O PRAZER DO BANHO
Bath: terma instalada no ano 75 pelo imperador Vespasiano. |
Ninguém
melhor do que os romanos soube apreciar as delícias de um banho. Egípcios,
hindus e gregos tinham o hábito de se banhar. Heródoto conta que os egípcios
vestiam roupas limpas e praticavam a circuncisão por higiene, “preferindo a
limpeza à aparência mais atraente”; os sacerdotes depilavam o corpo todo para
prevenir piolhos. Os gregos limpavam-se por uma questão de conforto e boa
aparência. Hipócrates (460 a. C. – 370 a. C.), que é considerado pai da
medicina, sempre recomendava banhos.
Os
historiadores acreditam que o banho romano típico surgiu no século II a. C., na
Campânia. Cem anos depois já fazia parte do cotidiano das pessoas e à medida
que o império se expandia iam introduzindo o costume entre os povos
conquistados. Um ótimo exemplo é a cidade de Bath, na Inglaterra. Stabia, em
Pompeia, é a casa de banho mais antiga de que se tem notícia: 140 a. C. Um romano
despendia cerca de duas horas em sua higiene.
A
casa de banho, geralmente, consistia de um vestiário onde o banhista deixava as
roupas que eram guardadas pelo escravo pessoal ou por um funcionário da casa. Em
seguida, com o corpo nu untado de óleo, saia para um pátio amplo, ajardinado,
onde fazia exercícios, jogava bola, lutava ou corria. Suado, ele se dirigia
para o caldarium para o banho quente para
transpirar e depois um criado ou companheiro de banho raspava o suor, o óleo e
a sujeira com uma espátula. O banhista passava para o tepidarium onde havia a piscina de água tépida; em seguida dirigia-se
para o frigidarium para o banho frio,
e finalizava a higiene com nova raspagem do corpo que era então untado com óleo
e perfume (caso dos mais abonados). Havia também um sudatorium – espécie de sauna. Os banhos eram gratuitos ou muito
baratos.
No
princípio, homens e mulheres banhavam-se no mesmo espaço e só mais tarde criou-se
uma área feminina. O horário de mais movimento era à tarde, pois os romanos
adotaram o hábito grego de se banhar após o trabalho, que começava às 6 horas
estendendo-se até o meio da tarde.
Os banhos eram um local importante de socialização
e muitas casas eram decoradas com obras de arte – esculturas e pinturas. Uma
curiosidade – observada também em Pompeia – é a instalação de bordeis nas
proximidades das casas de banho. Historiadores dizem que as prostitutas deviam
circular pelas termas divulgando suas atividades.
A
paixão dos romanos pelo banho pode ser observada em Roma (Termas de Caracalla,
Diocleciano, Trajano e Nero); na Inglaterra (Bath), na França (Cluny), Portugal
(Braga) entre outros.
Termas de Caracala, Roma, 2011. |
Bath: detalhes, 2015. |
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