sábado, 2 de dezembro de 2017

CINE D. PEDRO II




Em 1922, a nação comemorou o primeiro centenário da Independência do Brasil, São Paulo foi abalada pelas novidades da Semana de Arte Moderna e Santos ganhou uma série de obras para marcar a data nacional. Foi nesse cenário que a empresa M. Fins Freixo & Cia. Ltda., propriedade do comendador Manoel Fins Freixo, inaugurou o Cine-Teatro D. Pedro II, na Rua Campos Melo, 215, entre as ruas Lowndes e Xavier Pinheiro, no bairro do Macuco. A nova casa de espetáculos tinha capacidade para 792 pessoas.
O D. Pedro II viveu um grande momento no dia 11 de julho de 1922, quando recebeu os aviadores portugueses Gago Coutinho e Sacadura Cabral, que haviam realizado o primeiro voo entre Lisboa e Rio de Janeiro quase um mês antes. Demoraram um pouco para chegar a Santos por causa das homenagens que lhes prestavam os cariocas e portugueses do Distrito Federal. Assim, o contra-almirante e o capitão desembarcaram do trem na Estação Ferroviária da São Paulo Railway e, após participarem de vários eventos comemorativos, à noite foram levados ao D. Pedro II para assistir à Última Valsa, opereta de Oscar Strauss, cartaz da Companhia Italiana de Operetas Léa Candini.
Nos anos de 1950 fez a alegria do bairro, exibindo filmes da Atlântida Cinematográfica (1941-1962) – o estúdio brasileiro que produzia filmes para concorrer com os americanos – com astros como Oscarito (1906-1970) e Grande Otelo (1915-1993) e depois Ankito (1924-2009) na linha de frente das comédias, Anselmo Duarte (1920-2009) e Eliana Macedo (1926-1990) como par romântico, e José Lewgoy (1920-2003), geralmente interpretando um grã-fino ou vilão.

O cinema funcionou por 78 anos e, quando fechou no início de 2000, o prédio mantinha as características originais. 
O prédio reformado do velho D. Pedro II. (Google)




Anselmo Duarte


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