domingo, 12 de março de 2017

BOAS LEMBRANÇAS

Minha avó Maria Luisa de Araújo (1896-1977) ocupava o tempo livre fazendo crochê na cadeira de balanço da área ajardinada ou da sala, enquanto ouvia rádio. Ela estava sempre procurando pontos diferentes para as suas criações. Um dia resolveu fazer um vestido para mim.
Lembro vagamente que ela pesquisou cores e linhas e que fez algumas amostras antes de se decidir a, finalmente, iniciar o trabalho que não demorou muito para ser concluído. Ela usou uma linha fina cor de rosa; os arremates da barra e do decote foram feitos com um trançado de tecido da mesma cor. Uma costureira fez a montagem.

Usei o vestido poucas vezes e o guardo com muito carinho porque ele é de certa forma a materialização do amor que ela sempre teve por mim. Em 2009 participei da oficina para terceira idade sobre memória, promovida pelo Museu de Arqueologia e Etnologia da USP e, na exposição final, apresentei o vestido em homenagem a minha avó. 

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