sexta-feira, 13 de outubro de 2017


 A CAMINHO DA FAMA
       Chega-se a Hollywood de metrô. Para a fama o caminho é mais longo e muitas vezes sem saída. Quando se desembarca na Estação Hollywood Vine, encontra-se o cenário pronto: o ambiente inclui um palco de cada lado, duas câmeras prontas para entrar em ação e rolos de filmes forrando as paredes. Tudo muito criativo. Ao sair já se pisa na calçada da fama que cobre toda extensão do Hollywood Boulevard. Dez passos e a brincadeira torna-se maçante. Difícil achar seu astro predileto. É preciso ser muito fanático para sair procurando. E assim você caminha distraída sobre uma constelação de estrelas quase tão extensa quanto a Via Láctea.
Há cerca de vinte anos um grupo de empresários e moradores de Hollywood tem se dedicado à revitalização da região. Pelas calçadas do bulevar uma multidão se acotovela enquanto os veículos com turistas passam de um lado para o outro. Meu destino: Museu de Hollywood. Um caminho repleto de lugares marcantes da história do cinema norte-americano. Como o Teatro Egípcio construído em 1922 por Sid Grauman, um showman, e Charles E. Toberman, empresário ligado aos negócios imobiliários. Fez tanto sucesso que em 1926 Grauman investiu na construção do Teatro Chinês, inaugurado em 1927. Famoso por seu pátio com assinatura e a impressão de mãos de grandes astros de Hollywood. Carmen Miranda está lá. É bom saber que ela não foi esquecida. Há até a Carmen Miranda Square.
Enfim, o Hollywood Museum! Ele funciona no prédio que pertenceu a Maksymilian Faktorowicz (1872-1938), um imigrante polonês que chegou a Nova York com a família em 1904, quando adotou o nome de Max Factor. Em 1908 se estabeleceu em Los Angeles, com uma barbearia e usou sua experiência europeia em cosméticos primeiro para atender às necessidades de atores e depois ampliou para o show business. Entre seus clientes destacavam-se Pola Negri, Gloria Swanson, Mary Pickford, Claudette Colbert, Jean Harlow, Joan Creawford, Lucille Ball e Marilyn Monroe, frequentadoras do salão que ficava próximo do Hollywood Boulevard.


Nem é preciso dizer que fez um grande sucesso. Max Factor com suas pesquisas e desenvolvimento de produtos revolucionou o conceito de maquiagem. Max Factor tornou-se uma das maiores marcas no mundo dos cosméticos. Em 1991 a empresa foi adquirida pela Procter & Gamble que, há alguns anos, deixou de comercializar a marca nos Estados Unidos.
O Museu de Hollywoodocupa a casa que ele mandou construir em 1928. O arquiteto S. Charles Lee assinou o projeto. O edifício art-déco só ficou pronto em 1935.
Na recepção, uma senhora com ares de Gloria Swanson (“Deuses vencidos”) vende os ingressos e explica o roteiro a ser seguido. A visita é um passeio pela história do cinema e da televisão, através de objetos, roupas, manequins, fotos e filmes. São dez mil itens. Duas estrelas se destacam: Jean Harlow e Marylin Monroe – ambas são obra de Max Factor. Uma joia inestimável: o maravilhoso carro de Jean Harlow.
Várias salas reproduzem os ambientes em que as estrelas eram maquiadas ou simplesmente descansavam. Os equipamentos usados para torná-las deusas nas telas são também uma oportunidade para descobrir o quanto a indústria de cosméticos evoluiu.
Roupas usadas por artistas de ontem e de hoje nas telas ou em cerimônias do Oscar também se espalham pelos três pavimentos do museu. Numa vitrine reluzem os sapatinhos vermelhos de Dorothy – personagem de Judy Garland no filme O Mágico de Oz. No porão, reúnem-se os heróis e vilões dos filmes de suspense e terror, inclusive “O Silêncio dos Inocentes” (1991), de Jonathan Demme.

        O Museu fica em 1660 N Highland Ave, Hollywood. Funciona das 10 às 17 horas. Fotos em cor: HPPA, setembro 2017. 
Foto internet: J. Harlow e o carro que se encontra no Museu.

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