sexta-feira, 2 de novembro de 2018

FANTASMAS PAULISTANOS

Quem não gosta de uma boa história de fantasma? São famosos os castelos mal assombrados da Inglaterra, que nos proporcionam ótimos relatos literários e cinematográficos. Ontem, vasculhando as prateleiras da Biblioteca Mário de Andrade, descobri “Os Fantasmas de São Paulo Antiga”, livro do professor Miguel Milano (1885-1971), Editora UNESP. O livro reúne dois tipos de fantasmas: os que animam causos folclóricos, que o autor ouviu na infância, e os históricos, que se revelam ao leitor à medida que ele percorre locais de São Paulo que desapareceram com o crescimento e o progresso da cidade.

Graças às histórias singelas de Milano sobrevivem os fantasmas que rondavam a Academia de Direito apavorando guardas urbanos e estudantes; ficamos sabendo das desventuras do caixeiro-viajante Manuel Lantejoula, vítima da “bezerra encantada”; ou do verdureiro madrugador Ângelo que, depois de “encontrar” os fantasmas (fogos-fátuos) do Cemitério da Consolação, resolveu nunca mais madrugar. E assim Milano narra as desventuras causadas pelo medo aliado à superstição a personagens anônimos da cidade, que enfrentaram seus fantasmas pessoais na difícil jornada de suas vidas. Ah! A imaginação humana... Hoje os fantasmas são outros.
Interessante que os fantasmas são bem pontuais: só começam as atividades a partir da meia-noite. Leitura muito recomendada para as noites de tempestades, regidas por raios, relâmpagos e trovões.

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