sexta-feira, 21 de novembro de 2025

ESMERALDA... QUE ATRIZ!

Esmeralda é feiosa e nada sexy.  Para nossos padrões de beleza está bem acima do peso. Tem uma boca enorme desproporcional à cabeça e ornamentada por um bigode nada discreto. A voz? Um horror – parece um velho portão enferrujado, talvez porque aprecie um bom charuto. E se move sem elegância; não dança, mas gosta muito de música. Felizmente não canta. Nas cenas em que aparece usa apenas um colar. Sim, ela não é recatada e sempre que tem oportunidade dá sonoras beijocas nos companheiros de viagem. É impossível não gostar dessa grande atriz. Esmeralda nunca leria o que acabei de escrever porque se trata de uma foca amestrada que brilha no pequeno papel que tem no filme de Disney “20 mil léguas submarinas”, baseado no livro de Júlio Verne. A foca contracena com Kirk Douglas, que canta para ela a música “A Whale of a Tale” – impagável.  

É sempre um prazer rever esse filme que mostra a genialidade do escritor francês Júlio Verne (1828-1905) e do cineasta norte-americano Walt Disney (1901-1966). O primeiro escreveu sobre máquinas “maravilhosas” que só se concretizaram no século XX; o segundo foi mestre em transformar a ficção em obras cinematográficas impecáveis.

O filme de 1954, dirigido por Richard Fleischer, venceu o Oscar de 1955 nas categorias de melhores efeitos especiais e melhor direção de arte em Cores. No elenco, além de Kirk Douglas (Ned Land) e Esmeralda (ela mesma), estão James Mason (capitão Nemo) e Peter Lorre (Counseil). Disponível para assinantes no Cinema Livre – Filmes Clássicos da Era de Ouro do Cinema. 


https://www.youtube.com/watch?v=CP3_sOEo8gg

quinta-feira, 20 de novembro de 2025

FESTA DO LIVRO DA USP

A Festa acontecerá entre os dias 26 e 30 de novembro, de quarta a sexta das 9h às 21h e no sábado e domingo das 9h às 19h, na Travessa C, situada entre a a avenida Prof. Mello Moraes e a Praça do Relógio Solar.

Linha 4 Amarela do Metrô, sentido Vila Sonia, estação Butantã; no Terminal de ônibus, linha 8022-10. No local, há várias linhas circulares para os diversos locais da Cidade Universitária. 


quarta-feira, 19 de novembro de 2025

"SALVE, LINDO PENDÃO DA ESPERANÇA"

 

Às 12 horas, os sinos da Sé tocam e acontece uma singela cerimônia promovida pelo Tribunal de Justiça de São Paulo. Dia da Bandeira.

O título é a primeira estrofe do Hino à Bandeira, composto por Olavo Bilac (1865-1918) e musicado pelo maestro Francisco Braga (1868-1945).

"Salve, lindo pendão da esperança,
Salve, símbolo augusto da paz!
Tua nobre presença à lembrança
A grandeza da Pátria nos traz.

Recebe o afeto que se encerra
Em nosso peito juvenil,
Querido símbolo da terra,
Da amada terra do Brasil!

Em teu seio formoso retratas
Este céu de puríssimo azul,
A verdura sem par destas matas,
E o esplendor do Cruzeiro do Sul.

Recebe o afeto que se encerra
Em nosso peito juvenil,
Querido símbolo da terra,
Da amada terra do Brasil!

sexta-feira, 14 de novembro de 2025

NOITE PAULISTANA

 

Ontem, para variar, fui caminhar à noite na Avenida Paulista que, em matéria de decoração natalina, está bem longe de tempos idos e vividos. Calçadas movimentadas e pistas congestionadas, forte policiamento, muitos ambulantes estabelecidos, aquele pessoal que assedia os pedestres tentando interrompê-los para ouvir alguma nova “maravilha” que vai resolver seus problemas existenciais, bicicletas circulando por onde não deviam... Na escadaria da Casper Líbero, jovens se divertiam em um evento musical (depois soube que era a final nacional de um campeonato de Tetris – jogo eletrônico). Bares lotados (como quase sempre). A ornamentação natalina é pouca – gostei do que vi no Conjunto Nacional e no Shopping Paulista (na Rua Treze de Maio). Voltarei em breve.


