sexta-feira, 8 de dezembro de 2017


SANTOS. DE PASSAGEM
Terça-feira, como estava muito adiantada para um compromisso, resolvi ir  a pé da Rodoviária de Santos para Avenida Ana Costa via Avenida Senador Feijó. 

No caminho, ótimas lembranças: só na Rua Sete de Setembro revi o colégio Avelino da Paz Vieira; ao fundo o Colégio Santista (Centro de Atividades Integradas de Santos), onde estudavam os meninos mais bonitos da cidade e que motivavam as meninas do Liceu Feminino, na Rua da Constituição, a escalar o muro alto só para vê-los. 

Do outro lado da calçada o caixotão Acácio de Paula Leite – agora CECTI Escola de Educação para adultos. Em matéria de feiura não há outro que o ultrapasse. 


Faltou a Escola Portuguesa onde fiz o primário. Nem desconfio como se chama agora. Primeiro grau?. Voltarei para uma visita especial, embora a casa tenha desaparecido nas reformas premeditadas e perversas.
 


No final da tarde, não resisti e fui ao Carioca para um chope e depois passei pela Rua do Comércio: era preciso ver para crer no fechamento do Café Paulista - mais de 100 anos de história e ótima comida. Por lá circulavam empresários, jornalistas, políticos e intelectuais de Santos. 

Felizmente, o Camiseiro em frente ao Paulista, resiste.

quinta-feira, 7 de dezembro de 2017

CENTRO PORTUGUÊS


No dia 3 de outubro de 1952 o jornal A TRIBUNA publicou matéria sobre a grande reforma pela qual passava o belo prédio do Centro Português de Santos (Rua Amador Bueno, 188), construído em estilo manuelino e inaugurado em 1901. Como eram outros tempos, comemorava-se a descaracterização do interior do edifício com a retirada das escadas de madeira enquanto o salão do teatro foi totalmente remodelado para incluir o cinema na programação. No dia 10 daquele mesmo mês, o jornal santista anunciava a apresentação do filme “Cantiga da Rua”, dirigido por Antonio Ferrão, com Manuel Santos Carvalho, Eunice Munhoz (1928) e Augusto Fraga. A diretoria da casa informava que os ingressos seriam vendidos para financiar as obras. Nada mais justo. (Cont.)

terça-feira, 5 de dezembro de 2017


CARTA PARA PAPAI NOEL

Já escreveu sua carta? Ainda há tempo. Não vale whatsApp!





