MANHÃ COM POESIA
Hoje foi dia dedicado ao
Mirante de Santana, que já não é mais mirante, pois a área está totalmente
cercada de construções. Uma moradora me diz que devo voltar nos dias em que
funciona a Estação do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET) no município de São Paulo. O prédio do instituto (nada impressionante) é de 1929, mas os registros pluviométricos
e das temperaturas máximas e mínimas de São Paulo só começaram em 1945.
A estação fica próxima do
Metrô Jardim São Paulo, onde tem uma banca de jornal. Enquanto esperava que o
sinal da Rua Leôncio de Magalhães abrisse para pedestres vi na vitrine lateral
junto às revistas uma folha de caderno, que pensei ser um aviso, mas era uma
poesia. Nenhuma assinatura. Resolvi perguntar ao senhor na banca sobre o autor
anônimo. Surpresa! Era ele. Chama-se MIGUEL LEAL e gosta de escrever poesias.
Tem uma pasta cheia delas. Voltarei qualquer manhã dessas para ler mais.
Existe mãe que sofre
A dor do parto
Da criação
E da separação
Existe mãe que sofre
Por não amar
Não perdoar
E não saber criar
Existe mãe que sofre
Por não falar
Por temer
Por mentir
E por não existir.
Existe mãe que sofre
Porque é mãe,
Porque foi mãe ,
Por quer ser mãe,
Porque não teve mãe.
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