Uma lembrança de Tomie Ohtake e um símbolo da Paulista.

Conjunto Nacional.

Casper Libero



1313 da Avenida Paulista: FIESP.


quarta-feira, 12 de novembro de 2025

RETIRO DA SAUDADE

Há 116 anos nascia em São Cristóvão, Rio de Janeiro, o garotinho Antonio Nássara – Antonio sem o circunflexo e sem o Gabriel que ele acrescentou décadas depois. Nássara era filho de imigrantes libaneses e um dos sete filhos do casal. Demonstrou desde cedo talento para o desenho, a caricatura e a música; em 1927, ele ingressou na Escola de Belas Artes, mas deixou o curso no último ano. O talento garantiu-lhe trabalho nos principais jornais e revistas cariocas – entre os quais A NOITE, O GLOBO, DIRETRIZES, FLAN, ULTIMA HORA, CARETA, CRUZEIRO e O PASQUIM – como paginador, diagramador e caricaturista. Foi um compositor profícuo – compôs sozinho e também em parceria com grandes nomes da música popular da primeira metade do século XX – como Noel Rosa, Ary Barroso, Wilson Batista e João de Barro. Seu maior sucesso foi “Allah-la-ô, ô, ô, ô, ô, ô, ô”, em parceria com Haroldo Lobo, mas escolhi “Retiro da Saudade”, que compôs com Noel Rosa e foi gravada por Carmen Miranda e Francisco Alves em 1934.


https://www.youtube.com/watch?v=dnn8aCsdiY0

Quando por amor suspiro,
A saudade vem, então,
Encontrar o seu retiro,
Encontrar o seu retiro,
Dentro do meu coração.

Dentro do teu coração,
Não me diga que não,
Só existe falsidade,
Eis a pura verdade,
Eu já fiz um trocadilho,
Pra cantar feito estribilho,
Teu retiro da saudade.

Dentro do teu coração,
Não me diga que não,
Só existe falsidade,
Eis a pura verdade,
Eu já fiz um trocadilho,
Pra cantar feito estribilho,
Teu retiro da saudade....

 

sábado, 8 de novembro de 2025

BASTIDORES

Ontem, aproveitei o sol para refazer as fotos das esculturas das Praças Clóvis e Sé. Fazer fotos por lá é bem complicado. Sem querer flagrei um homem tomando banho. Os espelhos d’água se tornaram local de banho, lavagem de roupas e descarte de lixo
Na Sé, o monumento do Anchieta é um dos lugares preferidos para descanso (?) e observação do movimento do entorno - que não é pouco; ou dormir sossegado.



CONDOR – peça de Bruno Giorgi (1905-1993).

 
Atrás da escultura de Vlavianos há uma pessoa dormindo.


Obra de Heitor Usai (1889-1989), artista ítalo-brasileiro. Material: bronze.


A vida continua...





quinta-feira, 6 de novembro de 2025

ARTE NA SÉ E NA CLÓVIS

Se você quer conhecer obras de alguns dos mais importantes artistas brasileiros contemporâneos, alguns de renome internacional, precisa ir à Praça Clóvis Beviláqua, no Centro Histórico. Ali, espalhadas pelo jardim, há dezesseis esculturas realizadas em aço, bronze e concreto – a “Garatuja”, de Marcello Nistche (1942-2017), pode ser vista na estação do metrô.

Emblema de São Paulo: Rubem Valentim. Material: concreto armado.


Sem título, de Sérgio Camargo Material: mármore.

