Calor intenso.
Chuvas torrenciais – felizmente passageiras. Estes são dois dos principais
motivos para ter reduzido meus passeios. Na hora do almoço consultei a
meteorologia local: espiei pela janela e vi céu de brigadeiro ao Norte e ao
Sul, mais não consegui ver. A sibipiruna florida nem se mexia. Com certeza a
temperatura está bem acima dos 30 graus. Notei que a rua estava
fechada ao trânsito e o casalzinho, na esquina, que deveria estar orientando os
motoristas, namorava tranquilamente. Lembrei que nossa rua tem um bloco. Resolvi
ir ao supermercado e quando passei pelos namorados perguntei qual o nome do
bloco e fiquei sabendo que é “Siga la pelota”. Para participar basta usar traje
de banho e levar um coco gelado como adereço. A banda promete “hits marítimos e
surreais” (oh! Céus!) e um “repertório de brasilidades que vão de Mutantes a Tchakabum, de Tim Maia a
Olodum”. Segui pelo lado oposto.
Em
frente a um prédio modernoso, um rapaz escovava a pelagem negra do cão
terra-nova, que estava sobre o banco preferido dos idosos do bairro. Gosto
demais desse cão enorme, com um jeitão de urso e se move como um príncipe das
ruas, sem pressa nenhuma. Mais adiante encontrei Formiga, o oposto do
terra-nova. Acho que é um pinscher, amigo inseparável de um senhor que vive de pequenos
serviços. Formiga aproveitava uma sombrinha para um cochilo.
Resolvi
parar na padaria para um cafezinho. De um lado seu João saboreia uma cerveja
(que ele deixará pela metade) e do outro o Alfredo, freguês remanescente de uma
antiga padaria do bairro. Acho que é mais jovem do que eu, mas está bem abatido.
Ele certamente não se lembra de mim. Eu era a observadora do grupo que se
reunia todo final de tarde na “Dengosa”, que fechou há mais de 20 anos. “Bom
dia, seu Alfredo.” Seu Alfredo toma café com pão de queijo, me olha e me deseja
bom dia, um feliz ano novo com muita saúde e prosperidade! Retribuo os votos. Logo
ele se despede, reiterando os votos. Saboreio o café. O tempo passou para todos
nós.
Na
saída, o calor escaldante me recepcionou e me fez lembrar que ontem deixei meu
chapéu na Biblioteca Sérgio Milliet, avisei que irei busca-lo depois do Carnaval.
Como esqueci de pegar o reserva, o jeito foi voltar para casa.
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