segunda-feira, 4 de dezembro de 2017

CINE CAIÇARA


“Num local que está destinado a se tornar o ponto de atração nº 1 da cidade, surge este cinema, que, sem favor, pode ser colocado entre os melhores do Brasil! Luxuoso! Confortável! Poltronas estofadas! Aparelhos de ar condicionados moderníssimos!” Se há um exagero no anúncio, certamente, diz respeito à quantidade de pontos de exclamação, pois o Cine Caiçara foi mesmo uma das melhores salas do país.
O empresário Domingos Fernandes Alonso foi o responsável pelo presente que a cidade recebeu no dia 15 de maio de 1952. A nova casa de espetáculos foi construída no mesmo local em que funcionara o antigo Miramar (Avenida Conselheiro Nébias, 851), onde aconteceu a exibição do primeiro filme em Santos.
O novo cinema, que comportava 1800 pessoas, era dotado de três projetores de última geração. A empresa se preocupou em proporcionar ao espectador conforto para que usufruísse melhor do momento de diversão. Assim, desde a bilheteria até a ampla sala de espera em tom cinza com painéis de pastilhas brilhantes, tudo foi pensado para evitar aborrecimento (hoje seria estresse). Uma galeria de circulação ligava o hall de entrada ao de saída. O salão de espetáculos foi decorado em tons de verde. A tela era de matéria plástica “permitindo extraordinária e nítida projeção”, de acordo com o anúncio. Em um cinema, poltronas são fundamentais e as do Caiçara eram estofadas, revestidas de couro verde e dispostas de tal forma que espectador teria perfeita visibilidade de qualquer ponto da sala. No verão santista, o público poderia contar com ar condicionado Westinghouse. Detalhes importantes para tranquilizar o público: “Esplêndidas instalações sanitárias para homens e senhoras, cabine telefônica isolada, bebedouro de água gelada e um jardim tropical (...)”.
 Para a estreia nada melhor do que um filme premiado com seis estatuetas na entrega do Oscar de 1952: “Sinfonia de Paris”, musical dirigido por Vincent Minelli no ano anterior, com Gene Kelly e Lesli Caron. As músicas são de George e Ira Gershwin e Conrad Salinger, Saul Chaplin e Johny Green. A escolha não poderia ser mais feliz: Sinfonia de Paris ocupa a nova posição na lista dos 25 maiores musicais norte-americanos do American Film Institute.
Para a inauguração foram distribuídos convites para autoridades, imprensa e críticos de cinema e a renda da bilheteria foi destinada à Gota de Leite, entidade beneficente de atendimento às crianças carentes. Na reportagem do dia seguinte, uma foto mostra o salão de 1762 lugares quase lotado minutos antes do início da sessão e outra, os convidados entre os quais se destacam o diretor de A TRIBUNA, M. Nascimento Jr., o deputado Athié Jorge Coury, Djalma Freixo e J. B. Andrade.
A reportagem permite que se tenha uma noção do comércio da cidade em 1952 ao listar os estabelecimentos onde o público poderia comprar os ingressos para a inauguração do Caiçara: Modas Teixeira, Modas Linda, Relojoaria Eska, A Lausanne Têxtil, SEARS, Instituto de Beleza Parque Balneário, Marquesa de Sevigné e Casa Leblon.

*Melhor filme, melhor fotografia colorida, melhor direção de arte colorida, melhor figurino colorido, melhor trilha sonora em musical. 

domingo, 3 de dezembro de 2017

VI. Handel The king shall rejoice - The Sixteen



The king shall rejoice” é um dos quatro hinos compostos por  George Frederic Handel (1685—1759, para a coroação do rei George II da Inglaterra em 1727. Os textos usados são da bíblia anglicana. O maestro inglês Harry Christophers (1953) é o criador do coral Sixteen.   
Glory and great worship hast thou laid upon him.
Thou hast prevented him with the blessings of goodness, and hast set a crown of pure gold upon his head.
Alleluia.

Um belo espetáculo.


sábado, 2 de dezembro de 2017

CINE D. PEDRO II




Em 1922, a nação comemorou o primeiro centenário da Independência do Brasil, São Paulo foi abalada pelas novidades da Semana de Arte Moderna e Santos ganhou uma série de obras para marcar a data nacional. Foi nesse cenário que a empresa M. Fins Freixo & Cia. Ltda., propriedade do comendador Manoel Fins Freixo, inaugurou o Cine-Teatro D. Pedro II, na Rua Campos Melo, 215, entre as ruas Lowndes e Xavier Pinheiro, no bairro do Macuco. A nova casa de espetáculos tinha capacidade para 792 pessoas.
O D. Pedro II viveu um grande momento no dia 11 de julho de 1922, quando recebeu os aviadores portugueses Gago Coutinho e Sacadura Cabral, que haviam realizado o primeiro voo entre Lisboa e Rio de Janeiro quase um mês antes. Demoraram um pouco para chegar a Santos por causa das homenagens que lhes prestavam os cariocas e portugueses do Distrito Federal. Assim, o contra-almirante e o capitão desembarcaram do trem na Estação Ferroviária da São Paulo Railway e, após participarem de vários eventos comemorativos, à noite foram levados ao D. Pedro II para assistir à Última Valsa, opereta de Oscar Strauss, cartaz da Companhia Italiana de Operetas Léa Candini.
Nos anos de 1950 fez a alegria do bairro, exibindo filmes da Atlântida Cinematográfica (1941-1962) – o estúdio brasileiro que produzia filmes para concorrer com os americanos – com astros como Oscarito (1906-1970) e Grande Otelo (1915-1993) e depois Ankito (1924-2009) na linha de frente das comédias, Anselmo Duarte (1920-2009) e Eliana Macedo (1926-1990) como par romântico, e José Lewgoy (1920-2003), geralmente interpretando um grã-fino ou vilão.

