Ouço pessoas
reclamarem das tarefas domésticas cotidianas e penso que elas se queixam sem
saber do que escaparam, pois ainda em meados do século passado não dispúnhamos
de tantas facilidades como nos dias atuais. Houve uma grande evolução
tecnológica que nos livrou de coisas que para as novas gerações parecem
absurdas, mas chegaram a ser consideradas “muito práticas”.
Gosto
demais da avó das geladeiras elétricas, a chamada “caixa de gelo” porque funcionava com
uma pedra de gelo que era entregue diariamente em casa pela Fábrica de Gelo que
em Santos era na Vila Matias. Em casa tínhamos uma grande, que só foi substituída
por uma geladeira elétrica Frigidaire em 1950. Já escrevi sobre a enceradeira
de casa, igualzinha à da foto. Cresci ouvindo rádio que funcionava com válvulas
e ficava em um lugar especial na sala de visitas ao lado do qual minha avó fazia
crochê escutando a programação; tínhamos também um telefone de parede na copa, bem
mais moderninho do que o exibido no museu. Nos anos sessenta ganhei uma vitrola
portátil e um rádio Spica de pilha, que me acompanhou por muitos anos.
Os
museus guardam essas preciosidades – sim, preciosidades, inclusive muita coisa com
que a minha geração ainda conviveu já faz parte dos acervos. Um exemplo: a
máquina do cartão de crédito. O funcionamento era simples: o lojista colocava
um impresso do cartão devidamente preenchido com o valor da compra, imprimia
manualmente e o cliente assinava, ficando com uma via. Isso ainda no final do
século XX.
Museu da Energia: Alameda Cleveland, 601 - Campos Elísios.
Museu Histórico Nacional: Praça Marechal Âncora, Rio de Janeiro.
Museu Tribunal de Justiça de São Paulo: R. Conde de Sarzedas.