Nuvem sobre a cidade, de Nicolas Vlavianos (1929-2022). Material: aço inoxidável.



Obra de Joaquim Pinto de Oliveira (1711-1821), o Tebas, escravo alforriado.

AS OUTRAS ESCULTURAS

ABERTURA – obra de Amilcar de Castro (1920-2002). Material: ferro. Antes de se voltar para a arte, Amilcar de Castro foi quem introduziu a reforma gráfica do Jornal do Brasil nos anos de 1950 e em seguida reformulou a diagramação dos jornais Correio da Manhã, Última Hora, Estado de Minas e Jornal da Tarde.

CONDOR – peça de Bruno Giorgi (1905-1993). Ele nasceu em Mococa, filho de italianos, estudou em Roma e retornou ao Brasil em 1939 e integrou-se ao Modernismo. Material: bronze.

DIÁLOGO – escultura de Franz Weissmann (1911-2005). Nasceu na Áustria e chegou ao Brasil com onze anos. Formado pela Escola de Belas Artes da UFRJ. Material: aço.

EMBLEMA DE SÃO PAULO – Rubem Valentim (1922-1991), baiano, autodidata, referência no construtivismo brasileiro. Material: betão e concreto armado.

ESPAÇO CÓSMICO – Yutaka Toyota (1931). Japonês naturalizado brasileiro em 1971. Material: aço inoxidável, granito e aço.

IMPACTO – Mário Cravo Junior 1923-2018, baiano de Salvador. Material: aço inoxidável e granito.

NUVEM SOBRE A CIDADE – Nicolas Vlavianos (1929-2022). Grego naturalizado brasileiro, estabeleceu-se em São Paulo em 1960 e lecionou na FAAP.

OS PÁSSAROS – Felícia Leirner (1904-1996), artista plástica polonesa, naturalizada brasileira. Iniciou seus estudos com Brecheret aos 44 anos de idade. Em 1957 o MASP já havia incorporado obra de Leirner no acervo. Material: bronze e granito.

QUADRO NEGRO – José Resende (1945). Paulistano é um dos fundadores do Centro de Experimentação Artística Escola Brasil, foi professor da Escola de Comunicações e Artes da USP e participou de várias bienais e da Documenta Kassel 1992. Material: betão e ferro.

SATÉLITE – Francisco Stockinger (1919-2009). Artista plástico austríaco naturalizado brasileiro e que manteve intensa atividade. Material: granito e betão.

TOTEM DA SÉ – Doménico Calabrone (1928-2000) nasceu na Itália e veio para o Brasil em 1954. Material: granito, betão e mármore.

Voo – de Caciporé Torres (1935). Paulista de Araçatuba. Peça em aço inoxidável, betão e aço.


Na Praça da Sé, os destaques são o Marco Zero de São Paulo (1934), criação de Jean G Villin. Material: mármore, bronze e granito. As estátuas de São Paulo, autor desconhecido, e de José de Anchieta (1954), de Heitor Usai (1899-1989).

Marco Zero da Cidade (1934), Autor Jean G. Villin (1906-1979). Material: mármore, bronze e granito 

Apóstolo São Paulo, autor desconhecido.


1.                             Um homem dormia aos pés do monumento de José de Anchieta, então o jeito foi fotografar este lado da obra do artista Heitor Usai (1899-1989), japonês naturalizado brasileiro.


 



terça-feira, 4 de novembro de 2025

CAMINHOS FLORIDOS

Dizem que São Paulo é uma cidade cinza, entretanto, as árvores dão vida e um colorido especial às ruas e praças da metrópole - às vezes cobrem as calçadas e caminhos com tapetes floridos.

Praça da Sé.

Rua Nicolau de Sousa Queirós.

Avenida Ricardo Jafet.

Eu a encontrei em um dos meus muitos caminhos.


Aclimação: Praça Manuk Koumerian.