O cinema funcionou por 78 anos e, quando fechou no início de 2000, o prédio mantinha as características originais. 
O prédio reformado do velho D. Pedro II. (Google)




Anselmo Duarte


sexta-feira, 1 de dezembro de 2017

SANTOS E O CINEMA
Largo do Rosário e o Cine Polytheama. Postal: acervo Waldir Rueda. 
A primeira sessão de cinema em Santos ocorreu em junho de 1887, no Recreio Miramar, na praia do Boqueirão. Fernando & Queiroz. A novidade conquistou o coração do santista e logo se tornaria um ótimo empreendimento sem contar que abria espaço para músicos, contratados para fazer o fundo musical dos filmes, que eram mudos. Em 1905, o espanhol Francisco Serrador (1875-1941) instalou um cinematógrafo na praça de touros que existia no final da Rua das Flores (atual Amador Bueno). Um pano quadrado suspenso no centro da arena servia de tela.
Sucesso absoluto. Logo depois foram inaugurados, na mesma rua, o Bijou Theatre com capacidade para cem pessoas, e o Cine Moderno, que dispunha de uma pequena orquestra. Depois veio o Cine Pathé (Pathé Frère era o nome produtora francesa), o primeiro a exibir filmes adultos na cidade.
Os filmes eram basicamente europeus (franceses, italianos, dinamarqueses), mas com o início da I Guerra Mundial (1914-1918), houve problemas de distribuição e o mercado foi abastecido por produções norte-americanas. Em 1918 surgem o Polytheama Rio Branco, no Largo do Rosário (Praça Rui Barbosa), o Cine Central, na Rua Amador Bueno, que teve o nome mudado duas vezes – Parisiense e Selecto. Nessa mesma época o Teatro Guarany foi reformado e adaptado para projeção de filmes e tornou-se o principal cinema da cidade. Na Vila Mathias, o empresário Marcolino de Andrade abriu o Theatro Carlos Gomes que, mais tarde seria vendido, reformado e reinaugurado em 1937 como Cine Carlos Gomes.
Em seus trabalhos sobre Santos o jornalista Olao Rodrigues (1907-1981) relacionou ainda os cines Excelsior, Iris e o Salão Smart; Cine Predial, Cine Tupi, Ele Salon, Clube XV, Paramount, Cine Monte Serrat, Santo Antônio.
O panorama começou a mudar em 1926 com a exibição do primeiro filme sonoro na cidade. Os músicos perdiam uma importante frente de trabalho. Os cinéfilos santistas puderam assistir no Cine Parisiense a “Alvorada do Amor”, filme dirigido por Ernst Lubitsch (1892-1945), com Maurice Chevalier (1888-1972) e Jeanette MacDonald (1903-1965). O filme lançado em 1930 pode ser considerado o primeiro musical do cinema.



quinta-feira, 30 de novembro de 2017

CINE SÃO JOSÉ
O CINE SÃO JOSÉ foi demolido em 2012.



A Empresa Santista de Cinemas almejava não apenas proporcionar aos santistas o melhor em matéria de salas de cinema, como também dar oportunidade de diversão para o maior número de pessoas. Assim, contratou a LINDENBERG, ALVEZ E ASSUMPÇÃO, empresa especializada no assunto, para a construção de um cinema na Rua Campos Melo, 179 (Vila Macuco), com capacidade para 2.500 pessoas em plateia dupla. A nova sala exibidora, “equipada com aparelhamento de primeira ordem”, recebeu o nome de Cine São José, em homenagem ao padroeiro do bairro. Finalmente, o maior cinema da cidade abriu suas portas em 7 de setembro de 1937.  
No anúncio publicado na imprensa, a empresa de cinemas dizia que o novo espaço iria “exhibir programmas organizados especialmente para elle, mudando frequentemente o cartaz”. Para a inauguração “foi escolhido um optimo programma, elaborado com o maior capricho: ‘A fuga de Tarzan’, e ‘Idylio cigano’, a grande synphonia em cores vivas e naturaes”.
Quem chegou cedo, pôde aguardar numa ampla sala de espera mobiliada com poltronas de couro platinado.


