segunda-feira, 19 de agosto de 2019

UM BAIRRO PARA VOAR...


Sexta-feira propícia para caminhadas. Continuei a explorar a Zona Norte. Queria ver de perto o 14-Bis, a réplica do dirigível que Alberto Santos-Dumont (1873-1932) pilotou em 23 de outubro de 1906, no Campo de Bagatelle, em Paris. Quantas vezes fiz aquele caminho como passageira ou dirigindo e não me incomodei com a praça... O melhor trajeto para caminhantes é pela estação Tietê na Avenida Cruzeiro do Sul, à direita na Rua Padre Ildefonso, Voluntários da Pátria, Paineira do Campo e, enfim, a praça. Claro, que pedi informações. O caminho é bem monótono. 
   A surpresa desagradável foi a descoberta que a praça é uma ilha intransponível, serve como rotatória de um trânsito infernal. Pedestres dispõem de uma passarela para atravessar a Avenida Santos Dumont e olhe lá! Bem reveladora é a vista da Zona Norte com seus arranha-céus formando um paredão de concreto. Contentei-me em observar à distância o monumento em bronze - pesa três toneladas e mede 10 metros por 12 metros. É obra de três artistas: Oswaldo e Enivaldo Luppi e Luís Morrone.

        A andança continua. Passo pelo Clube de Aeromodelismo de Santana (Rua Marechal Leitão de Carvalho) e avanço pela Avenida Olavo Fontoura, que até 1972 se chamava Avenida Marginal Direita do Rio Tietê. Olavo Fontoura (1910-1968) foi oficial da Força Aérea Brasileira, condecorado com a Cruz da Aviação e a Medalha da Batalha do Atlântico Sul. Formado pela Faculdade de Farmácia da USP, foi diretor do Instituto de Medicamentos Fontoura S/A e diretor-presidente da VASP.





Em um ponto do ônibus noto uma declaração de amor no informativo sobre os coletivos que param ali. Algum romântico (ou adolescente) perdido em meio a este marasmo de concreto. O Campo de Marte, criado em 1929, foi primeiro aeroporto de São Paulo, mas hoje recebe principalmente helicópteros e aviões de pequeno porte, enquanto o Aeroclube de São Paulo, fundado em 1931, mantém em plena atividade uma escola de aviação civil. Há uma também uma filial do Bar Brahma.

Do lado oposto, há o Parque Anhembi e o Sambodromo, que deixei para outro dia. O destaque é o imenso prédio amarelo do Holiday Inn Parque Anhembi, dono de uma história bem comum em São Paulo (acho que no Brasil de modo geral). A obra começou nos anos 1970, foi abandonada até ser retomada em 2000. O hotel, inaugurado em 2004, tem treze andares e 780 apartamentos; é um dos maiores da cidade e, graças à localização, no Carnaval, chega a receber quatro mil hóspedes. (Fonte: site da empresa.)

Hora de retornar. Apesar do inverno, temperatura de verão.

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