A Aclimação é privilegiada.


A sibipiruna que enfeita minhas janelas.

Mesmo à noite, as árvores dão um toque especial à paisagem urbana.
Praça da República.



domingo, 2 de novembro de 2025

"SÃO PAULO, SINFONIA DA METRÓPOLE"


Este é um documentário precioso e que deve ser preservado cuidadosamente para as futuras gerações, pois a geração baby-boom a qual pertenço tem muita dificuldade para se localizar nesse filme, porque em menos de cem anos a cidade se desfez de um belo patrimônio para crescer. Crescer alucinadamente. Dirigido pelos húngaros radicados no Brasil Adalberto Kemeny (1901-1969) e Rudolf Rex Lustig (1901-1970), o filme foi inspirado em “Berlim, Sinfonia da Metrópole” (1927), obra do alemão Walter Ruttmann.

Como era São Paulo no final da década de 1920?

Lá estão o Pátio do Colégio, identificável apenas  pela obra de Ramos de Azevedo e pelo monumento “Glória imortal dos fundadores de São Paulo”; o antigo Viaduto do Chá, os palacetes trigêmeos do Anhangabaú (demolidos anos depois), o prédio do Banco do Brasil (CCBB), a Rua Boa Vista, o prédio dos Correios e Telégrafos, o Palácio das Indústrias; na Rua XV, endereço da famosa Casa Garraux e do Estadão; o Colégio Caetano de Campos. Fora do centro Histórico, uma visão do Instituto Butantã, do Horto Florestal e do Hipódromo da Mooca. Bem interessante é a reportagem sobre a Penitenciária do Estado, inaugurada em 1920 e tinha como lema “os mais avançados conceitos de regeneração dos condenados”. Quase impossível reconhecer a praça da Sé, sem a catedral neogótica. Mais importante do que prédios e ruas são as pessoas – anônimos que davam animo à metrópole que se forjava. A despeito das legendas ufanistas as imagens já mostram as diferenças sociais.

 https://www.youtube.com/watch?v=3XR0YQMkPX8&t=864s


Pátio do Colégio, versão 1974.





sexta-feira, 31 de outubro de 2025

ABRACADABRA!!!

HOJE É DIA DE SACI


Ilustração do Saci por André Le Blanc, para o livro de Monteiro Lobato em 1967.


André Le Blanc (1921-1998) foi um ótimo desenhista e professor. Era haitiano (filho de mãe francesa e pai hondurenho), trabalhou nos Estados Unidos e em 1944 mudou para o Brasil, onde se destacou por sua produção de histórias em quadrinhos tanto em tiras como em revistas e, posteriormente, ilustrou livros de Monteiro Lobato, na Editora Brasiliense, e adaptações de clássicos da literatura em outras editoras. Ele retornou aos Estados Unidos, onde faleceu.

O Saci no traço de Ziraldo Alves Pinto (1932-2024).




O livro de Monteiro Lobato, além de aventuras de Pedrinho com sacis, reúne histórias de personagens do folclore brasileiro, como a Cuca, o Boitatá e a Mula Sem Cabeça entre outros. Ganhei esse livro em 1967, provavelmente, na Páscoa.


Pensaram que eu havia me rendido à mitologia celta? Não!

ABRACADABRA – Há várias versões para a etimologia da palavra abracadabra, que tem origem do grego abrakadábra de acordo com o Dicionário Michaelis. É uma “palavra cabalística de supostas virtudes mágicas que teria o poder de curar certas doenças. Suas letras deviam ser escritas em um triângulo, para que a palavra pudesse ser lida em todos os sentidos”. 





quinta-feira, 30 de outubro de 2025

MANUAL DAS BRUXAS

 PREPARANDO-ME PARA O EVENTO DE AMANHÃ COM O MANUAL DA MAGA & MIN.


