Manhã de outono ensolarada, temperatura
agradável. Um dia para aproveitar o mais belo espaço verde de São Paulo: o
Jardim Botânico, situado no Parque Estadual das Fontes do Ipiranga, na Água
Funda, região sudeste da cidade. Vegetação exuberante, canto de pássaros, o
murmúrio das águas correndo, o ciciar do vento nas folhas do pau-brasil que
formam um bosque aconchegante, o atropelo de uma galinha d’água mudando de um
lago para outro atrás de uma libélula, o banho preguiçoso da garça visitante no
córrego que dá origem ao riacho do Ipiranga... Um pequeno paraíso.
O portão histórico. |
Sob a direção de Hoehne o Orquidário
foi se desenvolvendo, passou a se chamar Jardim Botânico e se tornou um
paraíso. Atualmente, é administrado pelo Instituto de Botânica, unidade da
Secretaria de Estado do Meio Ambiente.
São 143 hectares de área verde, mas só
36 ha estão abertos à visitação pública. O Orquidário, onde tudo começou, é uma
das áreas a que o visitante não tem acesso. Ele tem um acervo de 20 mil vasos e
700 espécies diferentes de orquídeas – 80% de espécies nativas, dez por cento
híbridas e o restante, exóticas.
O passeio começa pela Alameda Fernando
Costa, à margem do córrego Pirarungáua, ladeada por palmeiras jerivás, e que
conduz à área de exposições e ao Museu Botânico João Barbosa Rodrigues (observe a claraboia). Eis o Jardim de Lineu
– um dos mais belos trabalhos de paisagismo da cidade, que antecede as estufas.
Uma abriga plantas da Mata Atlântica e a outra é reservada para exposições
temporárias de plantas e flores.
O córrego Pirarungáua, antes canalizado, voltou a correr livre. |
Agora é a vez do Lago das Ninfeias, o Jardim dos
Sentidos, o lago dos Bugios, o jardim de esculturas, o lago da nascente do
riacho do Ipiranga, o túnel de bambus, o bosque de pau-brasil, e, enfim, o
Mirante, de onde se tem uma bela visão do Jardim Botânico.
Bancos para descansar e observar a
natureza não faltam. Mas é importante fazer o roteiro das espécies ameaçadas de
extinção. Mogno, jequitibá-rosa, samambaiaçu (xaxim), cedro-rosa, bromélia
imperial, imbuia, cambuci e palmito juçara entre tantas outras. Fome? Existe um
restaurante e uma lanchonete com horários variados.
Vale a pena saber que Lineu ou Carl Von
Linné (1707-1778) foi um naturalista cuja ambição era nomear e descrever todos os tipos
conhecidos de plantas, animais e minerais. Não conseguiu realizar este feito,
mas foi responsável pela criação da nomenclatura binomial em latim adotada até
hoje pelos biólogos do mundo. Por exemplo: Cambuci – Campomanesia phaea, o
primeiro nome é o gênero da planta e o segundo, a espécie. Ele trabalhou no
Jardim Botânico de Upsala.
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