Em 1922, a nação comemorou o primeiro centenário da Independência do
Brasil, São Paulo foi abalada pelas novidades da Semana de Arte Moderna e
Santos ganhou uma série de obras para marcar a data nacional. Foi nesse cenário
que a empresa M. Fins Freixo & Cia. Ltda., propriedade do comendador Manoel
Fins Freixo, inaugurou o Cine-Teatro D. Pedro II, na Rua Campos Melo, 215, entre
as ruas Lowndes e Xavier Pinheiro, no bairro do Macuco. A nova casa de
espetáculos tinha capacidade para 792 pessoas.
O D. Pedro II viveu um grande momento no dia 11 de julho de 1922, quando recebeu os
aviadores portugueses Gago Coutinho e Sacadura Cabral, que haviam realizado o
primeiro voo entre Lisboa e Rio de Janeiro quase um mês antes. Demoraram um
pouco para chegar a Santos por causa das homenagens que lhes prestavam os
cariocas e portugueses do Distrito Federal. Assim, o contra-almirante e o
capitão desembarcaram do trem na Estação Ferroviária da São Paulo Railway e,
após participarem de vários eventos comemorativos, à noite foram levados ao D.
Pedro II para assistir à Última Valsa, opereta de Oscar Strauss, cartaz
da Companhia Italiana de Operetas Léa Candini.
Nos anos
de 1950 fez a alegria do bairro, exibindo filmes da Atlântida
Cinematográfica (1941-1962) – o estúdio brasileiro que produzia filmes para
concorrer com os americanos – com astros como Oscarito (1906-1970) e Grande
Otelo (1915-1993) e depois Ankito (1924-2009) na linha de frente das comédias, Anselmo
Duarte (1920-2009) e Eliana Macedo (1926-1990) como par romântico, e José
Lewgoy (1920-2003), geralmente interpretando um grã-fino ou vilão.
O cinema
funcionou por 78 anos e, quando fechou no início de 2000, o prédio mantinha as
características originais.
O prédio reformado do velho D. Pedro II. (Google) |
Nenhum comentário:
Postar um comentário