O Manuel foi lançado em 1973 (Abril Cultural) e recentemente foi reeditado com capa dura, uma edição de colecionador. Além de histórias com as bruxas Maga e Min, duas personagens encantadoras (😊), o manual reúne informações sobre mitos e lendas do Brasil e do mundo, sobre a carreira de pessoas famosas ligadas à magia e ao ilusionismo. 

segunda-feira, 27 de outubro de 2025

MINHAS BRUXAS PREFERIDAS

 


Ontem, a Aclimação estava infestada de bruxas – bruxas bruxas (já sei – não é politicamente correto), bruxas bonitas, bruxas de todas as idades, sozinhas, em grupos ou bem ou mal acompanhadas (sabe-se lá). Lamento não ter encontrado algum mago no caminho, pois esse mundo misterioso e sombrio não é privilégio feminino. O Mago Merlin, personagem da saga arturiana, que o diga; porém, muito antes os três reis magos Gaspar, Belchior e Baltazar seguiram uma estrela desde o Oriente para visitar o recém-nascido Rei dos Judeus.

            O dia das bruxas – 30 de outubro, que tem origem da mitologia celta –, marca o final do verão no Hemisfério Norte e celebra os mortos. A homenagem aos mortos foi incorporada pelo cristianismo e acontece no dia 2 de novembro. As bruxas estão presentes na dramaturgia de Shakespeare: em “Macbeth” são três, que desencadeiam a maldade do protagonista da peça. Em “Hamlet” é o fantasma do rei que revela ao príncipe os autores do seu assassinato.  

A realidade supera a mitologia e a literatura. A História registra um dos casos mais famosos e trágicos envolvendo bruxas que aconteceu no século XVII em Salem, Massachusetts (EUA). Cerca de duzentas pessoas foram acusadas de bruxaria e processadas, trinta acabaram sendo consideradas culpadas e vinte executadas – quinze mulheres e cinco homens. O evento gerou inúmeras obras literárias, peças teatrais e filmes. 

 “¡No creo en brujas, pero que las hay, las hay¡” – diz o ditado espanhol, de origem galega.

            A primeira bruxa que me encantou foi aquela que deu a maçã para a Branca de Neve e mais tarde Maga e Madame Min me conquistaram – um trio criado por Walt Disney.




sexta-feira, 24 de outubro de 2025

A CIDADE À NOITE

 

Se você resolveu deixar o carro na garagem, calçar um sapato confortável e caminhar, vai descobrir muitas coisas interessantes sobre a cidade. A primeira descoberta é a própria cidade, pois o caminhante tem uma visão muito melhor dos lugares por onde passa, descobre segredos, mistérios e a própria realidade, que atrás do volante com olho na sinalização e nos pedestres, perde de passagem. A segunda descoberta, talvez a mais fascinante, são as pessoas que transitam de lá para cá, que se deixam ficar num canto esperando alguém ou alguma coisa, as que correm para não perder ou ganhar tempo, famosos, anônimos, os loucos, os esquecidos, os injustiçados e tantos outros... A terceira revelação –à noite a cidade é outra, se transmuda e tanto pode ser sedutora como amedrontadora, silenciosa ou agitada pelos boêmios, eternos amantes da lua – não importa se nova ou cheia.



Teatro Municipal

Viaduto do Chá

Faculdade de Direito da USP, Largo de São Francisco.
Fotos: 23 de outubro de 2025.

Poética

Vinicius de Morais

De manhã escureço
De dia tardo
De tarde anoiteço
De noite ardo.

A oeste a morte
Contra quem vivo
Do sul cativo
O este é meu norte.

Outros que contem
Passo por passo:
Eu morro ontem

Nasço amanhã
Ando onde há espaço:
– Meu tempo é quando.

 


quarta-feira, 22 de outubro de 2025

HORA DO BANHO

O escultor Alfredo Ceschiatti (1918-1989) não deu nome para a sua preguiçosa exposta no piso superior da Estação Sé do Metrô. Outro dia, quando passei, vi a donzela impávida tomando banho, provavelmente anual. A funcionária não poupou esforços para deixá-la brilhando.




