segunda-feira, 5 de novembro de 2018

JARDIM BOTÂNICO DE SÃO PAULO: 90 ANOS.

Manhã de outono ensolarada, temperatura agradável. Um dia para aproveitar o mais belo espaço verde de São Paulo: o Jardim Botânico, situado no Parque Estadual das Fontes do Ipiranga, na Água Funda, região sudeste da cidade. Vegetação exuberante, canto de pássaros, o murmúrio das águas correndo, o ciciar do vento nas folhas do pau-brasil que formam um bosque aconchegante, o atropelo de uma galinha d’água mudando de um lago para outro atrás de uma libélula, o banho preguiçoso da garça visitante no córrego que dá origem ao riacho do Ipiranga... Um pequeno paraíso.
O portão histórico.
 O Jardim Botânico de São Paulo, que no próximo dia 9 comemora 90 anos, é o resultado da paixão do naturalista mineiro Frederico Carlos Hoehne (1882-1959) por orquídeas. Em 1928, ele iniciou o Orquidário do Estado de São Paulo, em área do antigo Parque do Estado. Ali foram construídas duas estufas de ferro e vidro com 200 m² cada uma e se implantou o Jardim de Lineu, inspirado no belo Jardim Botânico de Upsala (Suécia) que data do século XVIII.
Sob a direção de Hoehne o Orquidário foi se desenvolvendo, passou a se chamar Jardim Botânico e se tornou um paraíso. Atualmente, é administrado pelo Instituto de Botânica, unidade da Secretaria de Estado do Meio Ambiente. 
São 143 hectares de área verde, mas só 36 ha estão abertos à visitação pública. O Orquidário, onde tudo começou, é uma das áreas a que o visitante não tem acesso. Ele tem um acervo de 20 mil vasos e 700 espécies diferentes de orquídeas – 80% de espécies nativas, dez por cento híbridas e o restante, exóticas.
O passeio começa pela Alameda Fernando Costa, à margem do córrego Pirarungáua, ladeada por palmeiras jerivás, e que conduz à área de exposições e ao Museu Botânico João Barbosa Rodrigues (observe a claraboia). Eis o Jardim de Lineu – um dos mais belos trabalhos de paisagismo da cidade, que antecede as estufas. Uma abriga plantas da Mata Atlântica e a outra é reservada para exposições temporárias de plantas e flores.
O córrego Pirarungáua, antes canalizado,
 voltou a correr livre.
          Agora é a vez do Lago das Ninfeias, o Jardim dos Sentidos, o lago dos Bugios, o jardim de esculturas, o lago da nascente do riacho do Ipiranga, o túnel de bambus, o bosque de pau-brasil, e, enfim, o Mirante, de onde se tem uma bela visão do Jardim Botânico.
Bancos para descansar e observar a natureza não faltam. Mas é importante fazer o roteiro das espécies ameaçadas de extinção. Mogno, jequitibá-rosa, samambaiaçu (xaxim), cedro-rosa, bromélia imperial, imbuia, cambuci e palmito juçara entre tantas outras. Fome? Existe um restaurante e uma lanchonete com horários variados.
Vale a pena saber que Lineu ou Carl Von Linné (1707-1778) foi um naturalista cuja ambição era nomear e descrever todos os tipos conhecidos de plantas, animais e minerais. Não conseguiu realizar este feito, mas foi responsável pela criação da nomenclatura binomial em latim adotada até hoje pelos biólogos do mundo. Por exemplo: Cambuci – Campomanesia phaea, o primeiro nome é o gênero da planta e o segundo, a espécie. Ele trabalhou no Jardim Botânico de Upsala.




 Serviço O Jardim Botânico de São Paulo abre de terça a domingo das 9 às 17 horas. Telefones: 11- 3031-2961 ou 3037-7253. Endereço: Av. Miguel Stefano, 3.031. O estacionamento é pago. Há ônibus urbanos que saem da Estação São Judas do Metrô, na Avenida Jabaquara. O trajeto, dependendo do trânsito, é de 15 minutos. Ingressos: R$ 10,00 (público em geral) e R$ 5,00 (estudantes). Crianças até 10 anos e adultos acima de 65 anos e portadores de necessidades especiais são isentos de pagamento.

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