FÉRIAS DA COMPANHIA.
Até 10 de outubro.
Rubens Fortes ERRE é uma personalidade única
na história do jornal. Assinava A TOCA, uma coluna com críticas bem humoradas
dos fatos políticos e esportivos do momento. Ia à redação no final da tarde e
seu bom humor, sua inteligência ágil sempre surpreendiam até os mais escolados
com as peripécias que o tornaram famoso no CIDADE DE SANTOS. Continua afiado
como sempre. Uma das vítimas foi Fernando Allende – repórter, cronista social e
de automobilismo. Mantinha em sua mesa
um arquivo pessoal guardado a sete chaves. Numa folga, Allende fez uma limpeza
geral e quando foi embora a lixeira estava repleta de material velho, inclusive
um livro de patologias médicas ilustrado. ERRE recolheu parte dos rejeitos.
“Depois, quando ele deixava a gaveta aberta, pastas, relises, livretos voltavam
para a gaveta, discretamente” – conta o brincalhão, que observava as reações da
vítima. “Dava para perceber quando achava a velharia, olhava, olhava... Sabe
quando a pessoa tem a sensação estranha, pô, já não tinha jogado isso fora? Aí
rasgava bem rasgado o material que teimava em sair do lixo e descartava.
Algumas vezes, guardava de novo, carinhosamente!”. Allende percebeu a
brincadeira, quando o office-boy lhe entregou o tal livro de patologias
médicas. O que o garoto não esperava foi o palavrão... HELOISA COIMBRA, repórter novata, foi quem
conseguiu enfrentar ERRE com muito garbo. Numa festa de fim de ano em que
sorteou como amigo secreto o ilustre colunista, deu-lhe um presente inspirado.
Teve o trabalho de recortar várias edições da TOCA e colar numa longa tira,
formando um rolo de papel higiênico. ERRE jura que guarda até hoje para casos
de emergência.
ZOOLÓGICO – Os animais tiveram um papel
interessante na história do jornal, que era a menina dos olhos de Carlos
Caldeira Filho. Caldeira tinha outra paixão: cães pastores alemães. Muitas
vezes as chefias tinham que atender requisições de veículo da empresa para
levar os pastores para algum concurso canino. As notícias que esperassem. E,
claro, um repórter era destacado para cobrir o evento. O diretor do jornal adorava
curiós e, pasmem, coberturas especiais para os concursos de cantoria das aves.
No arquivo, Eduardo Leite e companhia viviam às voltas com pombos que arrulhavam
e faziam ninhos junto à janela, o que obrigava a manter os vidros fechados. Na
redação a situação era diferente. Havia uma população clandestina que se
movimentava à noite, quando as luzes se apagavam, deixando vestígios de sua
passagem quando novo dia clareava. Eram os ratos, figuras típicas de casarões
antigos. Certo dia (contam-me), um líder sindical da região, conhecido pela
falta de caráter, foi ao jornal e, no momento em que ele entrava, um roedor
(ignorando as regras sobre tráfego diurno) atravessou o salão calmamente. O
repórter gaiato não deixou por menos e foi avisando “Rato na redação!”. A bem
da verdade eram dois. ![]() |
| D. Pedro e D. Leopoldina, tela de Simplício Rodrigues de Sá. |
Leopoldina era inteligente
e educada. Tinha 19 anos quando se casou com D. Pedro. O casal sete filhos
entre eles D. Maria que foi rainha de Portugal e D. Pedro, o segundo imperador
do Brasil. Sempre foi querida pelos brasileiros e se interessou pelas questões
da terra. Os historiadores se dividem sobre a causa da morte dela. A versão de
violência doméstica cujas únicas testemunhas teriam sido ela, o marido e a
amante dele, Maria Domitila de Castro Canto e Melo, foi contrariada em 2012 com
a exumação do corpo que não revelou fraturas.