Vizinhos
novos. Eles moravam numa cobertura da esquina, onde eram famosos pelo tumulto. Que
eu saiba nunca houve reclamações, mas pelo que observei de passagem a balbúrdia
quase sempre era pela manhã e no final da tarde – ou seja, quando saiam ou
quando voltavam sabe-se lá de onde. Há algumas semanas se estabeleceram aqui em
frente. São daquele tipo que vai se insinuando, ignorando se são ou não bem-vindos.
Manhã dessas apareceu um deles tentando me conquistar com um olhar carente que
ignorei solenemente e os moradores mais antigos, temendo essa invasão de
privacidade, o expulsaram. Melhor dizendo, o puseram para voar porque era uma
das dezenas de maritacas que mudaram da palmeira da esquina para as árvores
aqui da pracinha, onde continuam com a algazarra matinal e vespertina para
desgosto das rolinhas-caldo-de-feijão tão discretas e que costumam me visitar
todos os dias.
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