“A fuga de Tarzan”, com menos de noventa minutos de duração, teve cinco diretores. Um deles Richard Thorpe (1896-1991). Este foi o terceiro filme de Johnny Weissmuller (1904-1984) no papel de Tarzan, personagem criado por Edgar Rice Burroughs (1875-1950). Jane foi interpretada por Maureen O’Sullivan (1911-1998).

                


"Idílio cigano” é um romance cheio de drama, dirigido por Harold D. Schuster (1902-1986) e estrelado por Henry Fonda (1905-1982) e Annabella (1907-1996), atriz francesa famosa que viveu alguns anos nos Estados Unidos.









          Um amigo lembra que já na fase decadente às quintas-feiras eram exibidos filmes japoneses no velho e bom CINE SÃO JOSÉ.
        
FOTO: site salasdecinemadesp. 

CINE CARLOS GOMES
Foto: Novo Milênio.
A Vila Mathias ganhou mais um cinema no dia 5 de agosto de 1937, quando foi inaugurado o Cine Carlos Gomes, na Avenida Ana Costa, 55. A nova sala de espetáculos, propriedade da Empresa Santista de Cinemas, tinha capacidade para 1.500 pessoas! O programa não podia ser mais atraente: Ginger Rogers (1911-1995) e Fred Astaire (1899-1987) estrelando “Vamos Dançar”, filme dirigido por Mark Sandrich (1900-1945). Entretanto, esse não foi exatamente um grande sucesso da dupla Ginger & Fred, em seu sétimo trabalho juntos. Se o roteiro não agradou muito, as músicas assinadas por George e Ira Gershwin tornaram-se clássicos norte-americanos: Let's Call the Whole Thing OffShall We DanceThey All Laughed e They Can't Take That Away from Me – esta última indicada para o Oscar. 

O Cine Carlos Gomes é parte muito importante da minha infância. Assim que tive idade para ir ao cinema, minhas tias passaram a me levar às matinês de domingo com direito a dois filmes. Como ainda não sabia ler, eu perguntava baixinho o que os personagens diziam e uma delas ia me contando a história. Foi assim que cresci apreciando cada vez mais essa chamada sétima arte. Quando chegávamos, minhas tias compravam dropes e algumas vezes chocolate; embora as luzes ainda estivessem acesas, o lanterninha nos acompanhava até os lugares escolhidos. Enquanto se aguardava o início da sessão, o sistema de som transmitia música brasileira até que a iluminação ia diminuindo, as cortinas se abriam e começava o telejornal Canal 100, de Carlos Niemeyer. Jamais me esqueci da música “Na cadência do samba”, de Luiz Bandeira (1923-1998), que abria o noticiário esportivo.

"Que bonito é
As bandeiras tremulando
A torcida delirando
Vendo a rede balançar
Que bonito é
A mulata requebrando
Os tambores repicando
uma escola desfilar..."

         No final do cinejornal, havia trailers dos próximos lançamentos e, finalmente, o filme em cartaz. Tempos idos e vividos. 