 


sábado, 18 de outubro de 2025

CAMINHANDO POR AÍ

 


Avenida São João numa tarde chuvosa e em uma noite primaveril.


O moderno - Parque D. Pedro II, e o antigo, início da Rua Vinte e Cinco de Março. 


Instalação do artista Alex Fleming tem retratos de frequentadores e funcionários da Biblioteca Mário de Andrade. Rua da Consolação. 


Vitrine da estação São Bento do Metrô. Confesso que não entendi e o cartaz não ajudou.


sexta-feira, 17 de outubro de 2025

PRAÇA FRANKLIN ROOSEVELT

Conheci a Praça Roosevelt, que já não era agradável, em 1982, quando mudei para São Paulo e comecei a frequentar a Biblioteca Circulante da Mário de Andrade. Além da Circulante, lembro que havia uma escola infantil, uma loja Pão de Açúcar e uma floricultura. Meu caminho incluía os programas do Biju, ainda um cinema que exibia filmes de arte, e o Teatro Cultura Artística na Rua Nestor Pestana. A história da praça, que já se chamou Consolação, está ligada à Dona Veridiana Prado, cujas terras abrangiam uma extensa área daquela região e foi loteada no final do século XIX. Nas imediações da Rua Nestor Pestana a família Prado construiu o Velódromo, que divulgou um esporte estrangeiro praticado entre os ricos que podiam importar bicicletas; porém, a moda durou pouco porque outro esporte estrangeiro ocupou o espaço, mas dessa vez conquistou o grande público: o football.

Na época da construção da igreja da Consolação, 1910, ali se realizavam feiras no final de semana e havia também um grande estacionamento. A Praça já se chamou Consolação e Guianas até que em 1947 recebeu o nome do presidente norte-americano Franklin Delano Roosevelt (1882-1945), que faleceu dias antes do término da II Guerra na Europa (no Japão, acabou em agosto de 1945). Se a praça nunca agradou a gregos e troianos do ponto de vista estético e urbanístico, atualmente ainda balança o coração dos velhos boêmios que frequentaram o bar e restaurante Baiúca – reduto de Johnny Alf, Zimbo Trio entre outros grandes nomes da MPB, e o Djalma’s Bar, onde Elis Regina fez seu primeiro show em São Paulo, e outros grandes artistas se apresentaram.

A velha e boa Roosevelt passou por várias transformações até chegar ao formato atual. Confesso que não gosto do resultado da última reforma que fizeram na praça. Sem graça. Concreto em abundância. Sonho de skatistas. Eu, porém, não vivo no entorno. Uma moradora que passeia com seu cãozinho me conta que o resultado foi muito bom: “A praça se tornou um lugar familiar”, segundo ela, pois há policiamento 24 horas por dia e as pessoas podem sair de casa com tranquilidade para passear, tomar sol ou fazer compras". Ela faz uma ressalva: se as noites são calmas e agradáveis de segunda à quinta-feira, o alvoroço acontece nas noites de sexta, sábado e domingo.

   A caminhada que fiz numa noite de quinta-feira, confirmou a tranquilidade do lugar. E para quem quer saber, no lado par da Praça encontram-se entre outros o Espaço Parlapatões, Satyros Bijou – Espaço Patrícia Pilar, o bar Pick your beer... Enfim, melhor ir e conferir.

Do outro lado da Praça encontra-se a Escola Caetano de Campos (Rua João Guimaraes Rosa, 111). A Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio (EEEFM), cuja origem foi na Praça da República, foi transferida em 2003 para a Rua Pires da Mota, 99, na Aclimação. O prédio da República, obra do Escritório Ramos de Azevedo e inaugurada em 1894, é a sede da Secretaria Estadual de Educação, e está passando por obras de restauração.