreja em tom rosa é modesta e bem conservada. O primeiro templo ali construído foi em 1286 mas a consagração só aconteceu em 1483. O edifício sofreu com o terremoto de 1908 e foi a primeira igreja a ser restaurada. 

Em 1988, quando esteve em Messina, o Papa João Paulo II visitou o santuário. Para marcar o evento foi feita uma escultura do papa em escala natural observando o estreito. 

Desço a colina e encontro uma cena muito especial na Piazza dell Duomo: os turistas parados ouvindo em silêncio a  "Ave Maria" de Gounod e Bach, uma gravação sinfônica, transmitida pelo auto-falante do Duomo, onde se realiza uma missa festiva voltada para militares. 

Quando termina a música fico observando as pessoas que voltam a circular pela praça. Hoje há dois navios de cruzeiro no porto. As empresas colocam os passageiros em ônibus, que distribuem a primeira leva num ponto turístico, vão buscar outra e recolhem a anterior que devem ser deixadas para visitar outro lugar bonito. Eles têm pouco tempo e muitos nem notam a beleza do relógio astronômico da torre que move as figuras. (Ele vale uma história especial.)

As pessoas parecem satisfeitas - exceto uma garota que resolve discutir a relação com o rapaz que a acompanha. Marido, namorado, noivo ou amante? Resolvi bater em retirada.

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