quarta-feira, 29 de novembro de 2017

CINE ASTOR

Sempre gostei do nome desse cinema de Santos, inaugurado em 24 de setembro de 1935, uma terça-feira. O significado varia conforme a fonte: de origem grega (astur) e significa “aquele que brilha como um astro” *, mas pode ser também a denominação de uma ave de rapina**. O Cine Astor ficava na Vila Nova (Rua Sete de Setembro esquina com a Avenida Conselheiro Nébias) e o filme escolhido para a festa de inauguração foi a comédia “Broadway Bill, a vitória será sua”, dirigido por Frank Capra (1897-1991). No elenco, destaca-se apenas Mirna Loy (1905-1993), que começara a fazer sucesso no ano anterior, quando atuara em “Manhattan Melodrama”, com Clark Gable. Os convidados especiais da noite de inauguração da casa puderam assistir à história do herdeiro que prefere desperdiçar a fortuna em corridas de cavalo, alheio às responsabilidades da família. Somente no dia seguinte, o cinema abriu para o público.
Frank Capra, que foi um dos grandes diretores do século passado, deve ter gostado da história porque a refilmou em 1950, com o cantor e ator Bing Crosby (1903-1977) no papel principal: “Riding High” (em português “Nada além de um desejo”).
Infelizmente, não consegui localizar a data de fechamento do cinema.




** http://origemdapalavra.com.br/ 

terça-feira, 28 de novembro de 2017

VELHOS TEMPOS


“Aí vem a Marinha” foi o filme escolhido para a inauguração do Cine PARATODOS, na Rua Lucas Fortunato, 89, Vila Mathias (Santos), em 11 de janeiro de 1935. Uma comédia, dirigida por Lloyd Bacon (1889-1955) e estrelada por James Cagney (1899-1986). Cagney interpreta mais uma vez o papel do rapaz indisciplinado e brigão, só que desta vez se alista na Marinha para provocar um oficial que lhe roubara a namorada; o pano de fundo do romance é o cotidiano e a rotina dos marinheiros em serviço. O filme foi rodado a bordo do USS Arizona, porta-aviões norte-americano afundado pelos japoneses no ataque a Pearl Harbor (Havaí) em 1941, e na base naval de San Diego (Califórnia). Em resumo: “Aí vem a Marinha” foi indicado para o Oscar de melhor filme de 1934.  
Famoso por interpretar valentões e gangsteres, Cagney também era um bom dançarino, afinal, começou a carreira em musicais da Broadway e de Noew Orleans. Foi no papel de George Cohan, pioneiro dos musicais, que ele ganhou o Oscar de melhor ator em “A Canção da Vitória”, filme dirigido por Michael Curtiz (1886-1962), em 1942.
Mais tarde o nome do PARATODOS mudou para Cine Bandeirantes.
  

 

Anos depois o PARATODOS teve o nome mudado para Cine Bandeirantes. 

segunda-feira, 27 de novembro de 2017

A FRAGILIDADE DO SUCESSO

O santista aproveitou bem o feriado de Ano Novo de 1921. Os cinemas ofereciam uma programação variada. No Teatro Guarani (Praça dos Andradas) estava em cartaz A casa misteriosa e O Intolerável. Tom Mix era a atração do Polytheama (Praça Rui Barbosa). O destaque, entretanto, podia muito bem ser o filme Castidade (“o nu purificado... e apresentado numa genuína e elevada expressão de arte”), com a Vênus americana Andrey Munson (1891-1996). Em uma época em que fotos eram raras em jornal, há uma ilustrando a matéria sobre essa atração: a lânguida Andrey Munson coberta por um véu diáfano revelador de um corpo esbelto. Justifica-se: afinal, Munson protagonizara o primeiro nu do cinema norte-americano em “Inspiration”, de 1915.
Não há notícia de que a liga dos moralistas tenha se mobilizado contra a apresentação do filme. “Castidade”, de 1916, era o segundo filme de Andrey Munson e foi o único dos três filmes dela que se salvou. E por pouco!  Foi descoberto em 1993 na França numa “coleção de pornografia”, sendo adquirido pelo arquivo nacional de cinema daquele país.  
Andrey Munson começou a carreira no teatro com 17 anos, mas foi como modelo para artistas que se tornou famosa depois que o escultor Isidore Konti (1862-1938) convenceu-a a posar nua para as “Três Graças” criadas por ele para o Grand Ballroom do Hotel Astor em Times Square, Nova York. Em 1915 foi escolhida pelo escultor Alexander Stirling Calder (1870-1945) como modelo da Exposição Universal* em S. Francisco (já recuperada do terremoto de 1906).
Foi em 1915 que Andrey Munson apareceu no primeiro filme – apareceu porque ela só fez as cenas de nudez, pois o estúdio contratou uma atriz parecida com ela para a atuação. O terceiro filme parece que nunca foi distribuído.

