Lyon é uma das maiores
cidades francesas; foi fundada pelos romanos em 43 A.C. e tem uma história
intensa e rica. Famosa pelo comércio de seda foi o centro bancário da França e mais
tarde tornou-se uma importante cidade industrial no século XIX. Entretanto, Lyon
ficou mundialmente famosa quando dois irmãos, Auguste e Louis Lumière,
inventaram um aparelho “mágico” que dava movimento à fotografia, registrava
fatos e permitiria mais tarde que se criasse um mundo de fantasia. O aparelho denominado
cinematógrafo gerou uma indústria poderosa e criou milhares de empregos, acabou
mudando a vida de milhões de pessoas ao redor do mundo, estabelecendo modas e
mudando os padrões de comportamento; permitiu o registro de fatos e de
História.
No
final do século XIX, o industrial e fotógrafo Antoine Lumière (pai dos rapazes)
decidiu instalar sua fábrica em Monplaisir, na zona rural de Lyon. Os negócios
se desenvolveram bem e surgiu um novo bairro. Antoine resolveu construir uma
vila para a família e ele mesmo projetou o imóvel, inaugurado em 1902. Por seu
aspecto imponente, os vizinhos da casa a chamavam de “Chateau Lumière”.
Atualmente, o chateau abriga o Museu e Instituto Lumière, que
revela aos visitantes um pouco desses homens que fizeram da vida uma invenção.
Durante
o século XX, Monplaisir viveu ao ritmo dos Lumière até o final dos anos 1960,
quando a fábrica e a vila entraram em decadência até que houve um investimento
na recuperação de parte do conjunto; criaram-se assim o Museu e o Instituto
Lumière, este promove cursos, exposições e mantém um centro de documentação.
O
visitante entra no Museu pelo alpendre, por onde antigamente entravam e saiam
os veículos e cavalos. Dizem que uns poucos moradores ainda se lembram dos
passeios da viúva de Auguste (ele faleceu em 1958) a bordo de um carro Hispano-Suiza,
adaptado pelo marido para que ela pudesse entrar sem ter que tirar o chapéu. Há
um parque entre a habitação da família e o Hangar.
O
Hangar, classificado como monumento histórico, foi o primeiro cenário da
história do cinema: ele aparece no fundo do filme “La Sortie des usines
Lumière”. Ele escapou por pouco das demolições dos anos 1960, foi
restaurado e compreende a sala de cinema, o hall de recepção e exposição e um
bar. A sala de cinema foi inaugurada em 1998 e assim “por onde antes saíram os
operários, os espectadores de hoje retornam ao cinema”.
A
casa dos Lumière é simplesmente bela. Há 21 salas abertas ao público. A visita
começa pelo jardim de inverno e pelos grandes salões onde se pode conhecer a
cronologia da invenção do cinema. Uma escada em caracol conduz ao subsolo
(antiga cave) onde há projeções de filmes de Lumière; outra grande escada dá
acesso à área íntima da casa, como o quarto de dormir de Antoine. Outros
cômodos abrigam exposições. No segundo andar, encontram-se a área dos
empregados e, mais acima fica o antigo ateliê de pintura de Antoine, agora uma
biblioteca.
(Fotos: Hilda Araújo, 2012.)
Galo: corrimão da escadaria principal. |
Museu Lumière: 25 rue du Premier Film, Lyon. Metro: Monplaisir-Lumière,
das 11h às 18h30. Abre diariamente, exceto às segundas-feiras.
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