sexta-feira, 12 de setembro de 2025

VIDA NOTURNA

 

Ontem, a caminhada noturna pelo Centro Histórico foi decepcionante: em vez de caminhar o grupo foi convidado para assistir a um espetáculo gratuito do Festival Internacional de Palhaços. O evento tem importância cultural, sem dúvida, mas não gosto de palhaços. Assim, bati em retirada. De todo jeito valeu caminhar da Rua da Consolação até a Praça Roosevelt, que fica melhor à noite do que durante o dia.

    No caminho, vejo um quarto de uma parede só... Sem ninguém, embora não pareça abandonado. No chão, o colchão com a coberta bem arrumada; há uma mesinha posta e três livros. Duas cadeiras e vasos com plantas dão uma certa privacidade ao leito. Há duas lixeiras. Cenário?

    Lembro-me, não sei porquê, da música de Noel Rosa “O orvalho vem caindo”, embora não haja semelhança com a cena. A cama não é uma folha de jornal; a noite tem lua às vezes envolta em nuvens, nada de orvalho e as poucas estrelas visíveis ainda estão lá no céu... Caminho até a Avenida São Luís, agora tranquila, para pegar o ônibus. No ponto, dois homens aguardam sentados e conformados.





sábado, 6 de setembro de 2025

CENA BUCÓLICA

Hoje, na Vila das Mercês, depois de alguma andança, me dirigia ao ponto de ônibus, quando observei mais à frente um casal em plena colheita. Ah! Que cena! Lembrei-me da infância quando a nespereira do quintal de casa ficava carregadinha, fazendo a alegria da família e dos passarinhos, sem contar os nossos papagaios que adoravam a fruta. A árvore da Vila das Mercês também estava carregada e, generosa, estendeu os galhos para a calçada.







PAISAGEM

 Minha rua quinta-feira. Um luxo só. Inverno chegando ao fim com ares de primavera e uma lua cheia para lobisomem nenhum botar defeito.