A carreira e o sucesso terminaram por volta de 1921. Envolveu-se numa história policial – o dono da pensão em que morava com a mãe, apaixonou-se por ela e matou a esposa para que pudessem casar-se. Andrey Munson negou qualquer envolvimento no caso. Um filme de 1921 baseou-se na biografia dela que estava sendo publicada em vários jornais e numa série de artigos que ela escrevera para a Sunday Magazine, da cadeia Hearst. Sem trabalho, tentou o suicídio e em 1931, após diagnóstico de esquizofrenia, Andrey Munson foi internada em uma clínica psiquiátrica de onde nunca saiu. (Fotos: Wikipedia)
 

"Star Maiden", de Stirling Calder (1915), atualmente no Museu de Oakland (CA)

sexta-feira, 24 de novembro de 2017

O PAI DE PINÓQUIO

EFEMÉRIDES 

Há 191 anos nascia em Florença (Itália) Carlo Lorenzini (1826-1890), que se tornou famoso como Carlo Collodi. Ele é o criador de “Pinóquio”, a história do boneco que queria ser um menino de verdade. (Prefiro Emília, uma boneca de bem com ela mesma, pois nunca quis ser nada além de uma boneca de pano.) A ilustração dos estúdios Disney (Wikipedia). 

É também aniversário de nascimento 
do pintor e litógrafo francês Henri de 
Toulouse-Lautrec (1864-1901), que 
deixou uma rica obra sobre a 
vida boêmia de Paris. 






Quem nasceu em 24 de novembro foi Charles Miller (1864 -1953), responsável pela introdução no Brasil de várias modalidades esportivas (polo aquático, rúgbi), embora seja lembrado especialmente pelo futebol. 






Será que alguém ainda sabe quem é
Libertad Lamarque (1908-2000)?
Atriz e cantora argentina, radicada no México.
 Foi uma elogiada intérprete de tango.



quinta-feira, 23 de novembro de 2017

Frank Sinatra - "Jingle Bells" (Concert Collection)


Jingle Bells é conhecida como uma tradicional música de Natal, entretanto, ela foi escrita pelo norte-americano James Lord Pierpont (1822-1893) em 1857 para o dia de ação de graças, comemorado nos Estados Unidos na quarta quinta-feira do mês de novembro. Uma placa em uma rua da cidade de Medford, Massachusetts, registra o local em que a canção teria sido composta e onde, na época, funcionava a Simpson Tavern. Segundo a sociedade musical local, Pierpont inspirou-se nas corridas de trenó, populares no século XIX. Não importa a data, é sempre muito bom ouvir essa música. No youtube, Frank Sinatra e Bing Crosby no "Especial de Natal" de 1956.

quarta-feira, 22 de novembro de 2017


UMA TARDE EM SAN DIEGO

San Diego fica na fronteira com o México – claro que já foi mexicana e dessa época guarda alguns vestígios. A cidade tem 1 322 553 habitantes, o que a torna a segunda cidade mais populosa do estado da Califórnia. A economia baseia-se em atividades militares, turismo e comércio internacional. O primeiro europeu a aparecer na região foi o português João Rodrigues Cabrilho, que em 1542 navegava a serviço da coroa espanhola. Ele tomou posse das terras em nome dos reis de Castela e deu-lhes o nome de San Miguel. Em 1602, ao fazer o mapeamento do litoral da Califórnia, Sebastian Vizcaino renomeou o lugar para San Diego, em homenagem a San Diego de Alcalá (1400-1463). Fotos: Hilda Araújo, 2017.






Ao fundo a cúpula da Biblioteca Pública de San Diego. Ela tem em torno de 5.3 milhões de livros, inclusive e-books e material audiovisual; cerca de 1.6 milhão de documentos governamentais e 265,295 livros em 25 outros idiomas. A Galeria de Arte promove exposições de artistas locais e aos domingos há concertos no auditório.





San Diego abriga várias bases da Marinha e é porto de origem de muitos navios militares e históricos.

O veleiro Star of India foi lançado ao mar em 1853
e teve uma trajetória rica de acontecimentos.












O porta-aviões Midway (1945-1992) foi retirado do serviço em 1997, rebocado para San Diego e transformado em museu em 2004. A embarcação tem 300m de comprimento por 72m50 de largura. Na II Guerra, tinha capacidade para transportar 100 aeronaves, mas foi reduzida para 65 na época da Guerra do Vietnã. Tripulação: 4.104 militares.   


GREAT GENERATION WALK


 Homecoming (Regresso) é uma cópia da escultura de Stanley Bleifeld que se encontra em Washington D.C. Ela é um das muitas obras de arte do Great Generation Walk, espaço a céu aberto onde são homenageadas pessoas que serviram ao país em diferentes épocas

Homenagem aos tripulantes do USS San Diego (CL-53) –
navio que combateu no Pacífico durante a
II Guerra Mundial e recebeu quinze medalhas por combates.
Vai de barco ou de avião? 




domingo, 19 de novembro de 2017


O PARAÍSO EM CHAMAS 
Memorial USS Arizona


Um barco da Marinha transporta os visitantes ao Memorial. 
 No dia 7 de dezembro de 1941, durante a guerra na Europa, os japoneses atacaram Pearl Harbor, base da frota dos Estados Unidos no Pacífico. Os dois países ainda negociavam, quando o ataque ocorreu danificando ou destruindo 21 navios e 347 aviões. Morreram 2403 americanos e outros 1178 foram feridos. O Congresso dos Estados Unidos declarou guerra ao Japão e o presidente Franklin D. Roosevelt assinou o documento em seguida. Alemanha em apoio aos japoneses declarou guerra aos Estados Unidos no dia 11, o que levou os americanos para o teatro de guerra na Europa em apoio à luta da Inglaterra e União Soviética (Rússia).

         Um dos navios perdidos foi o encouraçado USS Arizona: uma bomba atingiu o paiol de munição. A embarcação com a tripulação de 1177 homens afundou e, apesar de todos os esforços os corpos de 900 tripulantes não foram recuperados, mas nunca esquecidos. Em 1962 foi construído o USS Arizona Memorial – Marco Histórico Nacional – sobre os destroços do encouraçado, porém, sem tocá-lo. O visitante pode ver os restos da embarcação e observar que o óleo armazenado nos tanques do navio continua fluindo até a superfície setenta e seis anos depois. O Memorial, operado pelo Serviço Nacional de Parques com apoio da Marinha dos Estados Unidos, recebe mais de um milhão de visitantes por ano. (Ingresso e transporte gratuito para o Memorial USS Arizona.) 


USS BOWFIN – depois da visita ao Memorial é possível conhecer o submarino que esteve em operação no Pacífico durante a II Guerra e a Guerra da Coreia. Ele esteve em ação de 1942 a 1953, depois voltou ao serviço da Marinha em 1960 por mais onze anos. Tornou-se museu em 1979. O museu não trata apenas da história do Bowfin, mas do desenvolvimento do submarino, uma ideia que o homem ousou por em execução pela primeira vez em 1776 até o submarino nuclear. Outro aspecto importante da visita é a descoberta da vida árdua da tripulação em trabalho penoso dentro de um tubo estreito submerso. A tripulação original era de 70 homens (sete oficiais e 63 alistados), mais tarde aumentada para 80 homens (oito oficiais e 80 alistados). O ingresso para a visita ao submarino e ao museu custa USD 12 (adultos), USD 8 (idosos) e USD 5 (crianças). 


Adicionar legenda


















Já que o assunto é militaria, vale conhecer também o USS Army Museum of Hawaii - Fort Derussy, no 2161 Kalia Rd. Entrada gratuita. Na saída, vale pegar uma praia.